ENQUANTO ELA DORMIA

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Eu estava com a moto dela, correndo como louco pelas ruas. Minhas lagrimas embasando meus olhos. Já se passaram três dias e ela não acorda, estou em enlouquecendo. De repente parei numa praia, me sentei em  frente ao mar e ali deixei as lagrimas caírem.  do meu peito saiu um grito.

-ISABELLAAAAAA.

Meu coração doía a cada vez que ia vê-la  naquele quarto de hospital  dormindo tão serena e tranquila. 

Tudo por minha culpa, sim a culpa me consumia. Na minha cabeça tinha muitos e se,  e se eu tivesse prestado atenção no meu grupo, e  se tivesse olhado mais fundo. Não me imagino viver sem ela a vida não teria sentido. - saio da minha tormenta quando meu celular toca.

-Alô.

-Temos um problema. 

Me levanto nervoso, esperando meu irmão falar.

-Vera, fugiu e matou um dos caras  que estava de guarda.

Dei  um suspiro  sentido o sangue correr mais rápido em minhas veias, passo minhas mãos pelos meus cabelos e tirando o celular do  ouvido por um momento. 

Sei que Ricardo tá com tanta raiva quanto eu, depois de tudo que essa miserável fez. - pensei.

- Como ela conseguiu fugir de dentro de um complexo completamente vigiado e seguro como o nosso?- disse bufando.

-Não sabemos cara, você sabe que isso não é impossível. 

-Merda, temos que caçá-la. Essa ordinária não pode sair ilesa do que ela fez,  vou passar na colmeia  e sigo pra ai. Ricardo, coloca todos os vigilantes na cola dela e pede para os observadores olharem os mapas, tem que ter alguma coisa. -disse exasperado.

- Certo, se cuida mano.

Subi na moto e acelerei sentindo o vento tocar meu rosto com marcas de preocupação indo rumo a colmeia. Precisava saber se tava tudo bem com minha mulher. Vera estava solta e eu precisava matá-la pois enquanto ela estiver viva não terei descanso. Sabia que ela queria acabar conosco e com certeza seria a Isabella que é uma escolhida.

 Quando chego na colmeia deixo a moto no estacionamento e me dirijo até a ala hospitalar. Sentia uma nescidade grande de ver minha Isa. No corredor esta sua mãe sentada numa cadeira que quando me vê levanta e vem ao meu encontro.

- Senhora Adriana, como ela tá? já acordou? teve  algum progresso? - perguntei aflito.

Adriana tava com com os braços cruzado, com sua blusa de manga curta e sua calça de linho azul escuro e seu salto baixo.

- Não, ainda dorme. Eu estava te esperando Heitor,  eu quero ver a moça que fez isso com minha filha. Tenho que olhar no olho dela e perguntar porque ela fez isso?! Como foi cair nessa? A troco de que?

Não entendi muito bem onde ela queria chegar.  E olhei para seu rosto com surpresa.

-Eu acho que nem ela sabe porque fez isso senhora Adriana, mas sabemos perfeitamente que os demônios são terríveis. E sinto muito, mas não vai poder vê-la.

- Heitor, por favor eu preciso vê-la. Só queria saber porque eles conseguem iludir assim um ser humano.

Ela começou a chorar e soluçar, eu a abracei, se lamentou em meu ombro eu fiquei sem saber o que falar, só deixei ela ficar ali até se a calma. Não contei que a Vera tinha fugido, pensei deixar para lá por enquanto.

-Eu sinto muito,  fica tranquila nós vamos  resolver isso. Agora eu preciso ver a Isabella. - falei enquanto me afastava.

Me dirigi até o quarto, e quando abro a porta sinto o meu sangue ferver. Flavio esta beijando o rosto de Isabella.

-O que você ta fazendo? - pergunto vendo vermelho.

Entro e vou para cima dele, pegando-o pelo colarinho.

-Calma sentinela, estamos em um hospital e não estou fazendo nada de mais.

-Não quero você perto dela ta me ouvindo? Ela é minha namorada então fica longe.

-Antes de ser sua namorada ela é minha amiga. Agora dá pra me soltar?

-Solta ele Heitor, estamos dentro de um hospital respeite esse lugar, aqui não é local para briga.

Disse meu irmão Marcio que apesar de ser mais novo que eu, nessa hora foi mais prudente. Solto o merdinha e fico encarando ele.Sei muito bem o que ele sente por ela, e não vou deixar esse merda chegar ou encostar nela. 

- Obrigado.

Fala me olhando nos olhos e saindo do quarto.

-Você tem que ter calma, não pode resolver as coisas com os punhos. Além disso eles são amigos tenta entender isso cara. Vou lá na sede ver como andam as coisas e  ajudar os outros que estão tentando encontrar a Vera.  Vê se fica calmo, vai dar tudo certo.

Ele sai pela porta, e eu  volto para minha garota, chego perto da cama e fico olhando para ela, como é linda mesmo pálida. Dorme tão serena que parece que a qualquer momento vai acordar e me olhar com aqueles olhar lindo que só ela tem.

-Meu amor acorda, eu tó morrendo aqui, preciso muito de você.  Quando eu deixo alguém entrar na minha vida acontece isso, não é justo. -disse lamentando enquanto segurava sua mão.

Minhas lagrimas banham meu rosto. O desespero toma conta do meu coração, não suporto ver ela assim. Quero ela aqui comigo, preciso dela. 

-O que vai ser de mim sem você? Eu era uma pessoa sem vida, solitário e frio, ai  você chegou e mudou tudo. Eu sabia que não era para te amar, mas fui egoísta e não resisti a você. Volta para mim meu amor. 

Fiquei ali velando seu sono um tempo, até que entrou a medica.

-Você tem que sair agora. Vou examiná-la.  -disse ela já checando sua pulsação.

- Olha meu amor, eu vou ali um pouquinho e já volto.  Prometo não ficar longe muito tempo.

 Sai do quarto e não vi mais a senhora Adriana. Os guardas do meu grupo e da colmeia estavam de vigia no corredor. Fui para a sede e quando eu cheguei o pessoal já estava todos de prontidão.  Me preparei e sai com eles. Montei no meu cavalo com minha espada em punho. Logo vi Sandra e o grupo da Isa estavam todos ali até mesmo o merda do Flavio. Sandra é a segunda na frente do grupo. 

-O que vamos procurar além do óbvio? -  ela pergunta vindo com suas asas até mim.

-Todos tem que ficar alerta. Vamos atrás da Vera e se  encontrarmos algum demônio, matamos.

Começamos a caçar e eu sabia que tinha que me concentrar, minha cabeça estava a mil. Nos separamos e cada um foi por uma parte do mundo, eu fiquei na parte de baixo ou seja no chão. Encontrei alguns demônios lutamos eu tentei tirar algo deles mais não me falaram nada. Eu já tava pensando que Vera tinha sido engolida pela terra. Eu vou acha-la e quando isso acontecer a matarei com minhas próprias mãos.  

-Acho alguma coisa? - perguntei curioso a Ronaldo que vinha ao meu encontro.

-Não, nem sombra daquela demônia. - responde cansado.

-Vamos encontra-la Ronaldo, ela que nos a guarde. - rebati  rangendo os dentes.

-Eu sei que vamos. 

-Heitor, temos que tomar um cuidado dobrado principalmente com a colmeia na ala hospitalar onde tá a Isabella. - me lembrou ele quando já virávamos pra partir.

- Eu sei, enquanto Vera estiver solta temos que tomar cuidado, e Ronaldo você também se cuida pois eles tão com muita raiva de você. - disse batendo em seu ombro.

-Eu sei meu amigo, eu sei. - respondeu ele em um ofego cansado e virou pra ir embora.




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NOITE ESCURA   (CONCLUÍDO)**Onde histórias criam vida. Descubra agora