"Sempre pensei em que poderia existir outro mundo, que está sempre em conectividade com o nosso, essa pintura, esse lugar vive aparecendo em... meus sonhos se posso dizer assim, a sensação é vivida de mais, para chamar apenas de sonho, sempre ela estava ali, então... acho que se esse lugar existe gostaria de ir até lá"
A revista foi fechada brutalmente, amassando até mesmo as folhas.
-Que vergonha...
Essa pessoa que deu a entrevista era um jovem pintor, Michael Coler, tem uns 32 anos, já pinta desde os quatro anos e agora ele recebeu um conhecimento pelos seus quadros perfeitos.
-Acho que vou pintar para esquecer...
Antes de pegar no pincel e colocar na cor da tinta, ele parou um pouco.
-Será que o Mo vai aparecer? Ele disse que iria ver meus quadros.
Decidido a esperar no tempo do amigo, começou a pintar, novamente coisas daquele sonho desta vez ele pintou um novo ângulo de vista: o lago abaixo de seus pés, enquanto a ponte de madeira rangia de vez enquanto; tão real, seria impossível pensar que era tudo sonho! Algumas duas horas depois, a campainha tocou.
-Quem é?
-Mo!
-Entre... já disse que você não precisa bater...
-Desculpe, mas acho mais educado bater antes.
O amigo que entrou era mais baixo que ele, 1,64 possivelmente, Michael tinha uns 1,72, o amigo era magro que de uma forma boa, parecia ter o olhar mais inocente possível, "Mo" como era chamado era apelido por ele ter o mesmo caractere de um personagem de anime, era fofo, inocente e adorava coisas novas, seu nome de verdade era: Yure Charles, ele tinha autismo, sempre precisou de atenção extra; Michael já era acostumado com ele, desde criança era a única pessoa que adorava brincar com ele, sabia de seus problemas e nem por isso o abandonou, ele realmente era estranho, gostava de andar de braços juntos e de abraçar, não sabia de nada perigoso, o que o tornava engraçado de vez enquanto.
Enquanto Michael dava os últimos detalhes na parte do quadro que havia começado a pintar, Mo ficou olhando ele com as mãos nas costas.
-Pronto... Depois continuo, vamos?
-Você realmente gostou dessa paisagem?
-Sim... Espero conseguir ir lá, um dia.
Mo sorriu e esperou Michael guarda as coisas, sabia da importância que a pintura era para o amigo; eles estavam indo a uma exposição dos quadros do amigo, Mo arranjou um dia apenas para fazer isso, trabalhou horas extras na lanchonete para isso, afinal achava que precisava retribuir todos os anos de amizade com ele.
-Vamos?
-Sim...
Eles saíram da casa e enquanto esperava do lado de fora, o amigo fechou a casa e correu até ele.
-Mo, a Regina não te irritou mais?
-Ah? Por que nós temos que falar da Regina?
-Porque eu pensei que vocês, iam formam um casal...
-Não mesmo, ela é irritante e nem tem paciência comigo.
-Ela falou algo que não devia?
Olhando seriamente o amigo ao seu lado, ele sabia claramente que ela falou provavelmente que ele não era normal.
-Ei não fica assim, dá o braço aqui.
Ele entrelaçou os braços e andaram junto, Mo se sentia melhor andando assim por questão que ele se sentia mais seguro, Michael já o viu surtar de medo e sabia mesmo que se ele anda-se em uma multidão de pessoas, ele se sentiria inseguro e entraria em desespero.
Enquanto atravessavam as faixas de pedestre e esperavam os sinais fecharem, conversavam distraídos, mas um pouco das pessoas que olhavam normalmente encaravam feio, pensavam que era um casal; assim que chegaram a galeria, entraram juntos, o guarda só perguntou se tinham o bilhete, Michael ergueu o crachá exclusivo e explicou que ele era o acompanhante, os quadros eram diferente, algumas vezes casas, outras naturezas e a famosa vista daquela floresta verdíssima e um riacho atravessando.
-Ah, sr.Michael...-uma moça bem vestida e com campainha que parecia ser gente importante se aproximou.
Mo retirou o braço do dele, olhou para ele e se afastou, não queria que as pessoas desfizessem de seu amigo por culpa dele.
-Sim?
Michael entendia o que o amigo fazia e que nem adianta falar nada que ele não mudava fácil.
.
Depois de um dia de ver pinturas, depois andar pela cidade, um dia de diversão finalmente, Mo caiu no sono, no sofá da casa de Michael, que não se importou e subiu para arrumar um quarto para ele, a casa era composta por um segundo andar apenas para dois quartos e um deles que tinha um banheiro; Michael entrou no quarto ao lado estava bem arrumado, pronto para dormir, voltou para o andar de baixo e pegou o amigo e o levou para cima, Mo parecia ainda mais uma criança enquanto dormia, sua cor de pele branca como leite e cabelos puxados um pouco para o preto, eram pequenos mais ainda podia ficar bagunçados, como ele era quase albino seus lábios ainda tinha um pouco de rosado natural, Michael se viu um pouco apaixonado por aquela beleza, eram tantas meninas que já se apaixonaram por ele e ele recusou por que sentia medo.
"Idiota"
-Um idiota fofo...
Ele saiu do quarto e foi direto para o seu, não estava com tanto sono, então ligou o computador e conectou a pequena mesa digitalizadora, começou a desenhar o amigo dormindo, ele não sabe ao certo quanto dormiu, mas acordou na mesmo cena de sempre.
...
A ponto de madeira era coberta de musgo e outros cipós, abaixou como ele imaginou corria o riacho e na frente havia a bela floresta de sempre, o vento frio soprou ele fechou os olhos, mas o momento perfeito foi interrompido por causa de uma explosão que fez até mesmo um vento que balançou a ponte, ele fechou os olhos assustados e depois sentiu que alguém além dele estava lá, abriu os olhos devagar e se deparou com um homem mais baixo que ele vestindo um uniforme branco que parecia ser de um monarca, sua capa esvoaçou enquanto ele recuperava a respiração ofegante, de repente Michael disse:
-Yure?
O homem o olhou, a pessoa a sua frente tinha cabelos brancos, era um albino completo, até os olhos eram azul claríssimos, ele pensou ter errado de pessoa.
-YURE!
Alguém que passou voando naquela paisagem que ele tanto gostava gritou em desespero, um monstro preto com olhos vermelhos saiu da floresta e olhou os dois, a pessoa vestida de branco, o atingiu em um ponte do pescoço que o fez desmaiar.
...
O despertador tocou, parecia aquilo foi rápido mas durou noite inteira, ele olhou a hora, tão tarde, pensando nisso esse cheiro de café em plena manhã, alguém já tinha acordado.
Ele desceu as escadas e foi direto a cozinha, realmente o pequeno Mo estava fazendo café.
-Aprendeu?
-Ah, Bom dia, é claro você me ensinou... Quer torrada?
-Por favor...
Mo fez torradas e passou a geleia de morango, e em uma das de seu amigo passou pasta de amendoim, colocou o café na mesa, seu amigo já estava sentando e sorrindo, enquanto o encava.
-Vou ter que trabalhar daqui a pouco, então vou comer mais rápido.
-Sim...
-Está doce demais? Sei que gosta mais forte...
-Está bom, no ponto certo...
-Ponto? Ha ha não seria do jeito que você gosta?
-Sim, isso, sabe... Nessa noite eu vi você, lá na ponte...
Mo estava preste a pegar a xícara de café, parou brutalmente e não conseguia ergue a cabeça e encarar o amigo a sua frente.

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Rosas Brancas
Fiksi UmumRosas Brancas é um mundo paralelo ao nosso, nesse mundo Yure é um Rei (e futuro Sacerdote) reconhecido e forte, mas no mundo real ele é apenas um homem novo com autismo vivendo feliz com seu melhor amigo. As coisas estavam mais calmas, até que seu...