Capítulo 3: Uma... ótima companheira!

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  Depois do que Changmin disse fiquei um pouco pensativo sobre como seria se eu decidisse contar algum dia. Quer saber o resultado de tudo o que pensei?
  Na primeira simulação, Jaejoong dizia ter nojo de mim; na segunda, me batia; na terceira, contava a todos e eu passava a ser motivo de piadas... Bem, de qualquer forma, não importava o quanto eu tentasse imaginar, sempre acabava de uma forma ruim.

  Pensando em todas as possibilidades fracassadas o tempo passou sem que eu percebesse, e quando olhei em meu relógio já estava no horário de ir para casa, então apenas o fiz sem um pingo de ânimo para olhar nos olhos de minha esposa e fazer minha cena costumeira.

  Estávamos casados há 4 anos e vivíamos uma boa vida. Eu trabalhava na empresa da família e ela em um escritório particular, e como saía mais cedo que eu, sempre chegava antes. Apesar de parecer monótono, nós nos víamos em rotina muito poucas vezes já que fazíamos a questão de aproveitar e nos divertirmos ao máximo, mas mesmo assim o que eu conseguia sentir por ela era mais, não, era EXATAMENTE como um amor de amigo. Ela era tão incrível comigo, e me sentia tão bem ao lado dela que não tenho motivos para reclamar nem se quer de um ano ao seu lado, e isso facilitava os "eu te amo" que eu me sentia obrigado a dizer. E acho que ela sempre viu sinceridade neles porque havia mesmo! Não era como um "eu te amo, você é a mulher da minha vida", estava mais para algo como "eu te amo, você é uma ótima companheira".
  Pensar isso sempre me reconfortou por me fazer ver e sentir que a amava mesmo. Não da mesma forma que ela dizia me amar, mas eu a amava.

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  Quando cheguei em casa, assim que abri a porta conseguia ouvir o som de algo fritando na cozinha. Deixei minha mochila — não conseguia usar malas, mesmo para o trabalho — sobre o sofá e me dirigi para a cozinha, a vendo de costas para mim, vigiando algo no fogão com atenção.
  Nossa! A silhueta dela era incrível. Apesar de estar interessado romanticamente por um homem não conseguia negar a beleza do corpo feminino... Nem minha atração física por mulheres.

  Com o passar dos anos desenvolvi o pensamento de que eu não era exatamente gay como havia pensado de início, afinal, o único homem por quem eu me sentia atraído e desejava ter qualquer tipo de relação física ou emocional era Jaejoong! Isso não fazia de mim gay, certo???

  Me aproximei e a abracei por trás, dando um beijo em seu pescoço, a vendo sorrir e se virar para mim.
— O que está tentando aprontar aí? Deve ter começado agora para não ter ateado fogo na cozinha ainda. — Eu ri. Ela não era muito hábil na cozinha e geralmente deixava essa parte comigo.
— Não seja idiota, Yunho! — Ela deu um peteleco em minha testa — Não sou tão ruim assim, e... Faz um tempo que não cozinho para você, não?
— Hm. — Assenti com a cabeça — Mas sabe que não me importo com esse tipo de coisas. Não é como se fosse me prender pelo estômago se forçando a fazer algo que não desperta seu interesse.
— E quem disse que estou me forçando? Apenas senti vontade... Eu...
— Você...? — Juntei as sobrancelhas em estranhamento.
  Ela se esticou e me beijou, pondo as mãos em minha nuca e acariciando suavemente. Eu sabia muito bem o que isso significava.

  Eu andava um pouco distante e SunHe se sentia só. Era natural que uma mulher se sentisse abandonada... Na verdade, era natural que qualquer um sentisse mesmo que um pouco de solidão.

  Retribuí seu beijo na mesma intensidade e deslizei minhas mãos por seu rosto de forma delicada. Em um movimento rápido, envolvi meus braços em sua cintura e a levantei, a pondo sobre o balcão e separando nosso beijo.
— Se continuar se distraindo fácil assim o que está cozinhando vai queimar! — Falei de forma descontraída, sorrindo fraco. — Vou tomar um banho e já volto para jantar, ok?
  Ela apenas sorriu e assentiu, mas eu sabia que aquilo não estava nem perto do fim.

  A realidade é que eu sabia que estava errado. Andava cada dia mais distante, era inevitável!
  Apesar de sempre procurar estar ali por SunHe eu sabia que uma hora me cansaria da encenação, mesmo errado, eu sabia. Não obstante, estando por minha conta, me casei com ela.

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  Havia tomado meu banho e me sentei em minha cama, pegando meu celular e olhando o LINE.
  Changmin... Pensei que meu amigo poderia me ajudar a sair de casa para evitar a descarga de falta de atenção que SunHe jogaria sobre minhas costas, e ainda seria uma companhia para conversar sobre coisas triviais.
Enviei uma mensagem para ele perguntando se estava acordado, e foi o bastante para me responder um "Porra! Que merda sua quer que eu resolva essa hora, Yunho?" doce e cheio de amor, como de costume. Pedi para ele se fingir de bêbado e ligar para SunHe — ele realmente costumava fazer isso — pedindo para que eu o fosse buscar em algum buraco, e ele como bom amigo que sempre foi, despejou um oceano de 'elogios' sobre mim e depois concordou.

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