Capítulo Vinte e Quatro

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☆Angelina☆
Kaleo não apareceu para me buscar.
Eu saía da aula às 16hs. Esperei ele até as 18hs, então finalmente decidi ir para o ponto de ônibus. Não tinha idéia do que estava acontecendo, se ele teve alguma emergência ou pior, havia esquecido de mim.
Estava pensando em várias possíveis causas quando um carro parou ao meu lado e baixou o vidro da janela do motorista.
-Senhorita Fiore, posso lhe oferecer uma carona?
Baixei o rosto no nível da janela ao reconhecer a voz.
-Obrigada, mas não.
-Ah que isso,- ele apontou para trás de nós com o polegar - se eu quisesse rapta la o lugar não seria tão óbvio.
Olhei para trás e vi que de fato, tinha algumas pessoas encarando boquiabertas.
-Ok, então.
Se ele quisesse mesmo me raptar, pelo menos havia testemunhas.
Entrei no carro supercaro e coloquei minha bolsa no chão com cuidado. Notei que um cheiro sutil de colônia masculina envolvia o pequeno espaço de couro negro, ajustei o cinto e olhei pela janela. Ele cantarolava baixinho uma música que tocava no rádio, batucando com os dedos no volante.
-Qual seu primeiro nome?- ele perguntou.
-Angelina- olhei o distraidamente.
-Nome bonito, diferente. Quero dizer, já conheci muitas Angelas e Angélicas, mas Angelina é incomum.- Ele sorri.
Dou de ombros e quando olho de volta pelo pára-brisa, avisto a lanchonete fast-food onde tinha estado com Kaleo na noite anterior e meu coração se apertou de tristeza, "cadê você, Kal?"
-Se importa de pararmos por um instante?- Carrick perguntou.
-Não, tudo bem.- Afinal estávamos em seu carro.
Ele pediu hambúrgueres e batatas com coca cola, virou para mim e disse:
-Já que eu não posso convida la para jantar um dia, me acompanha nessa refeição?
Desviei os olhos, pensando numa fuga rápida, mas ele se adiantou.
-Por favor, caso contrário eu terei de comer sozinho.
-Tudo bem. - falei.
Tinha lido sobre o acidente que vitimou seus pais, e não pude dizer não.
Comemos em silêncio, e parece que devorei o meu sanduíche em segundos.
Quando terminamos, ele pegou dois sorvetes e disse:
-Nada melhor que sorvete para curar uma triteza.
Olhei o incrédula.
-Tomara.
Desconfiava que nem todo o sorvete da Itália me abrandava quando estava zangada.
O pior era que tinha o péssimo hábito de descontar no primeiro que aparecia pela frente.
Seguimos para a direção de casa, ele perguntou como iam as aulas, se eu estava me habituando e eu dava respostas monossilabicas.
Depois me senti mal por estar agindo daquele jeito e tentei realmente prestar atenção, mas Kaleo não me saía da cabeça.
Dei a ele meu endereço e em poucos minutos chegamos.
Ele estacionou e dissemos em sincronia.
-Obrigada.
-Obrigado.
Rimos e eu perguntei sobre o que ele estava agradecendo e ele disse que era pelo jantar, e a companhia.
- De nada- falei. -Obrigada pela carona.
- O prazer foi todo meu- ronronou antes de partir. Novamente a imagem de uma perigosa pantera me veio à mente.
Eu esperava que Kaleo não ficasse muito chateado por isso, de certa forma foi ele que me colocou nesta situação...

O Filho do Mar🌊🐠A Child Of Sea Book One🐙{Concluído}🌊Onde histórias criam vida. Descubra agora