Não se reprima!

536 43 49
                                    

Após toda confusão causada pela "inocente" brincadeira que quase acabou se tornando tragédia por conta da soltura de Pata, Barry que ouvira os gritos de Akio, acabou salvando todos das garras da galinha durante aquela madrugada apocalíptica.

No entanto, ninguém foi capaz de se salvar do longo e incrível sermão de Barry. Oliver não conseguia recordar metade, contudo, sabia que o fazendeiro havia dito algo sobre estar decepcionado com ele.

Bom, que ele entrasse na fila.

Honestamente, Barry não seria o primeiro e nem o último a se decepcionar com o ex-playboy.

— É sério que quando irritam Barry, ele manda as pessoas fazerem isso?

Extremamente ofegante e cheia de bosta de cavalo até o talo, Thea, sua irmã mais nova - e única, até onde ele sabia -, parou ao seu lado, segurando uma pá. O sol da manhã já fazia estrago na pele da jovem Queen.

A tiracolo, bem atrás dela estava Roy, que continha um sorriso ridículo para fazer conjunto com um chapéu mais ridículo ainda de cowboy. Oliver franziu o cenho, debatendo internamente se perguntava onde o pilantra arranjara o chapéu e se também poderia ter um.

— Ouvi dizer que ele consegue fazer pior. — Murmurou Oliver, ainda distraído com o chapéu ridículo do cunhado.

O sol estava tão quente...Possivelmente ele poderia arranjar um chapéu daquele com Felicity. A garota que aparentemente não lhe negava nada - além de paz, é claro. Quer dizer, por mais que ele tentasse acreditar na boa vontade de Felicity ser somente sua amiga, algo martelava em sua mente dizendo para não cair na lábia da Loira Problema.

Em consequência, sua bandeira de paz apenas o causou mais estresse e paranoia. A sensação de estar prestes a cair numa armadilha era...extremamente forte. Ele a observou.

Felicity estava do outro lado do pátio, limpando a baía dos cavalos, super concentrada. Suas bochechas estavam coradas e um suor teimoso escorria sobre suas têmporas. Presumivelmente, o clima escaldante de verão em Lian Yu, também a estava afetando - junto ao trabalho braçal.

Roy enterrou a própria pá na terra e perguntou:

— Você a acha atraente, né?

Oliver se engasgou com a própria saliva.

— O sol afetou mais ainda o seu cérebro quase atrofiado? — Ele conseguiu perguntar, após se recuperar.

Inabalado, um sorriso de quem sabia demais, se desenhou no rosto de Roy. E de fato, ele tinha a sensação - pela a primeira vez -, de saber algo que Oliver não fazia sequer ideia. Ainda.

Ao mais tardar, o cunhado descobriria o mistério, Roy tinha total confiança na capacidade intelectual de Oliver.

— Vai me dizer que você não a acha pelo menos bonitinha? — Continuou a insistir, disposto a arrancar uma resposta direta e concisa dele.

— Você sabe que bonitinha é o mesmo que arrumadinha né? — Thea se meteu — E Felicity definitivamente é bonitona.

— Nunca disse o contrário.

— Mas não respondeu Roy.

Ele estava começando a se sentir mais incomodado, que irritado. Todas aquelas perguntas era no mínimo constrangedoras, uma vez que ele sabia sobre o interesse de Felicity nele. Ou ex-suposto-interesse.

— Vocês estão sendo pagos para isso? — Retrucou, desconfiado. Ainda alimentava a paranoia discreta de que todos, de alguma forma louca, estavam à bordo em algum plano de conquista de Felicity.

Amor CiganoOnde histórias criam vida. Descubra agora