Três encontros.

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Sofia tendo acabado de organizar os papéis, após finalizar todo trabalho, olha para o relógio da parede que já marca 19 horas, não sabendo mais com o que ocupar a mente, ela pensava se devia ou não ir se encontrar com Tiago Dante, ainda indecisa resolve tomar um banho quente bem demorado para relaxar. Ela encheu a banheira, e entrou na água quente com espuma e sais minerais, soltou um suspiro e relaxou com a cabeça encostada na quina.

Tiago não havia pensado que iria a encontrar de novo, ainda mais tão rápido, quando a viu fazendo aquela dança, seu coração acelerou por um momento, ela estava muito fofa naquela hora, que quando se deu conta, ele já ria e se aproximava dela. Ela em poucas horas havia despertado seu interesse, o que não era fácil, considerando que ele nunca se interessava por outras pessoas na vida, sempre foi discreto e sozinho, se esforçava para passar despercebido pelos outros, não gostava de se intrometer e nem conversar com as pessoas o redor, até aquele dia no trem, quando Sofia o ensopou de refrigerante, ela despertou nele algo em que não estava acostumado, e ele queria descobrir o que era. Quando a convidou para sair, teve receio de receber um não, mas sentiu necessidade de insistir no convite, talvez algo que ele viu nos olhos de Sofia, o deu a coragem de que precisava. Cantarolando, ele vestiu calça jeans, uma blusa social com o cardigan cinza por cima, já que a noite esfriava bastante em Pucón, ele vestiu seu grosso casaco preto, calçou seus tênis de cano alto de sempre e pegou o cachecol, deu uma última olhada no espelho, penteando os cabelos, ainda úmidos do banho, com os dedos, e saiu. Sem saber se ela iria ou não ao seu encontro naquela noite, ele não conseguia conter sua animação enquanto caminhava pelas ruas cheias em direção ao café.

Sofia é despertada pelo toque do celular ao longe, assustada ela se senta, a água da banheira já estava fria, sonolenta ela levanta e se enrola no roupão felpudo, saindo do banheiro bocejando, estava mais cansada do que pensara, quando ela pega o celular para checar quem tinha ligado, e seus olhos se fixam na hora que marcavam dez para às oito da noite, dormira demais e estava atrasada, sem pensar ela foi correndo até a mala, olhando pela janela viu que começava a nevar, então colocou meia calça, um vestido de manga comprida, azul escuro, calçou suas botas, e olhou-se no espelho, seu cabelo estava uma bagunça total, como não tinha tempo, e ele estava quase todo seco, o arrumou em coque rápido e colocou o casaco cinza por cima, pegou o celular, olhou as horas e marcava oito horas em ponto, pegou a bolsa em cima da cama, e correu porta a fora, chegando ao lobby pediu para o porteiro lhe chamar um táxi, enquanto ela aguardava, procurou dentro da bolsa um espelho e passou rímel e um batom, para colocar uma cor ao rosto que estava um pouco pálido.

Quando o táxi parou em frente ao café, o relógio marcava 8 horas e 10 minutos, ela chegara atrasada, dentro do carro, ela olhava para dentro do estabelecimento tentando ver se ele ainda a esperava, mas não viu nenhum sinal dele, ela pagou a corrida, e saiu no vento frio da noite, já tinha parado de nevar, ela entrou no café, e olhou ao redor, mas ele já não estava mais lá, se sequer tinha ido, se achando uma idiota por ter caído no papo dele, saiu pela porta, e com muita raiva para voltar ao hotel agora, ela foi caminhar sozinha pelas ruas da cidade. Sem saber bem aonde ia ela andou devagar, ela passou por lojas, cafés, restaurantes e praças que estavam apinhadas de turistas, animados e conversando entre si, ela chegou a uma praça com uma fonte no centro dela, a fonte era linda, com estátuas de anjos do sexo masculino e feminino, eles se abraçavam, a mulher de costas, de olhos fechados com a cabeça recostada no ombro do dele. Os dois serenos, como se estivessem em seu s lugares prediletos no mundo todo, ela viu várias pessoas jogando moedas na fonte, depois notou uma senhora mais velha a observando e sorrindo para ela, ela devolveu o sorriso, e de repente a mulher se aproximou, pegou sua mão e depositou três moedas nela, lançou lhe um último sorriso e foi embora, Sofia a acompanhou com o olhar e quando ia a chamar de volta ela desapareceu por entre as pessoas na praça, ela olhou para as moedas na palma aberta e pensou, porque não? Ela fechou os olhos, fez um pedido, e jogou as moedas na fonte. Abrindo os olhos se sentindo meio boba por ter feito isso, rindo ela se afastou da fonte, e recomeçou a andar, o que ela esperava? Que do nada o desejo dela ia se realizar igual aos filmes, sem perceber ela tinha andado para longe do centro, e havia bem menos pessoas ali, ela olhou as horas, e já tinha quase meia hora que ela andava, cansada decide voltar de onde tinha vindo para pegar um táxi de volta ao hotel, ela ainda teria que acordar cedo para seu compromisso. Ela se sentia decepcionada, com ela, por ter dormido e se atrasado, e com Tiago, por não ter esperado por ela mais dez minutos apenas, com raiva ela tentou chutar uma pedra que estava no caminho, mas a pedra estava presa na calçada e ela perdeu o equilíbrio, quando soltou um grito, dois braços firmes a seguraram, antes que ela caísse de bunda no chão, surpresa Sofia olha para trás para ver quem era, e vê Tiago a olhando preocupado.

_Você está bem? Ele a ajudou a se equilibrar.

_Estou sim, graças a você, obrigada!

Sentindo uma dor no dedão do pé, ela tentou não fazer uma careta enquanto ele avaliava se ela dizia a verdade.

_Venha se sentar aqui um momento. Ele ofereceu a ela o braço, e a levou até um banco debaixo de uma árvore.

_Você machucou seu pé, posso ver?

Ela concordou com a cabeça. Ele se abaixou em sua frente, e retirou sua bota.

_Por você estar de botas, não foi nada grave, mas teve um corte pequeno no dedão, tem uma farmácia aqui perto, vou até lá para comprar um remédio e tratar desse corte, não se mexa que eu já volto.

_Ok.

Tiago vinha do café aonde ele esperara por ela até às oito e meia, quando ela não apareceu, ele desistiu e saiu andando desanimado até o hostel, pensando que talvez não a veria novamente, quando ele virou uma esquina e viu uma mulher ruiva passando do outro lado da rua, e para sua felicidade, reconheceu que era Sofia quem passava, ele correu para alcança-la, mas quando ia chamar seu nome, ela se desiquilibrou, sem pensar, ele a segurou em seus braços, foi um gesto tão automático, que o surpreendera. 

Se for com você, ficarei felizOnde histórias criam vida. Descubra agora