Sexta, 3 de março de 2006.
O expediente de Donghyuck na livraria ainda não tinha começado quando Mark entrou pela porta de acesso direto, sendo anunciado pelo sino e trazendo consigo uma sacola de papel enfeitada com um laço fino. Estava nervoso, pois, ao entregar o presente ao ruivo, tornaria aquele dia especial como nenhum outro até então.
Não que as duas semanas que passou com o garoto não fossem especiais, afinal, sem elas não teria tempo de ter certeza de como se sentia em relação a ele. Não teriam aprendido mais um sobre o outro também, pois entre os seus dias de faculdade e os horários de trabalho do mais novo, eles saiam para encontros e conversavam sobre tudo.
— Mark, não devia estar na aula agora? O que 'tá fazendo aqui? — Repreendeu o menor, ele não parecia irritado e seu tom, falsamente bravo, estava longe de esconder a felicidade em o ver.
— Eu, Hm. Eu vim te trazer um presente — sorriu desajeitado e nervoso, gaguejando ao estender o embrulho ao outro garoto.
— Presente? Hm. Não é meu aniversário — ele riu, saindo de trás do balcão e pegando o saco das mãos do outro.
Ele tirou o conteúdo de dentro do embrulho, rasgando o papel que protegia o livro com a capa de um azul parecido com o turquesa, porém mais frio. A borboleta em relevo por baixo do título chamou a atenção do ruivo, que passou os dedos por ali como sempre, sorrindo ao voltar o olhar para o mais velho.
— Obrigado, mas por que está me dando isso? Eu sei que eu gostei mais do que você, mas não precisa me dar, hyung... — Argumentou, entretanto suas ações contradiziam as palavras ao abraçar o livro contra o peito com um sorriso tão grande que deixava a fala estranha.
— Abre, Hyuck — pediu, tentando não denunciar o quão nervoso estava. — Primeira página.
Donghyuck fez o que foi dito, enquanto o loiro se aproximava e ao abrir na folha de dedicatória o mais novo se deparou com um pequeno texto, de três linhas, escrito logo abaixo do título, que também parecia compor a estrofe. Donghyuck terminou de ler com um sorriso no rosto, para então o olhar com uma cara de interrogação.
— É lindo, mas o que isso... — Mark não deixou que ele terminasse, pois, se aproximando, tirou o livro das mãos do menor e o colocou em cima do balcão, as segurando nas suas em seguida.
— Hm. Donghyuck, você quer- Quer namorar comigo? — Gaguejou ao perguntar, mas isso não impediu o menor de o entender.
Donghyuck abriu um sorriso que deixava seus olhos pequenos menores ainda, o que não o impedia de ver o brilho que eles carregavam. Estavam caminhando para aquele momento desde que o viu pela primeira vez, era especial como cada momento importante juntos, mas não era surpresa. Como tudo para eles, era uma questão de tempo. Por isso, não esperava outra resposta.
— Sim, Markie! - Não teve tempo de reagir antes de sentir os lábios do outro nos seus.
A boca dele era mais quente do que imaginou e os lábios mais macios do que esperava, tudo nele era melhor do que poderia criar em sua mente, apesar de pensar naquele momento desde que o conheceu. O beijo durou tempo o suficiente para tirar todo seu ar, mas não tinha problema, pois o recuperaria para começar de novo.
O livro ficou esquecido em cima do balcão até os primeiros clientes chegarem e os dois serem obrigados a se separarem por Jeno e Jaemin, que os parabenizaram pelo novo status no relacionamento, mas ainda obrigaram o ruivo a voltar ao trabalho. Donghyuck voltou para o pegar depois que Mark se despediu, pois estava realmente atrasado para a faculdade.
Relendo o pequeno texto decidiu, que aquela história, que o bater das asas de uma borboleta poderia mudar o curso de qualquer pessoa, o chamado Efeito Borboleta explorado no conto, não poderia ser verdade, pois não queria imaginar nenhum universo em que não compartilhasse aquela felicidade com Mark.
Lendo o título do livro mais uma vez antes de o guardar em sua bolsa, escondida embaixo do balcão, pensou em como acreditou na teoria quando o leu pela primeira vez, mas já não queria mais agora. As chances de não ter conhecido o estrangeiro que era dono de seus melhores sorrisos não poderiam ser decididas por algo tão pequeno quanto uma borboleta.
Life flies, Butterfly.
Mas eu quero partilhar a minha,
Em toda realidade,
Com você.
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If, Perhaps | [Markchan]
Romance[Markhyuck | +18 | 9/9] Donghyuck estava enganado uma vez que a vida que viveu junto ao garoto da parada de ônibus estava, sim, sujeita ao bater das asas de uma borboleta, pois ela não existia em toda realidade.