Voando Alto

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A mais bela fogueira começa com pequenos ramos. — Provérbio Cigano

UM ANO DEPOIS

Oliver's Pov

— Nunca pensei que viveria para ver o dia em que Oliver Queen se libertaria de todo o peso do mundo e relaxaria os ombros.

Nem o gracejo de Diggle estragaria o meu humor, por isso mesmo, soltei uma risada despreocupada, enquanto atirava minha terceira bagagem no meu jeep recém-comprado.

Nunca imaginei que eu fosse um homem de jeep, mas até então, nunca imaginei que eu fosse um homem de muitas coisas.

— Já estava na hora, não? — Murmurei, lhe enviando uma piscadela cúmplice por cima dos ombros. — Após anos sendo quase minha babá, você estará se livrando de mim.

Foi sua vez de rir alto, nenhum pouco preocupado em fingir tristeza com a minha partida iminente. No entanto, já esperava essa atitude dele. Se existia alguém mais animado que eu no momento, esse alguém era Diggle.

E também a insubordinação da sua parte sempre foi enorme, portanto...

— Acho que hoje vou abrir uma garrafa de vinho só para comemorar isso.

Curvei os lábios, num sorriso. — Aw, não adianta tentar me enganar! Eu sei que terá uma noite difícil para dormir pensando o quanto vai sentir minha falta.

Pela minha visão periférica (hey, alguns homens a tem sim!), notei Diggle se recostar na porta da mansão Queen com um sorriso de merda no rosto.

— Eu definitivamente vou sentir falta dos passes livres para qualquer evento aqui em Star City. Ser amigo de um Queen tem lá as suas vantagens.

Inúmeras vantagens. — Corrigiu Thea, aparecendo na porta também, acompanhada de Roy que carregava uma das minhas inúmeras malas. No final, o jeep havia sido uma boa escolha, concluí, checando minha bagagem pela centésima vez.

Só esperava não estar esquecendo alguma coisa. Seria um saco refazer todo o caminho para buscar uma simples escova de dente.

— Eu vou sentir saudades de beber com vocês. — Se lamentou Roy, jogando na minha direção a mala que por pouco não atingiu o meu rosto e causou danos permanentes (um pouco dramático? talvez).

Estreitei os olhos, avaliando o abusado. Será que valeria a pena cair de soco com ele em prol dos velhos tempos? Nah.

— Roy, você tem tanta sorte por eu não estar com humor de ir até ai e chutar sua bunda.

Simulando um sorriso angelical, o pivete levou uma mão até o coração.

— Fofo você pensar que me acertaria — Murmurou com cinismo —, mas de qualquer forma, mesmo se você tentasse não teria tempo pra fazer nada disso.

Chequei o meu relógio de pulso (porque de repente sacudir Roy de tapas não me pareceu uma má ideia), só para comprovar que infelizmente, Roy tinha razão: Eu tinha poucos minutos para cair na estrada e deixar Star City.

Que pena, ficaria devendo essa surra a ele.

— Onde está mamãe? — Perguntei para Thea.

Até onde eu lembrava, horas atrás as duas estavam juntas na cozinha discutindo alguma coisa. Provavelmente os últimos detalhes sobre a transição que a Queen Consolidated passaria daqui para frente.

Desde a minha volta para Star City, há um ano atrás, a empresa vinha passando por mudanças na diretoria. Enquanto estive em Lian Yu, mamãe e Walter Steele administraram juntos a empresa com esplendor (tanto esplendor que em algum momento, eles acabaram desenvolvendo um relacionamento amoroso), e quando voltei me ofereceram o meu antigo cargo de CEO. Obviamente recusei a oferta.

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