Segunda, 13 de fevereiro de 2006.
Mark corria apressado com o telefone na orelha, tentando falar com Jaehyun, pois a livraria que o amigo recomendou foi só mais uma na sua lista que não tinha o livro que precisava. O loiro queria contar suas frustações para alguém, mas o melhor amigo não atendia.
A chamada caiu mais uma vez na caixa postal, então decidiu focar em chegar a parada de ônibus para esperar um que o levasse a próxima loja de livros. Agradeceu quando se aproximou e não viu muitas pessoas à espera de condução, na verdade, havia somente um garoto ruivo engrossado em sua leitura.
Mark ia sentar por estar cansado pela pequena corrida até o lugar, mas não queria atrapalhar o outro, que além de estar concentrado, era muito bonito lendo. Se distraiu com uma borboleta azul, que voava perto do outro e parou no banco ao lado dele, porém seu ônibus chegou. Pensou em avisar o garoto, pois aquele poderia ser o dele também, mas Mark não queria o interromper.
Se arrependeu ao o ver levantar a cabeça e então levantar do banco apressado para tentar chamar pelo motorista, mas o veículo já havia dado partida e seguia caminho o fazendo desistir. Mark se sentiu mal, mas esqueceu logo, voltando a checar o nome da rua em que devia parar.
Desceu minutos depois e passou a andar pela rua procurando a livraria. Pediu informação a um dos lojistas, só então percebendo que estava no centro da cidade e cercado por outras lojas. O homem baixinho e mal-humorado, indicou a loja na esquina, haviam algumas mesas do lado de fora e parecia mais um café, porém o logo em uma das janelas denunciava que ele estava certo.
Andou até lá já sem esperanças que encontrar o livro que seu professor passou. Já sabia o básico sobre ele, mas precisaria mesmo ler, pois teriam uma prova sobre o assunto. Tinha ideia que se tratava de um conto romântico, rotulado de esquisito pelos amigos e que tinha como tema viagens no tempo, universos paralelos ou algo assim.
Haviam lhe dito que a leitura era difícil, mas se tinha romance não devia importar tanto assim para o loiro, pois era seu gênero favorito. O único problema era que não o encontrava em lugar nenhum, aquela seria a quinta livraria que visitava em dois dias e todas as anteriores negaram ter um exemplar da obra.
Abriu a porta lateral, entrando pelo lado mais fechado dela e se assustou com o sino que anunciava sua chegada. A sensação de Dejavu o fez parar ali e pensar onde já ouviu aquele barulho, mas não conseguiu lembrar, então voltou a andar, indo até o balcão vazio e olhando ao redor, procurou alguém.
Um garoto alto e magro correu em sua direção, vindo do café onde outros dois serviam as poucas mesas com clientes no local. Ele andou até o balcão arfante e sorriu como um pedido de desculpas, no crachá, preso ao avental com o mesmo logo da janela, dizia que seu nome era Jaemin.
— Desculpa a demora, meu- o funcionário que fica aqui se atrasou hoje — ele pareceu se corrigir no meio da frase, mas Mark não ligou voltando a pegar sua lista para ver o nome do livro. — Em que posso ajudar?
— Hm, vocês têm esse livro aqui? — Entregou o papel ao garoto, que o inspecionou, indo ao computador em uma mesa lateral e passando a digitar.
— "Life flies, Butterfly"? Nome bonito, você tem sorte, só temos dois exemplares — o garoto sorridente pronunciou com um sotaque carregado, completando e o entregando o papel de volta. — Você vai querer?
— Sim, por favor! — Mark exclamou, não conseguindo esconder sua felicidade ao finalmente encontrar.
— Tudo bem, espera aqui, eu vou buscar para você.
Mark apenas assentiu com a cabeça, vendo o outro desaparecer numa porta atrás do loiro, que ele não tinha visto antes. No aviso acima da porta, estava escrito que o local era só para funcionários, decidiu olhar ao redor, enquanto esperava. Sentiu novamente um dejavu ao o fazer, porém dessa vez foi tão forte, que precisou sacudir o corpo para espantar o arrepio.
O atendente voltou com o livro azul nas mãos antes que pudesse concluir o pensamento, indo até o balcão e o colocando dentro de uma sacola de papel, ele disse o preço e Mark apenas estendeu o cartão de credito, digitando sua senha quando necessário. O garoto finalizou sua compra, o entregando a sacola e sorrindo, agradeceu.
Saiu do lugar pensando se não devia tomar um café, mas desistiu, pois tinha um trabalho acumulado para fazer e agora ainda mais um livro grande para sua lista de leitura obrigatória. Reclamaria fome para Jaehyun e tinha certeza que o garoto não recusaria em lhe comprar alguma coisa.
Caminhou até a parada de ônibus praguejando por aquele lugar ser tão longe da casa do amigo, ia pegar o celular para pesquisar qual linha devia pegar, quando um veículo parou a sua frente e o mesmo garoto ruivo de antes desceu apressado. Voltou os olhos rapidamente ao que fazia por se sentir envergonhado, devia o ter chamado naquela hora.
Tão rápido quanto apareceu, o ruivo sumiu e Mark pode se concentrar em sua busca, porém a sensação de que estava esquecendo alguma coisa o fez parar. Checou a mochila e a carteira, mas não tinha nada fora do lugar. Resolveu deixar de pensar nisso e ligou para o melhor amigo avisando que estava indo, mesmo que ainda sentisse que estava deixando algo para trás.
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If, Perhaps | [Markchan]
Romance[Markhyuck | +18 | 9/9] Donghyuck estava enganado uma vez que a vida que viveu junto ao garoto da parada de ônibus estava, sim, sujeita ao bater das asas de uma borboleta, pois ela não existia em toda realidade.