A cabeçada e Um grande filho da puta

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Lydia não conseguira falar com o marido, por isso disse a Nate que ia ao mercado e dirigiu com rapidez até o antigo loft de Derek.

As palavras de Talia Hale sendo repetidas em sua mente: Allison aparecera repentinamente no local e os ouviu falando sobre o mundo sobrenatural. Tentou não culpar os adolescentes, era sua filha que havia se metido naquilo, e sabia também que em algum momento teria que dizer a verdade.

Estacionou o carro de maneira torta, mas não se importou, subiu as escadas numa velocidade incrível e encontrou a porta do Loft já aberta.

Allison estava sentada no sofá, encolhida e encarando os adolescentes com medo. Lydia engoliu em seco ao perceber que talvez a própria filha sentisse medo dela e das pessoa que considerava sua família.

— Allison. — Lydia chamou a atenção de todos, o grupo de adolescentes se mantinham atentos a Stilinski mais nova, mas deram a ela o espaço que precisava ao se manterem do lado oposto de loft. — Precisamos conversar.

Um conjunto de olhares foi o suficiente para que os mais novos chegassem a uma conclusão: Deixar que as ruivas conversassem a sós e se resolvessem, saíram em silêncio e sendo acompanhados por os dois pares de olhos verdes.

Lydia se sentou ao lado da filha quando estavam sozinhas, Allison tinha um olhar perdido e magoado.

— O que você é? — A garota não deu tempo da mãe dizer nada. — O que todos vocês são? Os Hale-Mccall, os Raeken e todos os outros metidos nessa sua maldita panelinha estranha?

— É complicado. — Lydia tentou dizer, com um suspiro preocupado.

— Só me responde. — A mais nova mandou, com certa grosseria, Lydia entendia a raiva dela.

— Tudo começou há mais de vinte anos quando seu pai e Scott McCall foram procurar um corpo na floresta, durante a noite. — Um filme pareceu passar na cabeça de Lydia quando ela começou a contar. — Scott foi mordido por Peter Hale, avô dos gêmeos McCall, e se transformou num lobisomem. Ele foi caçado, quase morreu, mas Derek que é um lobisomem de nascença o ajudou a sobreviver. Eu fui a próxima vítima, mas não virei uma lobisomem, às vezes a mordida revela o que você realmente é.

Deu uma pausa para observar a expressão da filha, mas não encontrou nada além de olhos vermelhos pelo choro. Não havia uma única emoção no rosto da garota.

— Minha avó era uma Banshee, uma espécie de fada que prevê a morte e tem a habilidade de gritar bem alto, eu puxei isso dela e a mordida revelou isso. — Contou com um suspiro. — Nós passamos por muita coisa juntos, pessoas tentavam nos matar a todo momento, foi assim que Scott acabou se tornando alfa e transformando seu tio Liam, mais tarde Malia se juntou a nós depois de anos vivendo na floresta em forma de coiote e descobrimos que Peter era o pai dela. Nós perdemos pessoas, mas sobrevivemos como pudemos, nos separamos depois da faculdade e ficamos em paz por todo esse tempo, mas alguém levou seu tio Liam e isso forçou a gente a se reunir de novo.

— Eu fui mordida. — A garota disse. — E logo após encontrei um corpo sem querer, foi um alfa, não foi?

Lydia assentiu, sem coragem de dizer nada.

— Você é uma banshee agora, como eu. — Contou a mais velha. — E Nate pode se transformar em lobisomem, mas há a chance de ser imune por ser filho de uma Banshee com um humano.

— Isso é insano, tudo isso, como puderam esconder isso da gente? — A Stilinski mais nova questionou com voz falha, os olhos ficando ainda mais vermelhos e cheios de lágrimas.

— Eu estava protegendo você, queria vocês dois seguros. — A mãe da garota tentou justificar, tão a beira do choro quanto a filha.

— Eu não estava sendo protegida, nenhum de nós estava. — Allison ergueu o rosto para encarar a mãe o tom de voz agressivo e quebrado ao mesmo tempo. — Estávamos sendo enganados.

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