ㅡ paraíso.

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Estar longe de ti era uma tortura. Estar perto era um inferno. Mas, meu bem, eu gosto quando você me incendeia.

Ele tinha olhos lindos que a escuridão não me permitia contemplar.

Em um ato rápido e conciso, me vi presa entre o corpo esguio de Jimin e a porta convidativa de sua casa. Seus lábios com gosto de cereja sufocavam palavras de amor, enquanto o silêncio permeava a agitação eufórica de nossos corações. Me preocupei em tentar visualizar suas orbes acastanhadas, tempestuando um sentimento desconhecido, destrutivo. Paixão. Seus fios loiros ondulavam com a ventania traiçoeira, como dunas de areia em um deserto solitário. Eu não conseguia parar de pensar no quanto o teu maldito sorriso desmoronava toda e qualquer resistência que minha mente ousasse edificar, no quanto sua respiração suave afetava meu espírito ansioso. Induzia a atenção pra ele, somente a ele. Convencido, você é tão convencido, Park Jimin, que não suporta a idéia de não estar em foco.

Antes que ele protestasse contra nossa situação atual, o beijei. Permiti que minhas mãos percorressem pelo seu corpo, almejando gravar cada nuance indescritivelmente bela que o compunha. Tal como um enigma, eu jamais seria capaz de desvendá-lo, jamais seria capaz de mapear cada segredo por trás de sua alma nua, ou apreender os vocábulos poéticos expressos no cântico graciosamente traçado em sua pele quente.

Ergueu-me em seu colo, a boca audaciosa vagueando pelo meu pescoço exposto, apreciando meu sabor através de um beijo devasso; devasso como teu porte, devasso como os pensamentos que inundavam e afogavam gradativamente nossa razão.

O cheiro bom dele impregnado em mim, distinguindo sonho de realidade; embriagando meus sentidos. Eu estava ali, em suas mãos, perdidamente entregue.

Nunca me negaria em ser sua, porque talvez, eu já te pertencia antes mesmo de me deitar ao teu lado. Antes que tivesse a oportunidade de conseguir me conquistar, garoto, você nem precisou dizer nada. Existe uma conexão, uma força que nos atrai um ao outro imperceptivelmente, e quando me dou conta, eu grito teu nome com prazer estampado na expressão despida de vergonha. Jimin. Sou sua.

Julia Michaels ressaltou algo em sua canção que me recordou você. Eles dizem: Todos os garotos bons vão para o céu. Mas os garotos maus trazem o céu até você.

Contemplei o céu dentre tua voz devota, um anjo entoando meu nome como um milagre. A contradição nisso tudo Jimin, é que você não era santo.

Você não era puro, você não era casto. No entanto, trazia a tona a melhor parte de mim.

Olhe, veja o que provoca em mim. Eu gosto de analisar você, admirar a obra de arte que tu é; um garoto tingido por tons incoerentes mas tão certo... Gosto de sentir a textura da tua boca doce, onde me sussurra confissões ternas, cifras difíceis de compreender. Gosto de sentir tua derme sob meus dedos e o sorriso cúmplice após todo o nosso caos.

A verdade é que eu te amo. E amo também a insensatez que tu recendeia. Meu anjo em tons de vermelho, tu é meu paraíso.

Bordô, JMOnde histórias criam vida. Descubra agora