Quarta, 22 de fevereiro de 2006.
Mark estava nervoso, para dizer o mínimo. Tudo até aquele momento estava dando errado, tinha perdido o cartão com o telefone e endereço daquele lugar e isso o fez continuar sua busca por aquele livro idiota do jeito que fazia antes de conhecer o ruivo que passou a povoar seus sonhos.
Ficou tão chateado ao perder novamente sua carteira, pois daquela vez tinha um significado diferente para o loiro, já que o cartão que era a única ligação que tinha com coreano, o qual conheceu na parada de ônibus de forma tão inusitada, estava perdido junto com ela e Mark queria fazer contato com ele.
No entanto, para sua sorte, seu melhor amigo, Jaehyun, a encontrou debaixo do sofá da casa dele, nove dias depois. Mark não precisa mais tanto assim do livro, um conto difícil sobre o qual seu professor da faculdade decidiu passar uma prova de última hora, mas tinha esperanças de ver o ruivo ou alguém ali ter informações sobre ele.
Entrou no lugar, pensando no quão louco pareceria caso saísse perguntando do garoto, e, distraído, se assustou com o barulho do sino em cima da porta. Encabulado, scaneou o local em busca de alguém em meio a todos aqueles livros. Para sua surpresa, sorrindo do outro lado do balcão e segurando um livro, encontrou quem mais queria ver.
Donghyuck o encarava aparentemente nervoso, mas o sorriso também denunciava felicidade. Ele gesticulou para que se aproximasse e só então percebeu que ainda estava parado com a porta aberta. Sorriu constrangido e caminhou com passadas longas olhando ao redor, consumindo assim todo o ambiente.
As filas de livros iam por toda a extensão atrás do ruivo até a lateral do lugar, onde ficava um pequeno café com algumas pessoas sentadas dentro e fora do que parecia ser outra entrada. A falta de vidros nas paredes da parte de trás, onde estavam, era compensada com as grandes janelas que fechavam o canto oposto. O cheiro de livros o agradava, assim como os tons baixos de conversa.
Mark voltou a olhar o garoto, que parecia ter parado sua atividade de devolver livros a estante para focar totalmente no recém-chegado. O loiro voltou a sorrir se sentindo aquecido por dentro com a atenção do outro, o que era estranho, mas como futuro romancista, reconhecia em si os traços de paixão quando o via.
— Olá, hm, não sei se lembra de mim... Eu.. Hm. Você me deu um cartão... — se atrapalhou, ficando mais nervoso, porém o riso nasalado do garoto aliviou a pressão em sua cabeça. Ele era mais bonito do que se lembrava. — Eu vim procurar um livro.
— Eu sei, eu lembro de você. Vem comigo, eu pego pra você — chamou passando por um arco na parede atrás de Mark, que ele não havia visto antes.
O loiro notou que era mais alto e sorriu bobo com a informação. Se distraindo de todo o resto, Mark se perguntou se pareceria muito louco caso o chamasse para sair logo de cara. Continuou a sorrir pensando em um encontro com ele e acabou esbarrando no menor, que parou de andar enquanto o loiro ainda o seguia cegamente.
O lugar era enorme e por dentro tinha várias secções divididas por grandes estantes cheias de livros. Donghyuck parou na segunda delas. Ele se desculpou encabulado pelo esbarrar e se ergueu para pegar um dos livros da penúltima fileira. Mark o ajudou sem pensar, segurando na cintura do outro e pegando o livro com a outra mão.
O ruivo se assustou com o movimento dando um pequeno saltar de ombros e colocando a mão por cima da sua na própria cintura, mas Mark estava tão concentrado em equilibrar o livro pesado na outra mão, para não o deixar cair em cima dos dois, que não notou imediatamente a posição em que estavam.
Fixando o olhar no do menor segundos depois, tentou controlar sua respiração e seus batimentos desregulados, mas não conseguiu ao sentir o ruivo amolecer em seus braços, contra seu corpo. Os dois ainda seguravam o livro e as mãos dele ainda estavam nas suas, mas Mark não tinha coragem de se mexer ou fazer nada, além de sorrir, pois estava realmente apaixonado.
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If, Perhaps | [Markchan]
Roman d'amour[Markhyuck | +18 | 9/9] Donghyuck estava enganado uma vez que a vida que viveu junto ao garoto da parada de ônibus estava, sim, sujeita ao bater das asas de uma borboleta, pois ela não existia em toda realidade.