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 O prédio é simples, de apenas um andar, com escadas altas, com canteiros de flores dos dois lados

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O prédio é simples, de apenas um andar, com escadas altas, com canteiros de flores dos dois lados. Pequenas flores brancas enfeitavam o lugar e davam uma leveza.

Subindo os degraus, quis ter um objetivo claro na minha mente, mas é difícil organizar alguma coisa dentro do coração quando estamos tão nervosas assim. Até um raio de Sol passou pelo meu rosto, me desconcentrando ainda mais. Como eu posso convencer outras pessoas, quando eu mesma estou duvidando tanto assim de mim?!

A entrada do prédio é uma porta de madeira entalhada, que está aberta. Minha avó parece saber para onde está indo, já que ela nos guia por entre os corredores largos, revestidos de mármore limpo e branco. Ela cumprimenta algumas pessoas com quem cruzamos durante o caminho, mas não se estendeu na conversa.

Sei que chegamos, já que não há mais nenhum lugar para irmos. Estamos no final de um corredor. Apenas uma porta no mesmo tipo de entalhe da de entrada e uma mesa de madeira, com uma mulher bonita sentada atrás dela, concentrada em organizar alguns papéis.

— Boa tarde — minha avó cumprimenta e a mulher ergue o rosto.

— Boa tarde — ela ergue o olhar. — Ah, é você Edith. Você está adiantada para a reunião, mas se quiser já posso perguntar para o governador se ele já está pronto para receber vocês.

— Não precisa apressar nada nem incomodar o governador. Podemos esperar aqui sem problemas.

— Se quiserem se sentar por um momento aí nessas cadeiras, só vou terminar esse pedido do chefe e depois eu já vou olhar se ele está livre para receber vocês... — a mulher fala apressada, pegando mais um pequeno bloco de papéis e os organizando em cima de sua mesa, apontando para um conjunto de cadeiras estofadas.

— Eu posso recebê-las — a voz do governador vem de uma pequena fresta na porta que nem percebi que tinha sido aberta. — Podem entrar.

A porta se abre e a primeira coisa que vejo é uma mão imensa segurar a porta aberta. Expiro pesado, querendo me acalmar. Martin entra na frente, e minha avó segura a minha mão enquanto me faz caminhar no mesmo ritmo calmo que ela.

Mal passo pelo batente e meus olhos já são atraídos para o homem estupidamente alto que está de lado, nos dando todo o espaço para que possamos entrar na sala. Não precisei olhar ao redor, para saber que aquele homem está só ali dentro, o que faz com que ele seja o governador da província do Ar.

Ele tem uma presença intensa. Não era musculoso, mas tinha ombros largos e pernas compridas. Cabelos com manchas prateadas ao longo dele. Um rosto forte, com traços firmes e bonitos. Olhos semicerrados, brilhantes e brancos. O mesmo brilho que vi uma vez em Adam.

Seu escritório tem cheiro de metal e papel velho. Ele não falou nada, apenas me deixou avaliar o seu escritório e mantinha um semblante tranquilo.

Não vi, mas escutei o trinco da porta ao fechá-la. Ele não trancou a porta, mas o barulho me fez sobressaltar e sentir uma dormência nos dedos do pé. Quase um medo primitivo.

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