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F I N L E Y

O despertador tocou e eu automaticamente me levanto assustada pelo barulho irritante. George ao meu lado resmunga denunciando sua irritação logo pela manhã e isso faz com que eu solte um risadinha baixa. Pela primeira vez em tempos, nós dois acordamos cedo a pedido meu, ou melhor, por causa dos meus planos. Ele não sabia a onde eu estava indo e eu também não fazia questão de contar, até porque eu planejava que fosse uma surpresa.

— Questiono-me se isso vai ser bom para o meu desempenho como escritor — ele diz, grogue e bufa enquanto passa uma das mãos pela minha cintura. — Vou ligar o computador assim que terminarmos o café, Fin.

— Não acho que vou poder tomar café com você — viro-me de frente para George e inspiro seu perfume de fragrância amadeirada que eu tanto gostava. — Quero chegar cedo para comprar meus materiais e de lá eu vou para o ateliê. Vou passar a tarde lá.

Era uma mentirinha do bem e seria por uma boa causa. Tenho certeza que ele vai adorar o resultado final da nossa futura casa quando Zayn terminar seu trabalho. Eu estava muito ansiosa e contava os segundos para poder ir até lá. Eu almejei isso por anos, e agora saber que tudo estava se encaminhando do jeito que eu queria, do jeito que sempre sonhei, parecia surreal. Parece ser bobo, mas traçar metas e ter certeza de que eu estou conquistando cada uma delas, me deixava feliz.

Beijo a ponta do nariz de George e sorrio de lado enquanto me desprendo de seus braços. Não demoro muito no banheiro, muito menos para escolher minha roupa. Quando retorno ao quarto, ele não estava mais lá.

— Segunda parte? — pergunto assim que chego na cozinha, aproximando-me dele e beijando seus cabelos ruivos. George tinha os cabelos tão vermelhos, que às vezes não me conformava por ele ser assim, com uma beleza tão pura. Acho que me encantei pelo seu charme e seu jeito durão. Ele era muito mais forte do que eu, e esse era outro ponto que me irritava: George deveria ser mais sensível, ainda mais por ser escritor e abordar tantos temas em suas diversas histórias. — Mal posso esperar — pego um pãozinho e coloco queijo. Mordi uma quantia exagerada e murmuro. Estava com fome.

— Estive pensando no nome já. Talvez ''Ódio e gelo'' — George diz e faz aspas com a mão sorrindo animado. — Mas... estou em dúvida. Preciso pensar.

— Podemos discutir isso depois — termino de comer meu pão e volto até o quarto atrás do meu óculos. — Antes das quatro vou estar aqui. Juro.

Ele assente e me olha por breves segundos antes de voltar sua atenção no computador. Se ele queria tempo para escrever, eu daria.

— Talvez eu vá almoçar na casa dos seus pais —ele diz baixo. — Seu pai tem me dado boas dicas. Gosto de absorver o possível.

— Certo, baby.

Rapidamente entro no carro e sigo em direção ao meu lugar favorito para materiais de pintura. Zayn e eu tínhamos feito um trato de que os materiais seriam comprados por mim, de forma que isso servisse como parte do pagamento. Ele não tinha cobrado caro, pelo contrário, fora um preço tão inferior que eu fiz questão de dar os materiais como um presente. Relutante, ele aceitou depois que eu insisti muito pelo telefone. Zayn era complicado, e eu pude perceber logo pela primeira vez que nós conversamos.

A lojinha de artes, ficava no Brooklyn, um lugar completamente aconchegante e que tinha uma atendente muito simpática e divertida, que das poucas vezes quando estive lá depois da morte do Sr. Bobby, me tratou genuinamente bem.

Escolho os produtos a dedo, observando a marca, quantidade, tudo a maneira que Zayn escreveu com a sua letra garranchada. Eu até diria que sua letra era bonita, mas só depois que eu realmente tivesse acordado. Segundo meu relógio, marcava seis e vinte e seis, o que me deixou um pouco surpresa, ainda mais por não ter notado que a lojinha tinha aberto cedo. Acho que estou entretida demais com isso e não estou percebendo nada ao meu redor.

Painter | Zayn Malik (concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora