Capítulo Vinte e Nove

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Kaleo
Eu estava muito feliz, estávamos cada vez mais unidos. Eu passava tanto tempo com ela quanto eu podia, e aos poucos mostrava a ela meu outro lado, eu havia contado a ela que havia humanos vivendo conosco e ela ficou positivamente surpresa.
Sentavamos nas pedras e eu chamava meus amigos, que vinham felizes cumprimentá-la, eles amavam a atenção de uma nova companhia.
- Vamos nadar, Angie? - sugeri e seus olhos brilharam como duas jóias quando ela assentiu.
- Prometo que seus olhos não vão arder.- Falei, tocando eu rosto.
- Confio em você - ela disse simplesmente.
Fomos além da parte rasa e quando a tomei em meus braços, girei com ela abraçada a mim, e deixei acontecer. Rocei minha cauda em suas pernas nuas, e ela estremeceu, mas notei que sorria, e então ela olhou para mim.
Ela me fitava sem piscar, absorvendo as mudanças eu acho, depois ela me tocou, no rosto e em meus cabelos, minhas mãos onde pequenas escamas cor da pele e surgiam e onde os ossos dos dedos ficavam mais pronunciados.
Segurei a firme, e começamos a nadar, com vários golfinhos ao nosso redor. De tempos em tempos eu a levava à superfície, para tomar fôlego, mas isso era cada vez menos frequente.
Eu ainda não contara isso a ela, mas ao passar tanto tempo comigo, até mesmo ao me beijar, ela absorvia algumas habilidades sem querer.
Havia realmente uma forma de torná-la alguém como eu, era um ritual sagrado de emparelhamento, onde ela estaria ligada à mim para sempre, e eu esperava que ela aceitasse, mas ainda era cedo.
Eu jamais imaginei que estaria tão feliz assim, achava que tinha uma vida perfeita. Eu estava enganado, e finalmente encontrara algo pelo qual valia a pena viver.
Quando voltamos à praia, eu contei a ela que minha irmã queria conhecê-la, e ela achou a idéia ótima, ao chegarmos no loft nos secamos no pequeno vestíbulo e ouvimos o barulho da TV ligada. Eu apenas revirei os olhos e Angie riu, divertida.
Ela havia trazido uma muda de roupas, então eu a deixei se trocando e fui ver a bomba relógio que era minha irmã.
Estava com os cabelos vermelhos hoje, presos em um coque bagunçado, uma camiseta do mesmo ton dos cabelos e uma calça jeans justa. Os pés en cima da minha mesa de centro, os dedos das mãos rolando ligeiros pelo controle da TV entre os filmes do telecine, um balde de pipoca no colo e um refri na outra mão.
-E aí mano? - eu mal entendi o que dizia, com a boca cheia de pipoca. E por falar em má influência.
- Hey, -eu disse- já ouviu falar em respeito pelo dono da casa?
- Claro -ela sorriu matreira- mas se tem uma coisa que não tenho nem um pingo, é respeito.
-Nem se nota.
-Pois é né? - ela gesticulou para seu rosto- Você só olha esse rostinho angelical e vê a imagem da inocência. - disse ela, arregalando os olhos para dramatizar. Ainda estávamos rindo quando Angelina veio se juntar a nós.
-Olá -ela disse estendendo a mão. - Você deve ser Kaya, muito prazer.
Kaya olhou sua mão estendida com desprezo  e eu já me preparava pra falar um monte, então ela calmamente colocou o balde de pipoca, o refri e o controle na mesinha, limpou a boca como um marinheiro e tirou uma sujeira invisível da roupa. De repente se jogou na Angelina, abraçando a e ignorando sua mão estendida.
- Olá irmã, até que enfim esse chato me deixou finalmente vê la! Não  acredite em tudo que ele diz de mim- ela cochichou- é tudo mentira.
Angelina apenas riu, surpreendida.
Ah não, pensei. Essas duas ninguém segurava...

O Filho do Mar🌊🐠A Child Of Sea Book One🐙{Concluído}🌊Onde histórias criam vida. Descubra agora