Luna Dawson foi mais uma vítima do destino. Ela viu o sonho de ser mãe ser arrancado de suas mãos da forma mais cruel possível.
Sufocada entre suas dores e perdas, agora Luna acredita que sua vida se resume a sua irmã mais nova, Isabela, e seu traba...
No momento, as coisas estão meio loucas E eu não sei como parar ou diminuir o ritmo disso.
Never be alone - Shawn Mendes
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Ainda continuo encarando a vista pela janela de vidro. Perdida em minhas memórias. Perdida nos pensamentos que eu gostaria de enterrar mesmo ainda estando vivos. Até que ouço uma batida na porta. Respiro fundo enquanto a batida continua, e finalmente mando que entrem, com a voz mais firme que eu poderia ter.
— Desculpe te incomodar mais uma vez, mas aqui está o telefone — é a voz de Beatrice e, mesmo não estando virada diretamente para ela, posso ver que ela me mostra o aparelho e o coloca em cima da minha mesa — Se tiver alguma dúvida ou precisar de algo, é só me ligar também. — ela completa, oferecendo-me um sorriso.
— Não se preocupe — respondo rapidamente, tentando me recuperar antes que ela note o estado em que eu estava, enxugando uma última lágrima que insistia em se derramar por minha bochecha — Tenha um bom dia — digo, um pequeno sorriso falso em meu rosto mesmo sabendo que ela só pode ver uma pequena parte dele.
— Você também. Com uma companhia melhor ainda, de preferência — Beatrice diz, tentando soar descontraída. Ela se despede e sai novamente, antes que eu possa reclamar sobre seu comentário. Isabela conseguiu convencer até mesmo ela sobre me empurrar para algum relacionamento.
Desisto de continuar encarando a cidade pela janela e vou em direção à minha mesa, sentando-me na cadeira. Fico apenas revisando algumas matérias da edição da revista desta semana e vejo que tudo está perfeito, nos textos e entrevistas. Entretanto, após alguns minutos ouço meu telefone tocar e o nome "Pascoal" brilha na tela — mais conhecido como o dono da revista e meu chefe. Apresso-me pra atender.
— Bom dia, Sr. Pascoal. — digo rapidamente, usando do meu tom mais educado e gentil.
— Bom dia, Dawson — ele responde de imediato — Preciso te ver, estou indo para a revista agora — a voz de Pascoal ecoa do outro lado da linha. Tão típico...
— Ok — concordo sem pestanejar, e é a única coisa que tenho tempo antes de ele desligar o telefone.
E esse é o meu chefe: curto, objetivo e exigente. Não aparece muitas vezes, não interfere no meu trabalho nem reclama de quase nada. Entretanto, quando se faz presente... É como um furacão. Mas eu não posso reclamar. Ninguém pode reclamar. Se você já foi empregado de Leonardo Pascoal, você será aceito em qualquer vaga de emprego na área publicitária que você quiser. Influente, rico e bem sucedido: mais três adjetivos que o definem tão bem.
Black Diamond, a revista de moda da qual sou diretora de redação, é a maior no ramo em Chicago e outras cidades dos Estados Unidos. Às vezes, penso em como tudo isso é irônico. Vivo o sonho de muitas pessoas: tenho um bom emprego, uma casa e a garantia de uma vida confortável. Mas não é o suficiente.