Reunião Familiar

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Felicity conseguia admitir com facilidade que durante momentos de pressão extrema, não conseguia racionalizar direito e sempre acabava saindo com algum plano mirabolante que lhe metia em situações pra lá de delicadas. Sempre foi assim. Desde criança, quando era pega em flagrante fazendo algo que não deveria, ao tentar contornar a situação, apenas piorava tudo. Barry era testemunha ocular de tudo isso.

Mas ela nunca imaginou que essa sua tendência acabaria a levando para os braços de sequestradores. Tudo bem, era a primeira admitir também: Quando se tratava de Oliver, ela acabava tendo ideias estelares. Contudo, ser sequestrada?! Só podia culpar seus hormônios!

Em completo silêncio, Thea contemplava Felicity Smoak, a mulher que a cada segundo dava um nó surpreendente na sua mente. Embora amasse o seu irmão de todo coração, a jovem Queen tinha certeza que teria tentado ser bem mais discreta que Felicity ao tentar salvar a vida de Oliver. Quem em sã sanidade pularia nas costas de um bandido para impedi-lo de cometer algum crime?

Não era por nada que agora todos - sem exceção -, estavam presos num balcão abandonado, amarrados e encarando um ao outro, enquanto tinham como companhia os bandidos que pareciam dois cães de guarda.

Só Curtis teve a coragem (ou audácia) de quebrar o silêncio:

— Sabe, eu gosto de pinto... — Começou, totalmente sério e concentrando seu olhar diretamente em Felicity —...mas eu seria incapaz de arriscar o meu corpinho precioso por conta de um. Você é mais dada que eu, parabéns.

Foi Oliver quem soltou um som exasperado, enquanto Felicity começava a ficar roxa de vergonha.

— Curtis, silêncio. — Comandou Oliver, apreensivo com um suposto futuro homicídio.

Não sabia o que passou pela mente de Felicity ao pular nas costas de um bandido, mas tinha certeza que o seu plano era bem melhor do que o dela. Isso se ela tivesse pensado em algum plano, afinal de contas.

Tomar a decisão de se entregar de bom grado, foi bastante fácil para ele. Supôs que o seu sequestro relâmpago, seria igual ao anterior que já havia sofrido. Os Queens eram ricos, logo se tornavam alvos fáceis para bandidos e tanto Thea quanto Tommy sabiam disso...Pena que Felicity sequer fazia ideia da sua experiência com sequestros.

Se o fizesse, jamais teria se arriscado tanto. Ou era nisso que Oliver gostaria de acreditar. A verdade é que Felicity era uma louca caixinha de surpresas.

— Hein? Você tá me mandando calar a boca, bonitão? — Curtis o fitou profundamente ofendido — Olha só, pra você me mandar calar a boca, antes você tem que enfi-

— Curtis! — Thea o interrompeu, alarmada. Por mais que apreciasse Curtis, no momento sentia muito medo de como aquela frase terminaria.

— Vocês realmente gostam de conversar. — Observou um dos bandidos, que estava sentado no canto do balcão e brincando com um dente-de-leão na mão.

Oliver franziu o cenho para o homem. Não conseguia identificar quem era, uma vez que o estúpido não havia retirado suas vestes que o camuflavam, mas seu instinto dizia que o cara não era tão perigoso quanto tentava aparentar.

— É que só resta isso pra fazer quando você é sequestrado e amarrado. — Tommy comentou docemente, e Barry resfolegou com a coragem ou falta de noção do amigo.

Achava um milagre Laurel não ter se tornado uma jovem viúva assim que disse o famoso "Sim" para o ex-playboy.

— Aliás, que acomodações pobres vocês nos deram! — Curtis chutou os pés amarrados — Que absurdo é esse? Tá achando que tá lidando com gente sem pedigree?! Pois eu ten-

Amor CiganoOnde histórias criam vida. Descubra agora