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F I N L E Y

Pousei a xícara de chá sobre a mesa e respirei fundo, enquanto checava meu celular frustrada. Eu ainda não tinha falado com George pois, temia que ele estaria bravo ou chateado por tê-lo esquecido ontem a tarde.

Depois que almocei com Zayn e cheguei em casa, decidi ir até minha galeria passar o restante do dia finalizando uma escultura que eu estava trabalhando há alguns meses. George, com toda certeza, estaria se programando para o seminário de uma semana e eu não estava a fim de atrapalhá-lo ou deixá-lo impaciente. Acima de tudo, eu privava sua saúde mental, na qual era extremamente importante para sua escrita. É claro que eu me desculpei com um pequeno textinho, no entanto, uma parte da minha consciência me cobrava incessantemente, já a outra parte me mostrava que de todo, isso ter acontecido não tinha sido tão ruim. Meu noivo não deu a mínima para a semana de arte, o que me deixou triste, principalmente porque nós planejamos ir em todas as exposições no último mês, e justo agora ele decidiu ir para esse seminário. De qualquer maneira, se isso o faria feliz, ele tinha todo o direito de ir. Por outro lado, Zayn tinha me acompanhado durante a manhã toda. Ele parecia tão descontraído, divertido e animado. Obviamente, eu não sabia metade da sua vida, mas nós tínhamos algo em comum... nós éramos artistas e isso tornava a convivência mais fácil. Apesar dos pesares, de Zayn ser evasivo, chato e bobo, no fundo ele era uma boa pessoa e adorava arte, eu podia sentir isso.

Senti meu telefone vibrar e automaticamente o peguei, checando o ecrã e sentindo um alívio ao ver que George estava me ligando.

— Querido — eu disse, depois de ouvir sua voz.

— Oi, Finn, preciso ser bem breve, porque agora eu estou saindo para a recepção do seminário — ele disse calmo. — Não se preocupe com nada, certo? Prometo retornar daqui algumas horas.

— Não está chateado? — perguntei imediatamente. — Eu só...

— Querida, juro, não se preocupe— George me interrompeu. — Eu realmente preciso ir.

— Claro. Tudo bem. Te amo, George.

Percebi um leve sorriso se formar do outro lado da linha.

— Também, Finley.

E desligou.

De certa forma, eu estava menos desesperada do que antes.

Ter passado a manhã toda com Zayn, tinha tirado toda a minha noção de hora e espaço. Zayn era inteligente demais e aquela exposição aflorou tudo isso, tudo e mais um pouco. Suas percepções sobre a vida eram extraordinárias, cheias de conceitos, perspectivas. Eu fiquei encantada e mais curiosa, e muito mais tentada a conhecê-lo.

Mas agora eu precisava terminar meu café e ir para a galeria trabalhar. A semana estava cheia de coisas para fazer, para ir visitar, com certeza eu teria tempo o suficiente para chamar Zayn para as outras exposições.

Desço do carro e sorrio de volta para algumas pessoas que acenavam enquanto passavam por mim. Era terça-feira, e por incrível que pareça, as pessoas estavam felizes. Nova York, muitas vezes, era séria demais, e isso me frustrava. Paris tinha sido mais alegre nos tempos que vivi por lá.

— Bom dia, bom dia — acenei de volta para uma senhora, antes de abrir a porta da galeria e entrar.

Faltava uma hora para que a oficina de arte começasse. Eu estava planejando isso há semanas e não poderia estar mais feliz. Quando publiquei os anúncios na internet, em duas semanas já havia conseguido um time de doze crianças pelos próximos dias.

As aulas se consistiam em uma pequena atividade com o intuito de trabalhar a criatividade das crianças. Papai tinha adorado a ideia, George também, inclusive ele me ajudaria na próxima semana, já minha mãe não tinha gostado disso. Tentei ignorá-la, mas ela era muito persuasiva quando queria.

Painter | Zayn Malik (concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora