Terça, 29 de agosto de 2006.
Mark riu da piada que Yuta fez sobre o cabelo de Johnny, mas no fundo não conseguia disfarçar o incomodo que sentia. As reuniões na casa do Japonês já estavam se tornando tradição, pois a noiva dele, Mina, era uma chefe especializada e os amigos tiravam proveito dos dons culinários da moça.
No entanto, Mark não conseguia se sentir à vontade quando era óbvio a todos que seu namorado estava o evitando faziam dias. Até mesmo os pais de Donghyuck perguntaram se tinha algo errado entre os dois e o loiro não sabia como responder, o que só contribuía mais para seu desgosto.
O ruivo estava no canto e, pela expressão impaciente dele, a conversa com Jaemin parecia ir mal. Queria ir até lá e o salvar de seja lá qual for a chateação que o irmão o fazia passar, mas, com o menor o ignorando, corria o risco dele preferir continuar a sofrer com o caçula.
Jaehyun bateu em seu braço, gesticulando com a cabeça na direção de Donghyuck, silenciosamente, o incentivando a ir até lá, mas Mark não sabia se tinha coragem. Estava com medo, pois não estavam juntos há muito tempo e a possibilidade do menor já ter cansado deles o abalava, uma vez que estava cada dia mais apaixonado por ele.
Suspirou notando o silêncio estranho no ambiente. Mina e a namorada de Johnny, Zoe, bebiam das taças de vinho e sorriam envergonhadas para Mark. Estava cansado daquela situação e era claramente desconfortável para os amigos também, não queria confronto, mas precisava resolver. Se fosse para terminar, que o fizesse antes que não conseguissem mais ser amigos.
O pensamento pesou para o loiro, que caminhou até Donghyuck de cabeça baixa, agradecendo quando Taeyong chamou a atenção dos outros e Jaemin se afastou do ruivo. Mark não pensou no que diria, mas aquele não era o lugar para aquela conversa, por isso puxou o menor pelo braço para o quintal da casa, não ligando para os protestos dele.
— Me solta, Mark! — Gritou, soltando seu braço quando já estavam fora, longe dos ouvidos curiosos dos outros. — Você enlouqueceu?
— Eu? Eu, enlouqueci? — Perguntou, sem querer deixando toda a magoa que sentia por aqueles dias transparecer em sua voz. — Não sou eu que pareceu esquecer que o namorado existe!
Donghyuck teve a decência de corar diante da verdade, mas aquilo não aliviava para o loiro, pois só confirmava que ele sabia exatamente o que estava fazendo em todas as vezes que desviava do contato com o maior ou não atendia as ligações, ou inventava desculpas esfarrapadas para não ficar sozinho com o outro.
— Não sei do que está falando — tentou, desviando o olhar para a grama falsa, e virando o corpo em direção a casa. — Taeyong disse que o jantar estava quase pronto. A gente devia- — O ruivo não conseguiu terminar a fala, pois Mark o abraçou por trás, o prendendo ali.
— Me diz por quê? O que eu fiz de errado, Hyuck? — Perguntou sussurrado, sua voz ondulando com a tentativa de permanecer calmo.
— Nada, Mark! Me solta! — Bradou, afastando os braços do outro de si e virando para ele com uma expressão que combinava com seu tom de voz irritado. — Que droga!
— Hyuck...
Para a surpresa do loiro, no instante seguinte a exclamação de raiva, o menor começou a chorar. Fechando o rosto entre as palmas das mãos, escondendo as lágrimas, mas falhando em calar os soluços que chacoalhavam o corpo esguio, que naquele momento aparentava fragilidade.
Mark se aproximou com a intenção de o abraçar, mas as mãos do menor impediram seus braços, ele ainda chorava, mas a raiva estava de volta. Ele parecia tentar se acalmar para falar, então Mark esperou, mesmo que seu coração estivesse apertado de o ver assim pela primeira vez, que esperava ser a última.
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If, Perhaps | [Markchan]
Romance[Markhyuck | +18 | 9/9] Donghyuck estava enganado uma vez que a vida que viveu junto ao garoto da parada de ônibus estava, sim, sujeita ao bater das asas de uma borboleta, pois ela não existia em toda realidade.