quinze.

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No dia seguinte, eu acordo na esperança de estar na minha cama, no pequeno apartamento comercial, pronta pra ir me arrumar e fazer cupcakes deliciosos

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No dia seguinte, eu acordo na esperança de estar na minha cama, no pequeno apartamento comercial, pronta pra ir me arrumar e fazer cupcakes deliciosos. Mas não, quando abro os olhos dou de cara com as paredes brancas e os porta retratos. Ainda nessa vida maluca e paralela. Patrick está encolhido no outro lado da cama.

Depois que o assunto das moedas acabou, falei pra ele que podíamos continuar conversando hoje, porque não estava mais me aguentando de sono. Talvez a maior parte do motivo também era que eu estava ansiosa pra dormir e ver o que aconteceria. Então Patrick disse que era melhor mesmo eu descansar, e que hoje poderíamos ir até o castelo desvendar esse mistério. Me senti parte da turma do scooby-doo, só faltou ele dizer que me levaria numa van colorida.

Mas uma parte de mim tinha esperança de que isso não fosse necessário, que eu acordaria e veria minha irmã e Damon novamente, e eles se lembrariam de mim.

Essa esperança foi esmagada, pisada e destruída.

Mas outra parte de mim fica feliz por ainda ter a companhia de Patrick.

Ao em vez de acorda-lo, resolvo me levantar e me ajeitar para descer e explorar essa mansão gigantesca. Ainda não sei de onde ela veio, ou o que esses pais falsos fazem da vida. Mas se estou aqui tenho que pelo menos aproveitar.

Depois que faço tudo que é necessário ser feito de manhã, – e ainda me olho no espelho 30 vezes pra me certificar de que ainda sou eu –, saio do quarto vestida com uma roupa mais simples que achei no armário depois de explora-lo e descartar todas as roupas elegantes. As roupas simples estavam socadas numa gaveta, mas socadas com amor e carinho, acho eu.

Desço as escadas na maior calmaria, meus olhos rodam pela casa, observo cada detalhe dela. Ela parece ser feita de ouro. Obviamente que não deve ser. Mas as cores foram escolhidas nesse intuito, eu tenho certeza. Passo por um corredor longo, e encontro uma porta com vidros. Ela mostra um jardim lindo com algumas mesinhas, similares com as que vi na casa dos "meus pais".

Abro a porta e sinto um vento gelado bater em meus cabelos. Me sento numa das cadeiras, de frente para o jardim, e fico observando as margaridas brancas e amarelas espalhadas pela grama.

Por essa razão, me lembro do jardim do castelo. As flores que mais se destacavam eram margaridas. Por um segundo, um pressentimento estranho me arrepia as espinhas, a mesma sensação que senti nos corredores daquele castelo, com todos aqueles quadros me olhando. A sensação de estar sendo vigiada.

Olho ao meu redor e não vejo absolutamente ninguém, nem câmeras. Olho para trás também, pra saber se tem alguém dentro da casa me espiando. Nada. Ninguém. Estou totalmente sozinha, mesmo assim não me sinto tão sozinha assim.

Repreendo.

Vai que os fantasmas do castelo estão aqui pra saber se estou aprendendo minha lição, mesmo sem saber que lição que é. Eles deviam ter deixado um maldito bilhetinho.

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