Episódio XII: É muito estranho, mas, estou tão feliz que não me importo.

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Lottie não vai fingir que não é esquisito acordar espremida contra o guarda-roupas, porque é, bastante. É muito desconfortável dormir na última cama da triliche. Mas, quando ela olha para Doris, com seus cabelos ruivos enrolados e espalhados por todo o travesseiro fofinho, a boca aberta babando toda a fronha rosa florida, ela sabe que tudo bem fazer esse esforço por enquanto, porque sua irmã está tranquila e dormindo bem.

Seus irmãozinhos estão felizes.

Ela sente que está fazendo um bom trabalho na criação de ambos porque mesmo quando eles se depararam com a sala pequena e o quarto pequeno a única reclamação, que veio de Ernest, foi "eu não terei força o suficiente para arrastar esse sofá quando quisermos dançar aqui". A casa deles não era enorme, mas, é uma mudança significativa, ela mesma se sente numa gaiola por enquanto, então, é absolutamente incrível que eles não tenham feito birra ou algo do tipo.

Louis e ela ainda precisam conversar sobre o investimento em uma casa com pelo menos dois quartos para os gêmeos e os dois mais velhos dividirem, contudo, a casa de Doncaster precisa ser vendida primeiro. Lottie decide que vai pensar em coisas de adulta apenas quando tirar seu babydoll da Barbie de seu corpo sonolento e seus irmãos estiverem no pé do balcão para tomar achocolatado ou comer cereal com leite.

Ela se desvencilha do edredom e sai do quarto com os pés descalços bem devagar para não fazer barulho e acordar os pequenos. Ela não sabe que horas são, mas, quando chega na cozinha sabe que passou das 8h e seu irmão mais velho está na faculdade porque Niall está sozinho no balcão, digitando como uma britadeira em seu notebook enquanto come o que parece ser um sanduíche de dois andares de presunto, queijo, tomates, alface, picles e mais algumas coisas que a garota não consegue identificar.

Louis contratou um babá?

— O que você tá fazendo aqui, Horan? — Ela pergunta com a voz grossa e falhada, coçando os olhos e bocejando em seguida, sentindo um gosto ruim na boca.

Gente normal tem bafo matinal, nada demais.

— Estou comendo. — Ele responde em seguida da mordida em seu sanduíche. O molho escorre um pouco para sua camiseta vermelha, mas, ele não parece se importar. Assim como, aparentemente, não se importou em arrumar seu cabelo, todos os fios estão emaranhados e secos.

— Louis pediu pra você cuidar da gente? Esse idiota sabe que eu cuido deles sozinha há mais de um ano? E que eu tenho 18?

— Não, eu me ofereci.

— Por que? Você está de férias! — Ela questiona, incrédula, enquanto enrola seu cabelo loiro, prendendo-o com os próprios fios em um coque extremamente mal feito. Ela caminha até o armário da cozinha para tirar uma escova de dentes nova que Louis disse que está lá. — Sua ideia de diversão é cuidar de crianças de cinco anos?

— Talvez seja — O loiro ri de boca cheia com lgumas alfaces saindo para fora enquanto ele mastiga. — Não queria ficar sozinho no apartamento.

Lottie continua olhando suspeita. Sai da cozinha com sua nova escova amarela dos Minions pronta para ir fazer suas precisões matinais no banheiro.

Seu irmão tem a mentalidade de um neném, puta que pariu.

— Não que eu não goste de companhia — Ela o fita com os olhos azuis semicerrados. —, quer dizer, geralmente não gosto mesmo. Niall... Por que?

— Vocês da família Tomlinson estão sempre desconfiando das atitudes das pessoas?

— Sim.

— Okay... — Ele limpa o molho de tomate do rosto e fecha o notebook, dando atenção à Lottie completamente. Tomando um momento de coragem antes de revelar qual a sua verdadeira intenção ao pedir a chave de Louis naquela manhã. O que também arrancou um olhar de desconfiança do amigo, mas, que tão apressado e agradecido por todos os favores de Horan, foi logo entregando seu molho de chaves no chaveiro de pompom azul. — Eu quero te chamar para sair.

Once in Goldenville | Larry StylinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora