Música do capítulo: Dream - Imagine Dragon (o play será indicado)
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Nós já havíamos entrado na propriedade de Camila novamente, minhas lágrimas silenciosas ainda caíam pelo meu rosto e meu braço continuava sentindo a dor do aperto da garota. De todos os cenários trágicos que me imaginei passar nesse primeiro dia de aula, a realidade está sendo bem pior. Além de ter simplesmente surtado, agora estava caminhando em direção ao que fez todas as emoções que estava guardando explodirem.
Camila estava com o passo apressado, apesar de estar preocupada comigo como havia mostrado, ela também estava irritada, e eu não tiro seus motivos. Ao nos aproximarmos da entrada da residência percebi que Camila não mudou sua direção para a porta principal, ela seguiu em frente nos levando para os fundos da casa, durante o trajeto pude observar outro jardim ao lado da residência, com duas mesas disposta em sua extensão e uma grande árvore na extremidade da propriedade. Assim que chegamos aos fundos da casa observei que havia uma piscina no lado oposto do qual estávamos e o acesso de carros se dava por um caminho que findava na rua oposta à entrada principal, logo após me deparei com três carros estacionados e meu nervosismo aumentou.
- Seus pais estão em casa!? – Perguntei assustada e com a voz embargada.
- Não. – Disse simplesmente. Me questionei sobre a quantidade de carros que a família de Camila tinha.
Ela me arrastou mais alguns passos para então abrir a porta e adentrar na sua residência junto comigo. Ao contrário do que eu supunha a entrada dos fundos não dava para a cozinha, mas sim em uma espécie de antessala para a sala de janta, ela possuía mobiliários de madeira com assento e encosto almofadados, uma mesa de centro e uma cristaleira com alguns exemplares de taças, copos e bebida. Logicamente, parando para pensar, não seria legal receber seus ricos convidados que chegariam de carro em um ambiente como a cozinha. Onde eu estava me metendo?
Assim que entramos Camila não deu um passo sequer fora do tapete que fica em frente à porta, eu não ousei fazer diferente, e no meio tempo em que ela fechava seu guarda-chuva e o colocava em uma espécie de móvel feito especialmente para esses objetos, outra pessoa adentrou no ambiente pela porta de madeira a nossa frente, pude observar apesar da visão comprometida pelo inchaço, que se tratava de um homem alto já de meia idade, seus cabelos eram encaracolados no mesmo tom de castanho dos seus olhos e das suas sobrancelhas marcantes, ele usava um avental. Provavelmente o barulho lhe chamou atenção. Ao vê-lo, senti todo sengue do meu rosto sumir, me senti sendo expulsa da casa com apenas um olhar, o medo fez minhas lágrimas cessarem de repente e assim que meu corpo se inclinou em direção à porta, a voz de Camila preencheu o ambiente.
- Bom dia, Paolo. Nós tivemos um pequeno incidente na escola e precisamos vir para casa. – Camila se dirigiu ao homem a nossa frente.
- Bom dia, Camila. Está precisando de alguma coisa? – Ele respondeu em tom neutro, ignorando a explicação de Camila por estar em casa, em nenhum momento seus olhos deixaram de me observar, mesmo que as palavras fossem direcionadas para a outra garota. Eu estava me sentindo muito mal ali, assim como havia previsto minutos atrás.
- Apenas duas toalhas, por favor. – Assim que ouviu a frase o senhor saiu do ambiente em busca do havia sido pedido. A aura de autoridade de Camila era palpável, tanto no seu tom de voz, quanto na postura que ela ficou ao se dirigir ao homem, apesar da sua pouca idade era visível que o homem a respeitava. – Não ligue para o Paolo, ele é um idiota e isso explica a forma como agi agora. – A mais baixa tentou me tranquilizar usando um tom um pouco mais baixo para que o Paolo não ouvisse a frase dita.
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Incontri
FanfictionQuanto um amor silencioso pode suportar? Quantos encontros e desencontros um amor consegue resistir? Esse sentimento é forte o suficiente a ponto de suportar todas as diferenças, mudanças e distância? Uma cidade medieval Italiana tem muita história...