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Patrick está calado

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Patrick está calado.  

Ele perguntou aonde é o lugar que preciso que ele me leve, lhe dei o endereço e ele apenas balançou a cabeça, não me questionou sobre nada. Ligou o rádio e o deixou baixinho. É uma música clássica, com violino e piano em destaque.

Fecho os olhos e minha consciência começa a pesar. Estou sendo totalmente injusta com ele. Ele ainda não sabe o que está acontecendo comigo, e mesmo que eu planeje contar, talvez ele nem vá acreditar em mim. Ele não sabe que eu não o conheço. Ele é um homem legal, foi super educado com Alfonso e Mel e não questiona minhas exigências. Acho que isso lhe dá milhares de pontos positivos. Mas eu estou sendo injusta com ele.

Por algum motivo isso faz com que eu me sinta mal. E com essa sensação chata de que o conheço bem, sei, simplesmente sei, que ele está chateado. Sua mão direita está no volante. Seu outro braço está apoiado na porta e ele mexe em seu próprio queixo com o dedo indicador. Seu olhar está vidrado na estrada. Ele nem olha para mim enquanto o encaro descaradamente.

Sinto vontade de explodir e pedir desculpas. Contar para ele agora mesmo que sou louca. Mas me controlo o máximo que posso. Eu não tenho culpa de nada. Não fui eu que me teletransportei pra essa vida estranha.

Resolvo quebrar o silêncio. O clima já está estranho o suficiente, e eu sinto que isso o incomoda. Não entendo o porque dessa preocupação besta por causa de um homem. Os únicos homens que costumam ter minha preocupação e atenção extra são Damon e Tony. Mas Patrick tem esse efeito estranho sobre mim.

— Quer falar sobre a conversa que tive com Anthony? Sei que isso deve estar te chateando.

Ele batuca os dedos no voltante. Continua sem olhar para mim mas agora parece que tenho sua atenção.

— Eu quero saber o que está acontecendo — ele diz, tão calmo que até me irrita um pouco, ele nem parece bravo com o fato de eu falar para o organizador do casamento que estou casando com um homem que não conheço — Você nunca me escondeu nada, mas tá fazendo isso agora.

Ele finalmente me olha, porém não sustenta seu olhar em mim por muito tempo.

— Eu quero te contar.

— Então...?

Ele passa a ponta da língua nos lábios, e argh! Eu quero tanto beija-lo que o desejo se torna insuportável.

— Não agora, preciso fazer uma coisa antes,
mas prometo que te conto ainda hoje.

Ele percebe a falha em minha voz. Algo me diz que ele não acredita em mim. Eu também não acredito. Essa promessa mexe comigo. Eu nem sei se vou ter coragem de contar mesmo, provavelmente vou inventar algo na hora. Mas ele sabe quando estou mentindo, ele sabe agora mesmo que estou mentindo.

Eu tenho planos de contar, mas não queria que fosse tão rápido. Preciso ter certeza de que isso está acontecendo, e que não é fruto da minha imaginação. Preciso ver Liz. E preciso dormir e acordar na minha própria cama. Se eu não acordar, bem...

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