Luna Dawson foi mais uma vítima do destino. Ela viu o sonho de ser mãe ser arrancado de suas mãos da forma mais cruel possível.
Sufocada entre suas dores e perdas, agora Luna acredita que sua vida se resume a sua irmã mais nova, Isabela, e seu traba...
E tudo o que eu te dei se foi Caiu assim como ele foi feito Pensei que tivéssemos construído uma dinastia que o céu não poderia interferir
Dynasty - MIIA
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Sinto cheiro de bacon sendo frito, misturado com o aroma doce de panquecas, mas quando a dor de cabeça me atinge em cheio não consigo mais prestar atenção aos cheiros que inundam meu quarto. Meu quarto? Não. Não estou no meu quarto.
Meus olhos se abrem por instinto, e embora o quarto ainda esteja escuro sei que não é o meu. Gostaria de ter estado bêbada na noite anterior para que eu não precisasse me lembrar dela, mas meus olhos ardendo como fogo fazem questão de me recordar de cada lágrima derramada.
— Bom dia. — ouço, ao mesmo tempo em que a porta é aberta.
Tenho que apertar os olhos quando a cortina do apartamento é aberta, soltando um pequeno gemido ao sentir a dor da minha cabeça atingir seu ápice.
Sinto o colchão afundar ao meu lado enquanto meus olhos se adaptam à claridade até que eu possa abri-los, e quando o faço instintivamente evito olhar para Daniel.
— Quantas horas são? — pergunto, a voz falha, ainda anestesiada pelo sono e sem conseguir raciocinar perfeitamente.
— 6 da manhã. — Daniel diz.
— Por que está acordado tão cedo? — pergunto, tentando esconder ao máximo meu rosto inchado do olhar de Daniel, ignorando o fato de ele ter me visto pior ontem.
— Não consegui dormir.
— Por quê? — pergunto, instintivamente.
— Você... — ele murmura, e sinto sua voz hesitante — Você teve pesadelos. Não podia dormir vendo o seu sofrimento. — diz por fim, e pela primeira vez eu olho para ele.
Daniel está com uma camisa de malha fina e calça moletom, mas ainda assim seu cabelo está perfeitamente arrumado. Desvio o olhar novamente. Sinto meu rosto queimar, tanto pela dor de cabeça infindável quanto pelo desconforto. Daniel teve que presenciar meus pesadelos, bem ao meu lado, durante toda a noite, e isso é péssimo. Ele nem conseguiu dormir. E eu sequer me lembro desses pesadelos, nem do que poderia ter dito durante eles. Por mais que eu tente não o fazer, ainda atinjo as pessoas ao meu redor com a minha dor.
— Ei — Daniel puxa meu queixo de leve com o polegar e o indicador, me obrigando a olhar para ele — Sei o que está passando por essa sua cabecinha, e nem pense em pedir desculpas, Luna. Você não tem culpa, e não há problema algum nisso. — ele murmura, e meus olhos inchados não conseguem conter a lágrima que segue caminho até tocar a mão de Daniel em meu queixo — E pela primeira vez em séculos eu finalmente fiz um café da manhã caseiro.