Olá pra quem está lendo.
Bem, notei que isso saiu um pouquinho do meu ciclo social, então achei legal explicações. Eu estou na fase de conclusão de TCC, então as coisas estão sendo lentas por aqui e vão continuar. Mas em junho estarei livre daquele infernooo.
O cap terá musiquinha, escutem até o fim do capítulo.
É isto, espero que gostem.
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Antes mesmo de descer do carro da minha mãe, avistei as duas figuras familiares no início da escadaria do Liceo. Apesar do intenso movimento de estudantes, as cores amarelo e azul se destacaram em meio aos outros tons neutros. Camila estava usando uma blusa com listras horizontais nessas cores, de tecido leve e mangas curtas, deixando a maior parte da pele dourada dos seus braços finos à mostra. Sua mochila com estampa de banana estava pendurada apenas no seu ombro esquerdo e o guarda-chuva pendia em sua mão direita, sem necessidade de ser usado hoje. A parte superior de seu cabelo estava presa à parte de trás da sua cabeça por um laço amarelo e continuava solta até se unir à outra metade, que se desenhava em ondas pelo seu ombro. Ela vestia uma calça clara justa em seu corpo, seu cinto azul mais parecia um cordão que estava amarrado em seu quadril e tocava sua pele até metade das coxas. A sandália era delicada, atada a seu tornozelo, em um azul mais escuro, menos chamativo.
Camila estava sorrindo para algo que Dinah havia lhe dito, que por sua vez estava mais simples que a amiga, vestindo todas as peças na cor preta. Dinah pareceu ter me percebido pelo canto de olho e virou o rosto em minha direção, acenando.
Eu achei que após todo o episódio do dia anterior, hoje seria mais fácil, mas eu estava enganada. Acordei minutos antes do despertador como quem acorda de um pesadelo. Mas eu não tive pesadelos, a ansiedade me acordou em um pulo, com o coração acelerado e suando frio, os tremores chegaram instantes depois.
Enquanto ouvia meu pai pela casa, tentei acalmar minha respiração ao mesmo tempo em que observava o céu de Bergamo, notando ter cometido o erro de deixar a janela aberta durante a noite.
Assim que ouvi a porta principal sendo fechada, dando sinal que meu pai havia saído, decidi levantar e ouvir um pouco de música. Liguei o pequeno rádio que ficava na cabeceira da minha cama e ouvi a Christina Aguilera cantar os últimos versos de Ain't no other man. Logo em seguida os primeiros acordes de Chasing cars preencheram o ambiente, permaneci deitada enquanto apreciava a melodia da música, o que de certa forma me acalmou. Senti meus músculos relaxando, os tremores passando e meu coração voltando à frequência normal. Fechei os olhos e fiquei respirando fundo até a música acabar.
Música sempre foi uma espécie de terapia para mim, as melodias me proporcionam um efeito difícil de explicar. Não é como se minha conexão fosse do tipo artístico, nunca vi a música como algo que eu pudesse fazer, mas sim apreciar. E assim continuei ouvindo música até sair de casa. No carro tentei argumentar com a minha mãe, mas ela não deu o braço a torcer e ouviu as notícias matinais como de costume. Porém eu já havia conseguido ficar mais tranquila, até aquele momento.
Dinah continuava acenando, mesmo percebendo que eu já havia notado elas. Camila demorou alguns segundos antes de virar sua atenção em minha direção. Assim que o fez sorriu e puxou levemente a alça da mochila. Sorriu e trocou o apoio da perna.
- Lauren! - Ela gritou sorrindo. Sorri de volta e continuei me aproximando.
- Bom dia garota da città alta - Dinah disse assim que as alcancei.
- Bom dia. - Respondi timidamente pela forma com que ela se referiu a mim.
- Eu fiz a Dinah acordar mais cedo para te esperar comigo, sabia? - Camila disse. - Ainda bem que você veio.
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Incontri
أدب الهواةQuanto um amor silencioso pode suportar? Quantos encontros e desencontros um amor consegue resistir? Esse sentimento é forte o suficiente a ponto de suportar todas as diferenças, mudanças e distância? Uma cidade medieval Italiana tem muita história...