Os Oito Domínios

🔹 20 🔹

E com a mesma velocidade que a sombra apareceu, ela sumiu diante dos meus olhos.

O que era apenas uma, passou a ser várias, de diversos tamanhos e formatos, elas passavam aceleradas por entre as poucas árvores e arbustos que nos rodeiam. Sempre que tento focar o olhar em uma, ela se move.

O pior de tudo foi não ouvir mais nada. Tudo o que conseguia ouvir era minha respiração. Até o vento pareceu parar. Nenhuma folha se mexeu ou caiu no chão.

— Quem está aí? — meu coração bate forte.

Estou nervosa, mas respiro fundo buscando alguma calma. Mesmo não sendo a melhor opção, corro para onde Adam está e o arrasto para próximo da minha avó. Se os dois estiverem juntos assim será mais fácil para mim protegê-los.

Cubro boa parte de seus corpos com uma redoma de terra e fico de pé, olhando ao redor, tentando encontrar qualquer coisa. Fico perto dos dois e estou preparada para me proteger a qualquer momento.

— Apareça! — grito e um vento gelado bate em minhas costas.

— Não precisa de tanta hostilidade coração... Isso são modos de tratar um desconhecido?

Fiquei ainda mais nervosa quando a voz não parecia ter uma fonte específica. O som vinha de todas as direções e me cercou. Me sinto sufocar e aperto minhas mãos contra meu corpo para que ele não veja que estão tremendo.

— Parece que só eu que estou em desvantagem. Para você eu já sou conhecida, mas você ainda é um estranho para mim — não consigo esconder a chateação em minha voz. O medo corre líquido nas minhas veias e penso o que vai acontecer.

— Realmente, vocês não são desconhecidos. Conheço muito bem Edith e o filho do governador Krauss. Seu nome não me é estranho, mas é a primeira vez que te vejo tão de perto. Acho que por isso que eu permiti que você permanecesse acordada.

— Então é assim que você trata os seus conhecidos?

— Eu te conheço, mas em nenhum momento disse que sou seu amigo — um arrepio faz com que minha coluna fique reta.

— Entendo...

— Precisei ver com meus próprios olhos... Estava muito curioso para conhecer o sangue real. Sinceramente, os governadores não precisam ter medo de você. Uma menina tão magrinha e sem graça... Você não tem o que precisa para ascender ao trono.

— Medo? — solto uma risada sem o menor humor. — Quem é que tem medo de mim? E eu não preciso que ninguém tenha medo.

— Há muito mais pessoas do que você sequer pode imaginar Megan White — será que Tobias é uma dessas pessoas que tem medo? Talvez não, ele pareceu bem seguro de si quando conversamos. — Pessoas poderosas e que não vão ser enganadas tão facilmente por esses olhos azuis inocentes. Ainda mais quando sabem que eles possuem um domínio tão sinistro quanto o da mente.