Sabe quando você exagera na dose,
e acaba ficando embreagado,
não com o licor ou com substâncias,
mas se sentes prestes a ser afogado.
Colocando porção demais,
botando muito fermento na massa,
percebendo a besteira que fez,
se continuar vai solar o que se assa.
Geralmente não sou bom com palavras,
mas sei que sinto e quero compartilhar,
um pouco dessa energia que emana,
que saí da minh'alma pronta pra atirar.
Eu só quero dizer, "ei largue essa dose",
ela um dia vai te matar,
si é que não matou e apenas alugando,
seu corpo te corroendo sem parar.
Um produto químico que borbulha,
faz seu corpo se sentir em paz,
mas ela te engana e te tira tudo,
até chegar a hora do "aqui jaz".
Si é que não já chegou,
viver sem vida é pior que morrer sem morte,
um vazio extremo,
pensa nos seus limites e dores mas não jogue essa carta se você contar com a sorte.
E eu já rimei muitas palavras,
muitas delas foram até repitidas,
mas quem liga pra isso,
o que importa são as ondas emitidas.
Chega de rimar com a mente,
vou rimar com meus sentimentos,
busco esse equilíbrio lírico,
dose certa de medicamentos.
E minhas overdoses poéticas,
me fazem vir aqui para escrever,
falar sobre largar esse veneno,
e tocar aquele que dispoe a ler.
Tirar no sangue tirar do corpo,
esse veneno industrial,
que te cega e te embreaga,
te deixa fora do normal.
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v7 Dentro do peixe *Poesia e prosa*
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