Entre o céu e o inferno - A gênese do fim

Capítulo XXVIII - Revelações que os sonhos não trazem

"Não! Não o mate, por favor!"

Os gritos quebraram a concentração de Matheus que viu uma garota punk de cabelos negros e mexa vermelha cruzar aquele cenário caótico e se jogar sobre o corpo de Killer ficando entre ele e a estaca de aço.

"Hellen! Saia daqui!" Rosnava a fera tentando se libertar, mas suas forças já haviam se esgotado.

"Quem é você?" Perguntou Matheus um tanto confuso e surpreso.

"A garota do bar..." Gemeu Daniel abrindo os olhos despertando de seu estado inconsciente.

"Quem?". Perguntou Amanda olhando para Daniel e em seguida para a jovem que arriscava a própria vida por aquela besta assassina.

"Sou a irmã dele. Por favor, Killer não queria fazer tudo isso. A esmeralda não é para ele!". Ela gritou com os olhos cheios de lágrimas.

"O que? Ele não a quer para se transformar em um demônio completo?" Perguntou Matheus completamente assustado.

Não! Ele está fazendo tudo isso por mim! Ela continuava estérica gritando com Matheus.

"Então você é o demônio dos sonhos de Amanda?" Matheus perguntava tentando entender tudo aquilo.

"Eu e Killer somos filhos de um mesmo Demônio. Enquanto ele adquiriu os poderes de nosso pai, eu herdei sua maldição... O toque da morte, tudo o que eu toco morre... Tudo o que Killer queria fazer era me libertar dessa maldita herança!"

"Mas... Depois ele usaria seu poder em si mesmo..."

"Não! O poder da Esmeralda está no fim, ela só pode ser utilizada mais uma vez..." Dizia a garota desesperada com seu irmão diante da morte.

Matheus ficou perplexo com tudo o que Hellen havia dito, Amanda ajudava Daniel a se levantar e ambos foram na direção dele que ficou parado introspectivo até que após alguns segundos desfez seu poder sobre os metais que foram ao chão, inertes.

"Obrigado..." Disse Hellen aliviada abaixando os braços e chorando como a criança que é.

"Mas ele matou Simon..." Daniel gritou com as poucas forças que tinha.

"A ordem de Miguel sempre nos caçou! Simon tentou me matar e a Killer inúmeras vezes!" Desabafava Hellen em defesa de seu irmão.

"Chega!" Gritou Matheus pegando a Esmeralda de Rafael no chão. Acabou! Completou mantendo o tom de voz e a expressão séria.

"Bastardo intrometido tinha que estragar tudo?"

A voz veio do meio das chamas, e entre os destroços daquele cenário de guerra sobre a ponte, surgiu Dalila arrastando a irmã pelo braço como se fosse uma bola de ferro acorrentada ao seu corpo. Matheus reconheceu facilmente pelo estilo próprio, mas assustou-se com a expressão maligna incomum ao rosto de Dalila.

"Você! É você que desencadeou tudo isso!" Matheus começava a entender os fatos ao olhar aquela mulher que outrora era uma doce vítima e agora se mostrava a mais venenosa das serpentes.

"Sim! Fui eu quem planejou tudo isso!" Disse Dalila com a face diabolicamente enfurecida enquanto arrastava a irmã inconsciente no chão pelo braço, fazendo uma força considerável.

"Por quê?" Matheus perguntou com a face surpresa ao ver a postura e olhar de Dalila.

"Não é obvio? Nunca lamentei minha condição enquanto encarnação de Beselee. Meu único incomodo é a condição de dependência para com minha irmã!" A face se distorcia e a voz começava a se alterar em um tom pesado e diabólico.