Capítulo 43

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Grace

  Quando percebi que dei uma baita dica ao Joey, larguei meu celular e fui tocar meu ukulele. Não fiquem confusos, mas acho que não mencionei algo. Eu sou meia brasileira, meu pai era brasileiro, e bom, sempre amei muito a cultura do país, mesmo não sabendo falar nada.

Estava com uma melodia na cabeça, e precisava colocá-la em prática.

Toquei o primeiro acorde, pensando em letra boa. Respirei fundo, passando meus dedos sobre as cordas, logo saiu uma melodia e involuntariamente, comecei a murmurar.

— Rose girls in glass vases, perfect bodies, perfect faces...— Cantei ao ritmo em que tocava, abrindo os olhos, que não percebi tê-los fechados, e sorri.

Passei a tarde tocando e escrevendo todas letras possíveis.

[...]

— Grace?— Uma voz me chamou e eu levantei meu olhar, era o Joey.

— O que está fazendo aqui, Birlem?— perguntei fechando meu caderno, assim que o mesmo passou pela porta.

— Eu só... É... Queria te ver...— falou cuidadosamente, tentando achar as palavras certas.

— Por que você queria me ver?— perguntei, franzindo a testa.

— Não sei, só me deu vontade...— ele pareceu notar que eu estava tocando e perguntou— O que é isso?

— Ukulele... Um instrumento que parece um violão— dei de ombros.

— Você pode tocar?

— Para você?— perguntei, arregalando os olhos. Ele assentiu e eu respirei fundo— Desculpa, Joey, mas... Eu não toco na frente de ninguém, exceto minha vó e o Shawn...

— Shawn? Quem é esse?— ele se sentou na minha cama.

— Hum amigo... Do último ano.— falei e levantei guardando meu bebê no seu devido lugar.

— Aquele que você correu de mãos dadas, ontem?— ele perguntou novamente e eu revirei os olhos, mesmo estando de costas para que o mesmo visse.

— Sim, ele... Espera, você me viu correndo com ele?— perguntei me virando para ele, que estava sentado na minha cama, olhando diretamente para mim.

— Sim, eu reparei em você correndo... Mas, é porque eu queria marcar nossa aula, e como não posso te mandar mensagem...

— Pode ser amanhã, no mesmo horário de sempre.— falei e ele assentiu.

— Okay então, Joey...— me sentei novamente na cama, puxando o meu caderno para mim— Até...

— Que tal irmos ver um filme?— ele falou e o olhei confusa.

— Joey, tchau.— ele continuou parado me olhando e eu bufei— Isso é sério?

— Sim, por que não seria?

— Olha, pode ser outro dia? Amanhã depois da nossa aula? Hoje eu quero descansar...

— Por mim tudo bem... Obrigada por me receber, Srta. Flor...— dito isso se levantou fazendo uma referência.

— Com todo prazer, Sr. Birlem...— Rimos e ele deu um tchau rápido saíndo do meu quarto.

Isso foi estranho, mega estranho. Voltei a olhar para o caderno, abrindo o mesmo e escrevendo mais uma parte. Cantarolando a mesma baixinho.

—This sunflower's waiting for you, waiting for you...

Sunflower || Joey Birlem [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora