quatro.

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A primeira coisa que percebo quando acordo, é que meu corpo não está dolorido, minha cabeça não está latejando, meu estômago não está revirando, e minha visão está melhor do que esperei que ficasse

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A primeira coisa que percebo quando acordo, é que meu corpo não está dolorido, minha cabeça não está latejando, meu estômago não está revirando, e minha visão está melhor do que esperei que ficasse. Não há nenhum indício de que o álcool passou pelo meu organismo. Mesmo tendo tomado dois shots de tequila e algumas taças de champanhe.

Me sento na cama ainda um pouco inconsciente de sono e tampo o rosto tentando escondê-lo da claridade desse quarto.

A segunda coisa que percebo, é que as paredes do quarto não são mais um rose amarronzado com a tintura desbotada, em vez disso, são brancas, e contém, em varias partes, portas-retratos pregados. Franzo o cenho observando a diferença enquanto ainda tento acordar cem porcento.

A terceira coisa que percebo, é a decoração do quarto. A cama ainda é de casal, mas o lençol agora é escuro e o cobertor agora é grosso. Eu me lembro perfeitamente da coberta fina e clara, com manchas amareladas de mofo (que notei mesmo estando bêbada), que Damon colocou sob mim antes de sair. Há estantes e um guarda roupa novinha e branco, com portas escorregadias, diferente do que eu vi antes de dormir.

Olho para o relógio no criado mudo, que antes não estava ali, e xingo baixinho enquanto levanto meu corpo. Está tão cedo que quero socar qualquer que seja o motivo de eu estar acordada, e ainda tendo que me preocupar com o local onde me encontro.

Tudo está estranho demais!

— Ok, vamos lá — digo pra mim mesma na tentativa inútil de não surtar antes de saber o que está realmente acontecendo.

Começo a olhar ao meu redor tentando reconhecer o quarto, analisando cada parte dele, tentando puxar na minha memória se já estivera aqui antes.

Primeiro reparo na estante lilás na minha frente, nela há vários livros que estão alinhados em ordem alfabética. Depois, a mesinha, onde se encontra um notebook aberto e aparentemente muito caro, varias folhas espalhadas e um caderno enorme e grosso.

Tudo muito diferente e estranho. Concluo, por fim, que nunca entrei nesse quarto antes.

Será que eles resolveram ir pra outro lugar e eu não acordei?

Mas tudo fica mais estranho ainda quando ouço uma voz desconhecida chamar meu nome:

— DAHLIA!

Meu nome sai baixo mesmo que pareça que tenha sido gritado, talvez a pessoa esteja no andar de baixo, se é que tem um... Mas não é ninguém que eu conheça, conheço poucas pessoas e reconheço a voz de cada um deles, e essa nunca ouvi na vida.

Noto pela primeira vez que a porta está aberta, posso ver um corrimão e um lance de escadas. Um corredor com o chão brilhoso com pisos cor de ouro, e um lustre enorme pregado no teto, um ponto distante. Por causa dele, tenho a impressão de que estou em uma mansão ou algo do tipo, mas definitivamente não é o castelo onde dormi. E se for mesmo uma mansão, tenho mais mil perguntas pra fazer.

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