Os 13 Guardiões

I

Brasil dia 5 de novembro de 2019

Era um dia ensolarado, sem nuvens no céu. Dentro de um quarto tranquilo, reinava um silêncio sereno. As persianas estavam fechadas, envolvendo o ambiente em escuridão, apenas dois tímidos raios de sol penetravam pelas frestas. Repentinamente, o som estridente de um alarme irrompeu, quebrando o silêncio e enchendo o ar.

Uma mão emergiu de um monte de roupas, tentando desesperadamente silenciar o celular, porém não sem antes várias tentativas falhas. Fazendo o silêncio retornar.

— Sophia!! – uma voz chamou com urgência – Acorde imediatamente ou você vai se atrasar!

Uma mulher, com os cabelos emaranhados, a boca coberta de babas e olheiras profundas, saiu da cama. Ela caminhou lentamente em direção ao banheiro, como se estivesse gradualmente recobrando os sentidos. Após trinta minutos de arrumação, Sophia desceu as escadas do primeiro andar vestindo uma blusa em tons acinzentados e calças jeans.

Ela foi em direção a cozinha, onde estava Susan à esperando.

— Quase perdia o horário hoje. – Susan estava sentada à mesa, tomando um pouco de café em sua caneca da Sonserina. – Ainda está preocupada com a apresentação de hoje?

— Claro. – Falava enquanto abria a geladeira, para pegar o leite. – Passei a noite estudando, para não errar nada.

— Se eu fosse você, não me preocuparia tanto. – Terminou de tomar o café  e se levantou em direção a pia. –  Afinal é só mais uma apresentação...

— Para o Sr. Rodrigues. – Completou ela. – Um dos mais difíceis de agradar.

— Como eu disse, só mais uma apresentação. – Depois de ter lavado a caneca, foi ao quarto.

Quando Sophia terminou de tomar café, às duas saíram no carro de Susan, um corolla vermelho. Durante o percurso elas ficaram repassando a música que iriam tocar.

Elas chegaram na Universidade faltando dez minutos para a aula. Correram por todo o campus, até chegarem na sala do Professor Rodrigues. Era uma sala enorme, uma das maiores de todo campus, cheia de cadeiras de tom cinza, as paredes eram de tom bege, no palco onde geralmente aconteciam as aulas e as apresentações, tinha uma ótima iluminação e por fim, nas paredes tinham pôsteres de Chopin e Villa-Lobos.

— Espero escutar excelentes melodias. – Falou para todas as trintas pessoas no recinto. –  Senhorita Susan Fazim, você é primeira.

Susan subiu no palco com seu violino, respirou fundo e disse.

— Vou tocar a Sonata para violino número 9...

— Escolha interessante. – Falou Sr. Rodrigues, interrompendo-a.

 — Eu sei disso. – Ela olhou para pianista que iria acompanha-la naquela sonata, e fez um sinal com a cabeça.

Quando o som do violino rompeu o silencio e ecoou em toda à sala, deu para sentir  todas as emoções dela, dava para sentir, o anseio, o medo, a ansiedade e por fim o alívio. Quando a musica terminou, todos aplaudiram.

— Está de parabéns Srta. Fazim. – Ele olhou para lista que estava segurando e chamou o próximo aluno.

O Sr. Rodrigues, era um homem alto, de cabelos quase todos grisalhos, nariz fino, e olhos azuis claros. Era conhecido por reprovar por qualquer motivo. Até por seus colegas de trabalho é considerado uma pessoal chata e arrogante, mas todo sabiam que era um dos melhores professores do país.