A BALCONISTA

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DAY

Dayane está sentada na cama com o cabelo amassado de tanto dormir, ela esfrega a mão na cabeça de Bill — Cada dia que eu acordo parece que você está maior. Você já é um homenzinho, meu neném cresceu, gente — puxa o gato pro seu colo e o enche de beijos — eu sei o que você vai dizer, Bill, que hoje eu deveria sair de casa, eu sei. Eu prometo que vou tentar, ok?

Ela levanta, no banheiro ela tira a roupa e se olha no espelho.

— Nossa, estou muito magra... Olhas minhas costelas! — ela gira em frente ao espelho analisando seu corpo — E estou com uma cor de que não está saudável... Preciso parar com isso...

Após terminar o banho, ela volta em frente ao espelho e se encara de novo, olha seus dentes, os dentes estão ok. Ela tenta sorrir mas seu sorriso parece ter perdido o jeito, faz tanto tempo que ela não se sente feliz que sua boca perdeu a elasticidade capaz de mostrar os dentes.

Ela decide ir a uma lanchonete comer algo, alguma que ela nunca tenha ido, assim não vai ter lembranças de Caroline e muito menos correr o risco de encontrar com alguém. Ela sente muita necessidade de evitar as pessoas, parece que todo mundo anda com pena dela, parece que todo mundo sabe que Carol está feliz e ela não.

Arg... — Amarga a boca ao pensar nisso.

— Você vai ter que superar a Caroline — diz pra ela mesma se aproximando de sua imagem no espelho — você consegue, já fez isso uma vez. Sobreviveu a Bianca e conseguiu amar de novo, um dia vai acontecer novamente. Eu sei que a pessoa certa pra mim está por aí à minha espera.

Ela veste uma calça e uma camisa mas já está ficando quente novamente, mais um verão se aproxima. Ela odeia. Tira tudo e coloca um short e uma camiseta comprida.

Ela resolve fazer um caminho diferente pra procurar um lugar pra comer. A poucas quadras de sua casa ela encontra uma padaria, meio requenguela, mas ela entra mesmo assim. No balcão há uma moça de costas mexendo na chapa, Day senta e espera a mulher se virar. A garota parece nem perceber que chegou cliente, Dayane, sem se dar conta está olhando pra bunda dela, analisando quando, de repente, a mulher se vira e repara o que ela está fazendo.

Primeiramente ela parece aborrecida mas assim que olha pra Dayane direito que dá um sorrisinho envergonhado a balconista retribui.

— Oi, o que vai querer? — pergunta menos rabugenta.

— Hmm, nunca vim aqui, o que você me sugere? — tenta ser simpática pra amenizar a situação.

— Que você nunca veio aqui eu sei, mas preciso saber o que você gosta de comer pra te indicar alguma coisa.

— Ah... Sim... Certo. Er, como você chama?

— Nicole — diz mais animada.

— Então, Nicole, eu sou geminiana, me ajuda por favor — Day dá outro sorrisinho pra ela.

— Putz, que barra! — caçoa e as duas riem.

— Que tal a gente começar pelo bom e velho pão na chapa?

— Ham... Acho que preciso de mais sustância — diz arregaçando a manga da camiseta mostrando o braço fino pra ela — tô magra demais, pareço doente. Eu pareço doente?

Nicole ri achando Dayane engraçada. Peculiar.

— Você me parece perfeitamente saudável, mas vou te fazer um misto quente no capricho, ok? — disse piscando.

— Pode ser.

Nicole sorri pra ela contente e Dayane retribui com o sorriso mais largo dos últimos meses. Não era muito, mas era mesmo o melhor dos últimos tempos.

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