Já se fazia horas que eu estava mexendo no canterio, só havia parado para preparar nosso almoço e comer um pouco de arroz com feijão. Não sentia muita fome, até porque meu interesse no jardim aumentou quando vi o coreto pronto e com as trepadeiras que havia pedido desde o começo. Eu confiava muito no trabalho dos jardineiros, mas eu também gostava de fazer isso. Acho que papai me influenciou muito, principalmente por nos instigar a ter um contato maior com a natureza para fins criativos.Tapo o penúltimo buraco e suspiro aliviada. Estava quase lá.
A minha frente, estavam todos os canteiros de cenouras e rabanetes que eu arquitetei em mente. Pelo meu pedido, um pequeno espaço foi deixado ao lado dos pés de rosa e bem ali, eu pude plantar o rabanete e a cenoura.
— Finley, por que você não me acordou antes? — sou tirada dos meus pensamentos quando Zayn aparece fazendo sombra para mim. — Deveria ter me chamado e...
O corto.
— Zayn, pare de ser tão chato — rebato. — Você estava com sono e dormiu. Só isso. É normal.
Seus olhos incontroláveis se reviraram e eu neguei com a cabeça voltando a cavar o último buraco do canteiro de cenouras.
— Eu vou terminar o que comecei — ele diz e dá as costas, mas antes que entrasse para dentro, o chamo.
— Acho que a comida ainda está quente — Zayn para de andar e vira-se me encarando paciente. Pude perceber que ele deu uma leve olhada no quintal antes de dar atenção para mim. — Quer que eu arrume pra você?
Ele nega rindo.
— Finley, não se preocupe com isso, por favor — nesse mesmo instante, ele coloca a mão na barriga.
Ergo a sobrancelha esquerda e debocho convencida.
— Está com fome! — exclamo. — Vou arrumar pra você.
— O quê?— Zayn resmunga. — Finley, não!
Passo por ele, empurrando seu ombro de brincadeira e entro na cozinha, indo em direção ao microondas. Preparo um prato cheio e coloco para esquentar durante um minuto. Zayn resmungou durante todo esse tempo, porém eu apenas ignorei e peguei dois copos para enchê-los com água. O microondas apita e rapidamente tirei o prato. Antes de entregar a refeição ao Zayn, entreguei um garfo, uma faca e empurrei o copo com água para ele, seguido do prato.
Ele continuava a me encarar, como se não acreditasse ainda no que eu estava fazendo.
— Zayn, é só um almoço, posso descontar se você quiser — falo seca.
— Melhor assim — e senta puxando o prato para si.
Despreocupado com a vida, Zayn come lentamente, parecendo saborear cada garfada. Ele tinha mesmo gostado da minha comida ou só estava sonolento? E o mais engraçado, ele parecia não notar minha presença ali. Isso me irritou.
— Quanto tempo você trabalha com pintura? —pergunto, depois de muito tentar segurar o silêncio.
Zayn fixamente me encara, mas volta a comer ignorando completamente minha presença.
— Desde criança — minutos depois, ele responde. — E você?
Foi surpresa para mim ouvindo Zayn perguntar de volta, honestamente.
— O mesmo — respondo. — Só aprimorei mesmo na faculdade.
— Você é parisiense? — ele indaga ainda sem me olhar. — Tem o sotaque diferente, não sei. Lembra muito o sotaque francês.
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Painter | Zayn Malik (concluída)
FanfictionDois artistas. Um amor. Pincéis e tintas. Traições. Um único propósito: a arte. Copyright, © 2018. Inc. All rights reserved.