Capítulo 10

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Demoraram quase duas semanas, mais que o previsto pelo elfo, para chegarem finalmente às fronteiras da floresta élfica. Os caçadores, tanto orcs, como de qualquer raça, vinham de todos os cantos para matar Naruto, mas eram surpreendidos pela fúria de um marido ciumento e muito perigoso. Mesmo com alguns ferimentos, os dois chegaram intactos por assim dizer aos portões do grande reino escondido.

Naruto sentia-se observado a cada passo que dava por aqueles campos tão belos e tão verdejantes. Era como se estivesse num palácio suntuoso, em que cada árvore, cada folha e cada pedra eram feitas de algum material rico, porém extremamente vigiado. Só não se sentia pior, mais estranho, porque Sasuke estava por perto e se mostrava indiferente. Desta vez, o seguia e segurava em sua mão por garantia, pois ele lhe avisara que aquela floresta estava sob um encantamento poderoso e podia fazer os viajantes se perderem caso não se atentassem.

Caminharam por três dias e por três noites naquele lugar, por alguns momentos o anão achou que estava perdido, mas confiou em Sasuke. Na quarta manhã, Naruto despertou com o balanço suave do corpo do seu parceiro, que o carregou nas costas por toda a noite e agora pela manhã. Sentiu-o parar e o fitar com carinho, roçando seu rosto no do anão em cumprimento de bom dia, sussurrou alguma coisa em élfico e beijou Naruto devagar. Este sorriu e o apertou num abraço mais gentil antes de ser posto no chão.

-Chegamos? - falou num bocejo. Sasuke assentiu e tirou de sua mochila o que restara do pão e da carne de porco salgada para comerem rapidamente. - Eu sei que sou um anão, mas não sou cego. Não estou vendo nada além de árvores. - respondeu ao mastigar seu pedaço de pão e de carne.

-Está escondido. Termine de comer. - avisou e Naruto assentiu. Assim que ambos terminaram a refeição curta, Sasuke parou no meio da clareira, observando os arredores com atenção. - Fique perto. - Naruto quase grudou em sua perna. - Exijo que abram os portões da Floresta Imortal. - falou alto.

Uma flecha surgiu do nada, mas foi pega por Sasuke no ar, o que fez os olhos azuis de Naruto cintilarem de admiração. Tão incrível e imponente, pensou ao sentir-se orgulhoso de seu marido. Ele fitou a flecha com desinteresse e revirou os olhos. Puxou seu arco, respirando fundo como se não fosse fazer nada de mais, e disparou de volta. Um grunhido atiçou Naruto e ele viu uma espécie de onda de vidro líquido se mexer quando um corpo caiu, como uma cortina.

Um elfo caiu morto, com a própria flecha atravessada em sua cabeça. Outra zuniu no ar, mas foi igualmente pega e devolvida por Sasuke, matando outro elfo, o que fez finalmente as cortinas se abrirem. Os guardas vieram aos montes, mirando no dois parados ali, mas não atiraram por mais que fosse evidente no rosto de alguns o desejo pela vingança.

-Não tem autoridade alguma para exigir qualquer coisa nessas terras. - falou o capitão. - Será preso pelo assassinato de dois dos nossos! - ameaçou, mas aquilo não incomodou Sasuke. - E ainda se considera um elfo, um de nossa raça.

-Mantenha sua língua atrás dos dentes se não quiser perdê-la. - Sasuke baixou o olhar para Naruto, que já estava munido de seu machado pronto para a luta. - Só existe um jeito de desvelar o orgulho pesado de vocês, moradores desta floresta, não é minha culpa se não aparecessem por bem. - fitou o elfo.

-O que quer? - indagou em tom ofendido.

-Uma audiência com Sakura. - os elfos ficaram alvoroçados com aquele tom pouco respeitoso de falar do elfo negro. - Agora. - exigiu.

-Seu impuro! Quem pensa que é para exigir coisa alguma de nós depois de matar cruelmente dois de nossos… - sua voz cessou quando o fio da espada de Sasuke passou por sua garganta, degolando-o.

Os elfos se assustaram, aterrorizados com a velocidade e o poder, de modo que a maioria não teve tempo de sentir quando caiu por terra, mortos. Os restantes lutaram contra Naruto, mas também caíram pelas flechas negras de Sasuke, acertando cada um em seus corações ou em suas cabeças. Os dois se fitaram quando por volta de 20 elfos jaziam mortos e se aproximaram novamente um do outro.

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