Eu estava parado haviam, mais ou menos, 15 minutos. Na mesma posição, com a mesma postura, mesma expressão, e uma voz na minha cabeça que me dizia para fingir um desmaio e usar isso para me livrar daquela situação.
Na mesa estavam: Sunhe, Jaejoong, e aquela garota esquisita. Particularmente, não havia visto nada de atraente nela. Diria até que era "feia", mas não sei se estava apenas cego de ciúmes.
YiNa... Esse era se nome. Kwon YiNa era magra, mas tinha um rosto redondo. Seus olhos, nariz, e boca, pequenos.
A noiva de Jaejoong não tinha nenhuma particularidade visível, mas isso não mudava o fato de que eu perceber e anotar isso mentalmente não fazia ela ou qualquer outra pessoa deixar de existir, e ser eu ali, ao lado de Kim Jaejoong, segurando as mãos dele.
Não fazia nem ideia de qual era a temperatura mais comum às mãos do homem que amava, muito mal havia tocado elas duas ou três vezes na vida, acidentalmente. Conseguia me lembrar exatamente da textura e de como eram frias quando as toquei, mas não sabia se continuavam macias. Analisando melhor, suas mãos não pareciam ter mudado tanto, apesar de serem as mãos de um homem adulto agora. Um homem adulto que estava noivo...Estava totalmente absorto que só fui notar que minha esposa me chamava quando a mesma tocou meu ombro esquerdo, sorrindo sem jeito enquanto explicava algo para YiNa, provavelmente inventava alguma desculpa para meu comportamento estranho e silêncio absoluto.
- Yunnie... A porta... - Sunhe me lançava algum tipo de sorriso psicopata.
- C-como...?
- Tem alguém na porta, querido. Será que não é seu amigo?
Fiquei em silêncio por alguns segundos, pensando até me dar conta: Changmin.
Ele havia chegado bem na hora de ser estrangulado por mim.
Me levantei, indo até a porta e abrindo a mesma com minha pior expressão de cansaço e raiva, mas me deparando com um Changmin sorridente e segurando bolsas da minha cafeteria favorita.- Seu suborno não vai funcionar se não conseguir me tirar desse inferno. Inferno, aliás, que já tive que aguentar por quase uma hora por sua causa!
- Haru & One Day vai abrir uma nova filial.
- Changmin...
- Eu consegui reservas para a inauguração... Duas! Vai ser amanhã e o dia todo... Eles vão trabalhar com outros tipos de cafés, chás e também sobremesas, e tudo vai ser vendido na inauguração da nova loja. De nada! - Ele falou com um sorriso debochado, que sempre dava ao me surpreender sendo um ótimo amigo, me empurrando para o lado e entrando em minha casa.
Fiquei parado na porta, encarando o nada com uma cara de idiota. Changmin sabia que aquela era minha cafeteria favorita e eu até conhecia o dono, Lee Donghae, mas ultimamente andávamos bem afastados por conta da correria que nossos dias eram.
As inaugurações da Haru & One Day geralmente eram sorteadas de alguma forma, já que era um nome famoso e muitas pessoas amavam não só o café, mas o ambiente confortável que todas as cafeterias da franquia ofereciam.
Fechei a porta, indo até a mesa e sentando ali, com a mesma expressão de idiota que fiz quando ouvi Changmin.
- Você vê, Changmin? Ele está assim há um tempão! Parece que seu cérebro deu pane e agora ele só parece ter piorado... - Ao meu lado, Sunhe conversava com Changmin.
- Yunho pode até ter um leve retardo mental, mas a cara de idiota dele ter piorado tem motivo... - Changmin riu enquanto pegava um copo de café de dentro da bolsa, pondo na minha frente, fazendo o mesmo com todos.
- Hm? O que?
- Amanhã vamos na inauguração da nova loja da Haru & Onde Day... Acabei de contar e ele deve estar meio chocado por ter o melhor amigo que existe no mundo!
- Haru & One Day??? A cafeteria??? Jaejoong, é aquele lugar que eu amo! - Agora era a noiva de Jaejoong que falava, era a primeira vez que a estava ouvindo, já que antes estava distraído demais.
- Exatamente... Eu e Yunho vamos amanhã.
- Changmin, Yunnie já está velho e temos visitas... Amanhã tenho que resolver algumas coisas com meu irmão. Por que não leva YiNa com você?
Arregalei os olhos, olhando para minha esposa e em seguida para a noiva de Jaejoong. Ela realmente estava fazendo isso?
YiNa parecia completamente feliz com a ideia e já se preparava para bater palmas animada, quando a voz de Changmin interrompeu qualquer reação que pudéssemos ter.
- Não. - Sua voz estava extremamente calma e sincera, e todos o olharam surpresos. - Desculpa, mas não. Entendo que goste e espero que numa próxima oportunidade tenha como ir, mas Yunho sempre quis ter tempo e oportunidade para ir nisso, então, se ele não for, terei me esforçado por dias em vão.
- Ah... - Sunhe pigarreou. - Entendo. Enfim... Jaejoong, vamos até o seu quarto? Arrumei para você e sua noiva ficarem confortáveis.
Observei tudo em silêncio até que os três haviam subido as escadas, olhando para meu amigo e me aproximando dele.
- Quem é o MinMin que eu amo?
- Nem venha com essa...
- Que tipo de amigo incrível se esforça tanto só para fazer a alegria do melhor amigo? - Estava prestes a apertar suas bochechas quando Changmin deu um tapa em minha mão.
- E quem disse que eu realmente me esforcei? Menti para te tirar daqui e não levar a garota com voz de disco arranhado... Eu só precisei pegar uma das funcionárias da H&OD para conseguir nossas entradas.
- Shim Changmin... Você é tão podre!
Ele riu ao notar o desgosto em minha voz, bagunçando meu cabelo e apontando para meu café.
- Beba... E sorria. Vão acabar desconfiando de algo!~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
Estava sentado na varanda de meu quarto. Uma lata de cerveja vazia na mão e um bico nos lábios, Changmin tomava banho no andar de baixo, a casa estava extremamente silenciosa.
Sunhe havia saído com a nova, e já idolatrada, cunhada. Jaejoong... Bem, eu não sabia onde esse estava. Não havia ouvido nem a voz dele desde que havia chegado. Agora que pensava: Eu estava distraído ou ele, assim como eu (inicialmente), não havia falado?
Amassei a lata, levantando e tirando a toalha dos ombros, pendurando a mesma antes de sair do quarto.
Fitava a lata amassada em minhas mãos quando senti meu corpo se chocar contra algo, levantando a cabeça e engolindo em seco ao ver o que era esse "algo".
Se tratava de ninguém menos que Jaejoong, meu cunhado, o homem que eu amava (amo? não sei se isso é válido, dado meu estado atual). Ele estava sem camisa, com uma toalha ao redor da cintura, nossos rostos extremamente próximos enquanto nos olhávamos sérios.
Talvez tenha sido pouco, mas para mim pareceu uma eternidade (e eu amaria se fosse mesmo). Foi o bastante para o cheiro dele impregnar minhas narinas, mas algo me incomodava.
Não figuradamente... Na real... REAL MESMO... Tinha alguma coisa me incomodando.
Estava abaixando o olhar quando a voz de Jaejoong (uma voz extremamente gostosa, diga-se de passagem) se projetou em um tom estranhamente alto para a situação.
- D-desculpa... Não vou andar distraído...
Eu? Fiquei parado ali, novamente com minha cara de idiota, mas o que poderia fazer? Beijá-lo? Poder até poderia, mas de certo daria merda.
Engoli em seco, descendo as escadas com pressa e invadindo o banheiro em que Changmin se banhava, ouvindo ele gritar um palavrão antes de perceber que era eu. E adivinhe?
- QUE PORRA É ESSA, JUNG YUNHO?
- Jaejoong...
- FODA-SE ELE, ISSO NÃO LHE DÁ O DIREITO DE ENTRAR NO BANHEIRO E INVADIR MINHA PRIVACIDADE!
- Changmin...
- Yunho, se você falar mais um nome, eu juro que te mato afogado na pia... Você não tem noção do que sou capaz de fazer!
- Ele estava de pau duro... Eu tenho quase certeza disso...
- Sério que veio me falar do pau do cara? Ele tem uma noiva, estão no mesmo quarto... Normal, não?
- Não, Changmin... Ele não estava...
- É assim que acontece, Yunnie. Até porque seria estranho se as pessoas andassem de pau duro por aí...
- Não, Changmin! Ele ficou depois que a gente esbarrou... A noiva dele não está aqui...
- Ai, porra...***********************************
Até o próximo capítulo!!!
Votos e comentários são sempre bem-vindos! uwu
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Love Stories
FanfictionYunho, desde o final de sua adolescência, sofreu "secretamente" por conta de seu amor por ninguém mais que o irmão daquela que futuramente se tornaria sua esposa. Ao longo do tempo esse amor apenas cresceu, tornando-se incapaz de ser mantido encarce...