Capítulo 8:

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   Changmin alternava entre massagear as têmporas e me olhar soltando um suspiro preocupado a cada 10 segundos e aquilo já estava me irritando. Pensei em atirar um dos travesseiros que estavam ao meu lado, mas no final decidi apenas esperar que ele terminasse de refletir e desse seu veredito sobre a situação. Apesar de tudo, meu amigo era o tipo de homem que sempre sabia o que fazer.
— Eu não tenho a mínima ideia do que fazer...
— O QUE?
— FALA BAIXO!
— Desculpa...
— Pobre Yunnie! — Ele me olhou como se eu tivesse acabado de lhe contar que tinha apenas 2 dias de vida.
— Eu não tenho ideia do que fazer. Quer dizer... Eu posso fazer algo sobre isso?
— Absolutamente não.
— Sabe que você me encoraja muito, né? É um ótimo amigo me dando tanta esperança...
— Deixe de ser dramático! Vamos... Me conte novamente, devagar.
— Eu... Estava distraído pensando e quando percebi estava no chão, havia esbarrado em alguém e quando olhei essa pessoa era... Ele! Ficamos um tempo nos encarando e no início estava tudo normal, mas aí algo começou a me incomodar e quando fui olhar ele deu um berro se desculpando e voou do corredor.
— O pior é que eu realmente estou achando que foi por sua causa, mas a única sugestão que tenho não é legal...
— Pois diga... Não tenho nada a perder mesmo. Uma má ideia está sendo melhor que ideia nenhuma.
— Aproveite um dia que Sunhe e a noiva dele saírem e deixe Jaejoong encurralado... O beije. Ele não vai poder mentir se o corpo dele deixar explícito que ele queria isso! — Deu de ombros como se não dissesse nada demais.
— Eu me esqueço de como você pode ser mau caráter às vezes, sabia Shim Changmin?
— Eu namorava mulheres casadas. Não se pode esperar muito de um cafajeste assim...
— Felizmente minha esposa não foi uma das.
— Sim, infelizmente Sunhe nunca me deu muita atenção. É difícil te fazer corno... Ai! — Exclamou ao levar um soco meu, rindo e passando a mão pelos próprios cabelos em seguida. — O que pretende fazer?
— Não sei, mas definitivamente não irei trair Sunhe.
   Me troquei ali mesmo. Changmin já estava mais que acostumado a me ver trocando de roupa, então não havia nenhum tabu entre nós.
   Perguntei a meu amigo se queria um café e desci para prepará-lo assim que o mesmo concordou, me sentando no banco de frente para o balcão da cozinha enquanto o café ficava pronto.
   Me perdi em meus pensamentos, brincando com os dedos distraidamente enquanto fitava a parede e pensava nas mil formas de me comportar até o casamento de Jaejoong, enquanto outra parte de mim (uma parte com idade aproximada aos 16 anos, eu suponho) planejava como roubar o noivo e torná-lo meu.
   Fui tirado de minhas fantasias e reflexões pelo barulho alto da porta da geladeira sendo fechada, olhando assustado e dando de cara com um Kim Jaejoong tão assustado quanto eu, mas creio que por um motivo diferente.
— Desculpa! — Falou afobado enquanto botava uma caixa de chocolates debaixo do braço (eu havia comprado e deixado na geladeira pois sabia que ele gostava).
— Tudo bem... — Levantei, indo até um armário para pegar duas xícaras.
— Estava distraído... Pensando? — Parei ao ouvi-lo. Ele realmente estava tentando conversar comigo? Isso era algo completamente inédito.
— Sim... Algumas coisas que incomodaram. — Enfatizei.
— Ah, bem... Imagino. Seu trabalho deve ser cansativo, não?
— Nada que sexo não resolva. — Changmin entrou na cozinha falando bem alto. — E ultimamente Yunnie anda bem cansado, sabe? Seria bom se ele tivesse uma ajuda.
   Aquele filho da puta! Changmin parou atrás de mim, segurando meus ombros e olhando bem nos olhos de Jaejoong, sugestivamente. Como alguém poderia ser tão escroto? E como eu era amigo daquele babaca?
   Jaejoong engoliu seco, encarando Chang e logo me encarando. Eu nunca o tinha visto daquela forma, já que geralmente Jaejoong era um homem bem falador (não comigo, mas era) e ótimo em foras.
   O moreno que apertava meus ombros soltou uma risada alta, dando um tapinha fraco na minha costa e pegando uma xícara da minha mão, pondo café e nos olhando com sua expressão mais descarada.
— Vocês têm um péssimo senso de humor, sabiam? Não deveriam ser tão emocionados.
— Idiota... — Jaejoong murmurou, dando uma risada abafada e abrindo a caixa de chocolate.
— Preciso concordar com você! — Sorri, pegando café e voltando a me sentar, agora de frente para os dois homens na cozinha.
— Olha... Que raridade! Concordamos em algo?
— Não é? Você até puxou assunto comigo... Um homem prestes a se casar se torna mais adestrado, não?
— Concordo, mas preciso dizer que essa foi uma das três falhas da vida da minha irmã... Ela não conseguiu adestrar o idiota do marido.
— Ela não precisou... Não sou um selvagem como certos pirralhos. — Sorri. — Aliás, quais foram os outros erros de Sunhe? Sinto que eles têm a ver comigo.
— Para um neandertal você está pensando, hein? O primeiro erro foi se apaixonar por você e o segundo se casar com você.
— Conhece os erros da sua irmã e mesmo assim deixa sua noiva cometer erros iguais?
— E não deixo. Ela vai se casar com um homem completamente civilizado e maduro.
— Um homem civilizado e maduro andaria pela casa da irmã... Hm... Você sabe. Com uma pendência a resolver? — Apontei para entre as pernas dele, me referindo ao episódio de horas antes e recebendo um dedo do meio como resposta.

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   Estava ocupado com o jantar enquanto ouvia Sunhe tagarelar com a cunhada sobre ideias geniais para a decoração da festa. Ela falava sobre cores, arranjos, lojas, pessoas que poderiam ser contratadas e os melhores buffets de Seúl como se aquilo fosse a coisa mais importante da vida da jovem e, de certa forma, tinha que admitir que um casamento com Kim Jaejoong era uma grande coisa sim.
   Peguei um pouco do conteúdo de una das panelas, levando a boca e sussurrando um "ótimo!", logo em seguida ouvindo uma risada baixa, não conseguindo conter o sorriso que havia se formado em meus lábios, felizmente eu estava virado para a parede e não dava para ninguém ver.
— Você não deveria estar ocupado com as coisas do seu casamento?
— Oh! — Jaejoong exclamou surpreso. — Você me ouviu...
— Você não é bom em se esconder por muito tempo.
— Quem disse que não sou? Você só me notou agora...
— E você está aí há muito tempo?
— Alguns minutos... — Me virei, vendo sua expressão pensativa e rindo baixo.
— É um desocupado mesmo. Sua noiva vai acabar ficando irritada se você não ajudar nos preparativos.
— Você fica bonito concentrado. — Meu coração parou por alguns segundos.
— Eu sou bonito sempre. — Brinquei, fingindo não me importar.
   Poderia terminar aqui e dizer que sou um bom ator, mas a realidade é uma merda.
   Assim que me virei para não precisar olhar nos olhos — os pares mais lindos que já vi, diga-se de passagem — de Jaejoong, meu antebraço encostou em nada mais que uma das panelas que estavam sobre o fogo ligado, me fazendo dar um pulo para trás ao mesmo tempo que ouvi Jaejoong gritar algo.
— PORRA! — Gritei assim que me afastei do fogão, olhando a queimadura em meu antebraço.
— Merda, Yunho! Você não me ouviu? Eu tentei avisar...
— Não... — Falei enquanto era arrastado para a pia, vendo Jaejoong abrir a torneira e me fazer pôr o local da queimadura embaixada da água corrente.
— Você tem que prestar atenção no que faz... Por que você sempre foi tão idiota? Tente ser menos desatento.
— E-eu o que?
   Estava tentando processar a situação quando Sunhe e Yina entraram na cozinha. Sunhe parecia preocupada e correu até mim assim que percebeu meu braço embaixo d'água, parando atrás de mim e me abraçando.
— O que houve, amor?
— Estava conversando com o seu irmão e acabei me distraindo por um momento, então me queimei em uma panela. Mas não está doendo muito, fique tranquila! — Aproveitei que seu rosto estava encostado na lateral de meu braço e beijei sua testa, sorrindo.
— Espera... — Ela me olhou confusa. — Com quem?
— Ahn?
— Conversando com quem?
— Seu irmão. Jaejoong.
— Conversando? Não brigando, mas... Conversando mesmo?
— Sim... — Jaejoong respondeu por mim, me fazendo olhar para ele.
— Yina, isso é ótimo! — Sunhe me soltou, correndo para a cunhada e dando o braço para a mesma, que sorria tão animada quanto ela. — Estávamos tentando pensar em alguém para acompanhar Jaejoong, já que vocês dois não se suportavam, mas como agora conseguem conversar você pode ajudar ele a escolher um smoking para o casamento, não é Yunho?
   Em todos os meus anos amando Kim Jaejoong, nunca havia conseguido encarar ele direito, mas naquele momento em que olhei nos olhos dele, estabeleci a maior conexão de nossas vidas. Não importando o motivo pessoal de cada um, nossos olhares diziam: Fodeu.

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A maior parte do capítulo já estava pronta, mas acabei saindo na quinta, ontem e só consegui concluir hoje, após chegar em casa.
Sinto muito pela demora, de coração, mas postei antes do fim dessa semana como prometido!
Até o próximo capítulo. Deixei um anúncio nos comentários do capítulo 7, leiam por favor. É referente às atualizações e a rotina que estou querendo adotar.

Votos e comentários são sempre bem-vindos! ^^ ❤️

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Jun 08, 2019 ⏰

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