A Ideia

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Oliver's Pov

Burrice era uma doença? E se sim, podia ser altamente contagiosa? Pior, a burrice de Tommy estava passando para mim? Essas são as perguntas que atualmente mais importam para mim. Precisava saber urgentemente, se Tommy realmente estava sofrendo de burrice aguda e se finalmente estava me afetando.

Eu que sempre me gabei de tomar as decisões mais sensatas - vamos esquecer da minha juventude. Todos fazemos coisas estúpidas quando jovens -, entre nós dois, agora questionava o quão influenciado poderia ser por Tommy num lugar completamente desconhecido, pacato, verde e bem distante da civilização que um dia conheci.

Talvez a teoria que humanos se adaptam a diferentes ambientes, para sobreviver, começava a se aplicar na minha situação atual. Estava ficando louco de pedra em Lian Yu, para conseguir me adaptar. E isso era inadmissível!

Em menos de uma semana, já estava me esgueirando por aí com Tommy, feito o mesmo adolescente inconsequente de antigamente, para ir até um bar. Um bar que nem era lá grandes coisas!

Francamente, deveria correr o mais rápido possível para longe daquela cidadezinha com pessoas inquestionavelmente loucas. O nível de loucura por metro quadrado era incalculável. E muito para minha saúde mental.

— Se Laurel descobrir sobre essa nossa "saidinha", irei por a culpa toda em você. — Anunciei, parando ao lado do banco em que Tommy estava sentado com um ar despreocupado demais para alguém que "fugiu" de casa durante a madrugada, deixando sua esposa inocente para trás.

Começava a desconfiar que essa não era sua primeira vez fazendo esse tipo de coisa... Decerto Laurel nos mataria quando - SE -, descobrisse isso.

Dando um suspiro pra lá de dramático, resolvi que o melhor seria analisar o local da minha provável morte - isso é claro, SE Laurel descobrisse aquela nossa "fugidinha". Passeei os olhos superficialmente sobre o estabelecimento, enquanto sentava na cadeira livre ao lado de Tommy.

Concluí que a minha impressão continuava a mesma: Aquele bar não era lá grande coisa.

Tommy bateu a mão no meu ombro, alheio ao fato que ficaria logo sem ela caso continuasse a fazer isso.

— Não se preocupe cara, ela nunca vai descobrir sobre essa saída!

Tradução: Cedo ou tarde teríamos uma Laurel Lance neurótica querendo nossas cabeças numa bandeja. Com sorte, eu já estaria beeeem longe quando isso ocorresse.

Cético, assenti com a cabeça. Alimentaria as ilusões do meu amigo, ao menos, por hora.

— Se você está dizendo.

Aparentemente satisfeito com a minha resposta, Tommy finalmente fez sinal para o barman nos atender. Entretanto, a cara de decepção que o meu amigo fez ao olhar a cara do sujeito atrás do balcão, não me passou desapercebida.

E muito menos pelo barman, que riu ao notar expressão do meu sutil amigo.

Estranhei aquela atitude. Eu no lugar do homem, já teria retribuído o olhar decepcionado de Tommy com uma chuva de drink na cara. Sim, talvez eu seja um pouquinho agressivo quando não estou TENTANDO ser educado.

— Ei Merlyn, não faça essa cara! Para sua felicidade, só estou cobrindo aqui hoje! Amanhã, o chefe estará de volta.

Elevei uma sobrancelha, dividindo um olhar entre meu amigo e o barman. Os dois pareciam íntimos, o que acalentava a ideia de que Tommy havia dado essas "fugidinhas" muitas vezes antes. Ponderei por alguns instantes, se deveria questionar o mesmo sobre aquele hábito, mas logo descartei a ideia. Quanto menos eu soubesse, melhor.

Amor CiganoOnde histórias criam vida. Descubra agora