Capítulo 7

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2º encontro
LEXI

https://youtu.be/v7H2j3yudZ0

Em casa, no cafofo da pensão, relembro meu primeiro fim de semana: "Nada mal". Estou com meu Iphone repassando algumas músicas que curto, principalmente da Beyonce, Boyce Avenue, Ciara. Nenhuma atitude do Sr. Augustus Fasten me causaram medo, parecia que estava programada para sua chegada. Adormeço com o Iphone grudado no ouvido e estou dentro de um sonho:
"Papai está colocando um de seu discos da coleção do Elvis Presley para ouvir. Estou com seis anos, sentada no tapete fazendo uma trança no cabelo da boneca. Ele me alcança um pote com pipoca doce e acaricia meus cabelos. Sorrio para ele sabendo que o amo muito, mais que tudo no mundo.
-Quando mamãe volta para casa?
-Amanhã, Lexi, se ela estiver melhorzinha!
-Papai vamos dançar?
Ele me pega no colo e nos embalamos ao som da música. A cena do sonho muda, e sem querer, derrubei a coleção de seus discos no chão. Eu começo a chorar porque sei o que vai acontecer. Com uma cinta ele me bate várias vezes no "bumbum", está ardendo, mas aprendi a não gritar..
-Agora sente na cadeira de castigo, e repita "eu mereço" para saber porque apanhou, vamos Lexi, repita!- Ele gritava..
-Eu mereço, eu mereço...

Acordo suando, assustada e reprimida pelas lembranças do meu sonho. Não consigo mais dormir. A semana esta entediante na loja de conveniência, mas Alex, meu colega percebeu que estou mais descontraída. Fernanda que cuida do estoque também me comentou quando saímos para o almoço.

Sábado as nove horas da manhã, Michel me avompanha enquanto o elevador sobe. Retiro-me direto para meu quarto, enviando a mensagem de chegada e a dele é imediata.

Augustus fasten - Às 10:00hr no quarto recreativo.

Não sei se ele está em casa, fiquei sem pistas. Mas não tomei café e tenho fome. Abro a geladeira e encontro uma salada de frutas. Estou descontraída com meu fone no ouvido e saboreando a salada de fruta, quando vejo-o se aproximar com o celular no ouvido. Seus olhos penetram os meus e me remexo no banco com minha boca entre aberta e minha pele queima, ruborizada. Desvio o meu olhar de seus olhos impenetráveis de puro prazer dominador.
Augustus dá meia volta e desaparece. Subo quase que correndo para meu quarto com aquela vibração quente rastejando na pele. Tinha quase certeza que ele não estaria em casa: "Parece um fantasma".

Estou no quarto recreativo ajoelhada com as mãos na coxa olhando fixo para o chão, são quase dez horas. Ele entra e está à minha frente com os pés descalços e a sexy com calça jeans escuro.
-Muito bem, Lexi!

Sua voz é rouca e contida. Sinto um pouco de insegurança mas fantasio a imagem dele: "Seus olhos misteriosos, as ruguinhas de expressão, as mãos fortes, seu corpo nu e irresistível", e começo ter o pressentimentos de açoites.

-Irei desvendar o que se esconde por trás de você, Lexi! Vou revelar a verdadeira Lexi escondida por essa máscara étera, não vou sossegar enquanto não liberar você! - Meu corpo se arrepia todo - Deixe- se sentir, que eu a guiarei, levante-se!

Estou em pé com as mãos trêmulas. Suas mãos deslizam da minha nuca aos bico dos seios.

-Vire-se!- Ele ordena.

Seus dedos estão separando meus cabelos e fazendo duas tranças. Ele se excita com essa preparação e controle erótico. Augustus me gira e estamos nos fitando por um espelho com seu reglexo atrás de mim.

-Olhe como você está bonita! Tem que amar o seu corpo, é ele que te dá prazer e me agrada!

Esse jogo turbulento começa a me deixar reflexiva. O sabor do proibido está me excitando e quero percorrê-lo. Ele tira um tapa olho do bolso das calças e me venda. O silêncio me deixa ansiosa mas meus mamilos estão enrijecidos. Ele repete o que fez na primeira vez, amarrando-me na cadeira e meu sexo está exposto a seu dispor. Ouço seus passos se afastar e a porta bater: Ah, não! Ficarei de castigo outra vez?

Não tenho ideia de quanto tempo estou aqui, mas consegui me concentrar em mim mesma e sinto meu estômago roncar. Ouço o ranger da porta, e um cheiro agradável de comida no ar. Ele arrasta alguma coisa, acho que é uma cadeira, quando sinto sua respiração na pele. De repente algo fresco , vivo, toca-me. É molhado, grudento, guiado por suas mãos que se arrastam pela minha barriga, deslizando pelos meus seios e encontram meus lábios.

-chupe!

Sinto o gosto da laranja misturando com o sabor de minha pele, e o caldo da laranja desce arranhando minha garganta. Um de seus dedos afunda em meu sexo levando a minha boca, ordenando que eu chupe. Seu dedo está úmido pelo meu próprio desejo. Sinto sua respiração no meu ouvido.
-Você ainda não me conhece! Nadinhaaa!

Ele se afasta e o percebo sentando novamente à minha frente e um cheiro forte de algo assado ou cozido, exala no ar.

-Guiarei seu prazer pelo paladar, precisará esquecer seus antigos hábitos!

Ao cheiro , meu estômago se contrai e ao pensar em comer carne de animal, é repugnante.

-Esqueça todas as experiências passadas! Existem vinte aminoácidos presente na carne vermelha essencial para o organismo. Enquanto não adquirir uma educação alimentar equilibrada, não poderá excluir a carne da sua dieta.

Ele ordena que eu abra a boca e começe a mastigar uma carne mole que se dissolve na minha língua. O gosto é intrigante misturado com o de laranja. Engulo com receios e não foi tão ruim assim, é como se eu soubesse que estava sendo sugada por seu olhar magnético que me deixa excitada. Ele me alimenta com mais um pedaço de carne. Na terceira garfada sinto outro sabor, parece carne crua, mastigo reprimindo uma careta.

-Saboreie, sinta o gosto da carne, parece crua mas não é Lexi!

E espalha um molho nos meus lábios, minha língua se desliza em volta. Ouço sua respiração ofegante como um sibilo.
Outro pedaço de carne está em minha boca que se mistura com o gosto do molho.
-Não significa que não gostou de algo na primeira vez, que não gostará na segunda!

Dessa vez saboreio a carne com mais prazer, o proibido, quebrar minhas regras, e tinha até esquecido os cheiro de carne, é uma experiência feroz, primitiva, quase selvagem. Estou gostando de ser alimentada, assim, indefesa.
De repente perco o controle e qualquer coisa que ele planejar, quero que se faça. Talvez até ele esteja com um sorriso perverso.
Augustus termina de me alimentar e retira as vendas do meus olhos. Sentindo-me dominada, fecho as pálpebras na luz fraca do quarto, não sintonizo direito minha visão. Aos poucos meus olhos se acostumam e tudo parece mais ampliado, como se eu tivesse voltado de um sonho, um lugar que me protegia, e meus olhos encontram os dele com um medo de quebrar o encanto. Ele está me olhando com uma concisão natural e potente, uma admiração muda. Augustuss me desprende da cadeira e não questiona, libera-me e ordena que eu tome um banho e repouse.
A experiência de comer carne novamente foi incrível, maravilhosa. Estou rindo sozinha por dentro, e antes de sair, ele ergue meu queixo , dizendo:

-Isso foi só uma amostra!

Suas palavras me fazem voltar do meu turbilhão de pensamentos e aquele cheiro de carne me fará companhia por muito tempo pela experiência maravilhosa: "Paladar e prazer dos seus toques, Se tornou meu veneno, controlando o meu corpo"

(Gurias, bora comentar. Acima de 30 comentários mais um capítulo inebriante)

Toques de Aço - Porque eu disse simOnde histórias criam vida. Descubra agora