#25 - A família de Gwacheon II

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-Pai, eu... - começou Jin, mas o homem estava irredutível. Pai e filho se encararam por um tempo, até que Namjoon se levantou, parou ao lado do namorado e esticou a mão.

Sem dizer mais nada, Seokjin entrelaçou os dedos nos de Namjoon e se levantou. Dessa vez, foi o maior que o guiou escada acima.

Entraram no quarto e Namjoon fechou a porta. Assim que ouviu o namorado passar a chave, Jin começou a chorar freneticamente.

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JiWoo bateu as mãos na mesa.

-Você é ridículo! - gritou, irritada, magoada e sentida. Mesmo sabendo que o pai era uma pessoa preconceituosa, vê-lo agindo como tal doía muito.

-JiWoo... - a mãe chamou atenção.

-Não! - ela gritou - Isso não é certo! Você foi mal com Jin desde que percebeu nele coisas que o senhor não gostava. E a senhora apenas abaixa a cabeça para isso! - E apontou para a mãe.

-Abaixe esse tom de voz! - gritou senhor Kim de volta. JiWoo sentiu o corpo inteiro tremer de medo, mas manteve o rosto erguido.

-Não, eu não vou abaixar o tom de voz até o senhor me escutar. - Ela respira fundo antes de continuar. - Eu nunca tinha visto meu irmão tão feliz antes do dia que fui até Seoul visitá-lo. Ele e Namjoon se amam, deixe os dois serem felizes!

-JiWoo, você... - gruniu o senhor Kim, mas ela não deu a ele tempo de mandá-la se calar.

-Seok foi respeitoso com você até quando o senhor o desqualifica completamente como pessoa. Ele é muito melhor do que você.

-Kim Ji Woo! - berrou.

Ela se levantou e saiu da mesa.

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Namjoon acolheu Jin no peito e deixou-o chorar quase a noite inteira. Apesar de parecer que sempre sabia o que fazer e como agir, o garoto de Ilsan sentia-se destruído. Queria arrancar aquele sofrimento do peito do seu amor.

O que mais o chateava era que esse tipo de sofrimento poderia ser evitado. Qual era a grande dificuldade de aceitar a homossexualidade? Porque não podiam ser empáticos? Para Namjoon era difícil até entender o porquê do preconceito existir.

E Jin chorando ruidosamente em seu peito só o deixava mais confuso sobre a intolerância. Por dentro ele gritava "amor, amor, amor, vai ficar tudo bem!" desesperadamente. Por fora ele abafava o choro de seu Hyung num abraço, enquanto segurava o próprio choro. 

Passavam das três da manhã quando o cansaço venceu e SeokJin adormeceu nos braços de Namjoon. Os olhos do mais velho estava inchados, o nariz e as bochechas vermelhas, depois de serem esfregados violentamente tantas vezes.

O mais novo beijou a testa de Jin e fez carinho em seus cabelos.

-Nenhuma tempestade é tão ruim que não vá passar - sussurrou - e aí vem o arco-íris.

Puxou o namorado para ainda mais perto e tentou dormir também.

Namjoon deu a Jin tempo. O namorado acordou confuso na manhã seguinte, e passou quase uma hora calado, andando de um lado para o outro no quarto. Para por fim voltar para a cama, levantando o braço de Namjoon e colocando-o sobre os ombros. O mais novo o abraçou.

-Acha que ele nunca mais vai falar comigo? - perguntou Jin, doído.

-Ele é seu pai. Por mais que sua sexualidde fira o orgulho dele, ele vai te aceitar.

SeokJin respirou de forma barulhenta então escondeu o rosto no peito do namorado. Queria sumir. Queria ser apagado do universo para não ter que lidar com as consequências de ser quem era.

Longe de casa {NamJin}Where stories live. Discover now