Desejo e tentação

A VAGABUNDA

Um ano depois...

DAY

Day acorda, deixa Carol dormir mais um pouco enquanto vai até a padaria comprar pão e pó de café pra fazer café da manhã pra elas.
Ela está distraída em seus pensamentos, uma felicidade que enche seu peito, um sorriso na cara gratuito. Day se sente tão feliz, está num momento de sua vida tão incrível que ela sente vontade de sair dando bom dia pra todos que passam por ela. Mas ela apenas respira fundo enquanto olha pro céu e agradece pela vida que Deus deu a ela.

Na padaria ela pega o pó de café e vai até a fila do pão, seus olhos estão fixos no chão, ela se concentra em não sorrir como uma idiota enquanto lembra de Carol nua dormindo a sua espera depois de uma noite incrível. Ela puxa a manga do casaco e leva seu braço ao nariz.
Respira.
O cheiro de Carol está impregnado em sua pele.

- Próximo. - diz a moça do pão.
Uma voz conhecida.
Day sente sua espinha se contorcer.
Ela gira sua cabeça lentamente pra encarar a dona daquela voz.
Ela pousa os olhos no olhar frio e calculista de Nicole. Os pelos do seu corpo se arrepiam, mas é de pavor.
- Oi, gata. Sabia que mais cedo ou mais tarde você ia me procurar.
Day fica confusa. Como assim procurá-la?
Day está tão em choque que permanece calada com os pés fincados no chão como se fossem feitos de cimento.
O pessoal da fila começa a reclamar.
Ela, atordoada, sai da fila sem dizer nada.

Nick corre até ela, a pega pela mão fazendo Day virar pra encará-la.
- Eu saio às 13h.
Day faz força pra conseguir entender o que está acontecendo.
Nick insiste.
- Ah, qual é, Dayane! A gente já brincou disso antes. Te espero as 13h.
Day olha pra ela como quem está enxergando uma completa louca.

Só pode ser uma psicopata. Não é possível. Que mulher doente... Não posso acreditar numa coisa dessa...

- Deixa de ser doente, garota.
Nick levanta as sobrancelhas.
- Não precisa fingir que não veio me procurar, Day. Eu tava contando os dias pra você chegar. Você demorou, aliás.
Nick passa os dedos pelo braço de Day que estão cruzados, até ela bater os olhos em sua aliança.
Sua expressão muda completamente.
- Quem é a vagabunda?
Day afasta sua mão de cima dela.
- Vagabunda aqui só tem você, Nick.
Nick sorri, aquele sorriso safado.
- Que gostoso! Saudade de ouvir você me xingando. Não faz assim aqui que eu te levo pro banheiro.

Day revira os olhos. E faz menção de ir embora. Nick para em sua frente obstruindo o caminho.
- Eu quero saber quem é.
- Você sabe quem é, me deixa ir embora.
Day tenta novamente e Nick a interrompe de novo.
- Você ainda tá com aquela pirralha?
- Aquela pirralha é a mulher da minha vida.
Os olhos de Nick faíscam.
- E eu sou o que então, Dayane?
- Ninguém. Some da minha frente.
Day passa por ela batendo seu ombro no dela.
- Você não perde por esperar, Dayane...
Day finge que não ouviu e segue como um foguete na direção da saída.
- Moça, a senhora tem que pagar pelo saco de café. - Diz a mulher do caixa.
Day tinha até esquecido que estava com o café na mão. Ela apenas o solta no balcão e vai embora.

Em casa Carol estava no banheiro escovando os dentes.
Day entra no banheiro com tudo e a agarra por trás enfiando sua cabeça nos cachos de Carol.
- Ei! Que isso, baby? Tá tudo bem? - Carol fala estranho com a boca cheia de pasta de dente.
Day a abraça apertado e não diz nada.
Carol lava a boca correndo, enxuga com a toalha e se vira pra encarar Day.
Quando ela a olha ela toma um susto.
Day estava tremendo enquanto tinha seus olhos em completo pavor.
- Baby, o que houve?
- Nick.
- O que tem essa vaca?
- Encontrei ela na padaria.
- Você foi até aquela padaria?!
- Não! Eu fui na de sempre. Mas ela tava lá.
- Ela fez algo com você?
- N-não...
-Dayane... - ameaça Carol querendo saber a verdade.
- Ela foi atrás de mim.
- Pra...? - Carol já está puta.
- Pra me dizer umas bostas.
- Dayane, fala logo, caralho!
- Ah... Você sabe, coisas de Nick.
- Dayane... - Carol fecha os olhos e diz seu nome pausadamente. Day sabe que corre perigo.