Terminamos o que foi provavelmente o melhor piquenique noturno da história, ou talvez o melhor piquenique no geral.
Ele abre a porta e pede que eu passe primeiro. Eu passo e seguro sua mão pra que me acompanhe.
Ele pede pra que não andemos de mãos dadas ainda.
- Por quê?
- Diego.
Nos primeiros dois segundos eu não entendo, mas logo no seguinte tudo parece fazer sentido. O choro, a "permissão" pra que eu fosse encontrar Alex. Tudo.- Então, o segredo é que o Diego gosta de você?
Ele assente demonstrando um pouco de tristeza.
- Tudo bem.
Eu beijo a mão dele antes de soltar, como uma forma de retribuir o que ele havia dado na minha antes do jantar.Descemos as escadas bem próximos um do outro, mesmo sem poder dar as mãos, como um imã que está sendo separado de um metal por algo. Infelizmente nessa metáfora o "algo" é Diego. Isso me deixa um pouco mal, porque o Diego é legal demais pra isso. Ele não tentou me impedir de ir encontrar o menino que ele gosta, justamente porque ele sabia que aquilo deixaria o menino em questão feliz. Não é algo que qualquer um faria. Não é algo que um "algo" faria. E talvez seja exatamente por isso que o Alex não quer que a gente apareça de mãos dadas hoje. Pra o Diego não sofrer ainda mais. Eu acho que ele tem esperança de que o tempo vá curar todo esse sentimento e deixar as coisas melhores. Eu tenho certeza que já li ou ouvi em algum lugar que o tempo é o melhor remédio pra as dores do coração. E no momento eu espero que isso seja verdade. Pelo Diego.
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Azul de quase noite
Teen FictionLucas se vê do dia para a noite em um grande recomeço em todas as áreas de sua vida. Nova cidade, nova escola, novos amigos, e dois penetrantes olhos azuis, que fazem com que seu coração bata mais rápido e mais forte.