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F I N L E Y

22 minutos antes...

Eu tinha entrado no escritório de George atrás de uma caneta, porque eu simplesmente não estava achando uma sequer nos outros cômodos da casa. Nós sairíamos em alguns minutos e eu precisava escrever umas anotações no meu caderno durante o voo.

O copo onde ficavam as canetas não se encontrava sobre a mesa, então muito provavelmente estariam nas gavetas da escrivaninha. Quando abri a primeira vi somente papéis, quando abri a segunda minhas sobrancelhas uniram-se ao ver o que tinha ali. Minhas mãos tremeram ao tocar as polaroides dobradas de forma proposital. Um relance passou pela minha mente quando as deixei dentro do livro e sai para a prova do vestido sem nem perceber que isso tinha sido uma tremenda falta de atenção da minha parte. Meu coração doeu vendo as pequenas fotos de Zayn sorridente, feliz e irradiando uma luz única naqueles momentos mais do que especiais. Não pude conter as lágrimas que escorreram desgovernadas pelas minhas bochechas. Durante a viagem meus pensamentos eram dele, em cada lugar de Marrocos, desde os pontos históricos as feiras de pulgas, que com certeza ele adoraria. Mesmo que eu evitasse, tudo me trazia de volta ao que vivemos juntos. Acontecia. Naturalmente.

Sentei-me na poltrona, respirando pesado, soluçando e tremendo como uma boba. Uma boba apaixonada, essa era a verdade.

E George sabia disso, porque ele descobriu.

O motivo de suas estranhezas na última semana fora minha infidelidade.

O que eu poderia fazer? Renegar meus sentimentos? Fingir? Eu era péssima fingindo. Não era justo com ele, nem comigo. Tantos os conselhos de papai sobre adequar-se a realidade para ser verdadeiro...

Meu coração sabia disso.

Peguei as fotos novamente, encarando-as. Acabei sorrindo, nervosa. Havia acumulado esses sentimentos avassaladores, quando na verdade, deveria ter os sentido e sido honesta. Meu celular estava em minhas mãos, então procurei pelo contato de meu pai, e liguei sem hesitação.

— Papai?

— Finley, querida! Ansiosa? — ele perguntou, entusiasmado. Logo sua voz se tornou descontente, pois ouviu meus soluços incontroláveis. — Ah, minha filha, o que aconteceu?

Ele esperou paciente pela minha resposta. Respirei fundo, secando meu queixo com as mãos, contendo as lágrimas e expirei, desabafando.

— Eu o amo. Eu amo o Zayn e quero ter uma vida ao lado dele, pai. Quero estar com ele, trabalhar com ele, viver com ele... Apenas isso.

— Se te faz feliz, Finley, veja só, se te faz feliz, — meu pai fez uma pequena pausa, parecia sorrir do outro lado. — Faça o que for necessário para ter isso com você. Não pense demais. Encontre Zayn, fale com o garoto e nunca pare de amar.

Eu ri, sem parar. Acreditava que nunca tinha tomado uma decisão tão correta e rápida em toda a minha vida.

— Não demore, Finn — completou, antes que eu finalizasse a chamada e corresse para meu quarto com as polaroides ainda em mãos.

Abri uma das malas que estavam prontas para serem levadas para o carro e joguei as fotos lá dentro. Os minutos foram importantes para que eu pudesse terminar de me arrumar para descer, enquanto isso, eu mapeava tudo o que faria em seguida logo que eu colocasse os pés dentro do aeroporto de Nova York. Por obra do destino, George ficaria mais um tempo em casa porque segundo ele, ainda tinha pendências no The New York Times para resolver. Estranhamente, George não parava de falar sobre isso e em muitos momentos da lua de mel, ele atendia o celular para discutir com a editora que publicaria seu novo livro. Ignorei tudo, parecíamos bem, mas agora... as palavras de Zayn no dia que fugimos para fora da cidade, de certa forma, cogitavam meus pensamentos.

Painter | Zayn Malik (concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora