#9 - Cerque-o com seu amor

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Qual era a melhor forma de lidar com aquilo? Se perguntou Namjoon, parado na porta da república, o pé segurando a porta que SuHo deixara aberta para ele. Não podia continuar apenas não olhando para Seokjin. Primeiro porque queria olhá-lo. Jin era tão belo que seus olhos eram puxados para ele automaticamente. Segundo porque estudariam juntos e era impossível passar o fim de semana sem falar com seu Hyung. Ele não queria não falar com Jin.

Engoliu em seco e respirou fundo antes de entrar. Fingir que nada aconteceu? Essa era a melhor atitude? Segurou a maçaneta da porta e a empurrou. Devia ser a melhor opção pois fora exatamente o que Seokjin fizera com ele no dia anterior. Colocou um sorriso no rosto e entrou.

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Seokjin não conseguia parar de pensar no que TaeYeon lhe dissera, principalmente sobre como palavras eram o que menos importava quando se queria expor seus sentimentos para alguém. Ela estava certa. Namjoon não o disse nada de particularmente revelador, mas fizera. Entrelaçara suas mãos nas dele, trouxera-o para perto, sorrira. Isso estava gravado na pele de Seokjin como nenhuma palavra jamais poderia.

Pensou em varias formas de dizer a Namjoon. Assim que o mais novo colocasse os pés no apartamento, ele abriria um sorriso enorme, e quando ficassem a sós, seguraria sua mão. Ele o pegaria pelo cotovelo e levaria até a cozinha, onde beijaria o canto de sua boca e tocaria seu ombro. Eles estudariam de mãos dadas, se beijariam no meio do apartamento.

O corpo de Jin tremia quando Namjoon entrou, cheio de expectativa. Abriu a boca, pronto para dizer seu nome. "Namjoon, meu Namjoon". Mas então...

-Hyung, vamos estudar?

Seokjin quase foi partido ao meio com tamanha indiferença nos olhos dele. Podia sorrir de mostrar covinhas, podia ter o mesmo tom de castanho, mas aquele olhar não era o seu. O mais velho acenou positivamente com a cabeça, os olhos perdidos em algum lugar entre o ontem e o hoje.

TaeYeon olhou para Jin, sentindo o desespero dele emanar. Mordeu a boca, mas não pôde dizer nem fazer nada. Era apenas o próprio veneno de volta em sua boca. Fingir que nada aconteceu. De tudo que ela sabia sobre amor, esse sempre foi o maior erro dos apaixonados. Ela quase sentiu orgulho de Namjoon, em contra partida. Ele entrara no jogo de Seokjin, e jogava com maestria.

-Sim, vamos estudar, donseng.

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Parecia um sábado de estudo como os outros, se você olhasse de fora. Sentados um de frente para o outro à mesa, com duas apostilas e suas dúvidas. O de exatas e o de humanas.

Mas, prestando atenção, podia-se ver: A perna de Namjoon se balançando e a caneta sendo apertada furiosamente contra o papel. Os olhos marejados de Jin e seu coração batendo tão alto como um tambor.

Pegaram-se encarando um ao outro em dado momento. Olhos desesperados em Jin. Olhos ansiosos em Namjoon.

-Está tudo bem? - perguntou o mais velho.

-Tudo bem. - Respondeu o mais novo, e jogou a pergunta de volta - e você?

-Tudo bem.

Sorriram amarelo um para o outro e continuaram a estudar.

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Como quebrar o muro que eu mesmo construí? Se perguntou Seokjin, deixando a água escorrer pelo corpo, tão quente que quase o queimava. Estava com muita raiva de si mesmo. Demonstrar sentimentos era tão difícil assim? Se tivesse apenas segurado a mão dele por mais tempo... se tivesse sorrido ao invés de desconversado... se tivesse aceitado ao invés de temê-lo.

Desligou o chuveiro, desconcertado. Perdera a noção de horário, de espaço, de si mesmo.

-Namjoon-ah... - sussurrou, encostando a cabeça no box, frustrado - Ottokke?

Longe de casa {NamJin}Where stories live. Discover now