A noite de núpcias (+18)

235 16 37
                                    


Os recém-casados decidiram voltar tarde para casa, assim não receberiam olhares curiosos. Quando chegaram à porta de entrada de seus quartos, a lua e as estrelas eram a única iluminação, sem que houvesse uma viva alma perambulando pelas ruas do Vale.

Otávio girou a chave, destrancando a porta e parou por alguns segundos, virando-se para Luccino com algo diferente no rosto. Algo que o italiano acreditou ser expectativa.

- Você vai entrar, certo? – A pergunta veio em um misto de nervosismo e euforia.

O mecânico apenas sorriu docemente e assentiu, soltando um "sim" quase inaudível.

O major abriu a porta e, num estalo de insensatez, colocou a chave do quarto em seu bolso, verificou se poderiam ser vistos e tomou Luccino em seus braços, repentinamente. O italiano ria enquanto era carregado nos braços do amado, tanto pela surpresa quanto pela nova sensação que acabara de descobrir e que achou de seu gosto. O militar colocou-o na cama com delicadeza, sorrindo ao ver aquele sorriso apaixonante começando a se mostrar no rosto que tanto amava.

- Eu vou trancar a porta e já volto. – Otávio disse apressadamente, sendo respondido com um aceno mais uma vez.

Ele praticamente correu até a entrada do quarto, a adrenalina pulsando em seu corpo, pela emoção e pelo esforço que fizera. Ele tinha de admitir, Luccino era mais forte do imaginara, o que só aumentava o desejo que já começava a sentir. Certificou-se de que portas e janelas estavam devidamente trancadas e retornou ao quarto. Porém, antes de entrar, respirou fundo, tomando uma pose mais confiante, com o corpo ereto e o peito estufado, impecável como um militar.

Um sorriso de canto de boca surgiu em seus lábios ao se deparar com Luccino de costas já sem o paletó e começando a desabotoar seu colete.

- Por que não deixa que eu faço isso?

O italiano se virou, apenas para encontrar um Otávio completamente diferente do qual estava acostumado. Seu major possuía o mesmo olhar de desejo que mirou sua boca tantas vezes, mas, agora, o olhar se estendia a todo o corpo.

- Com prazer. – Luccino decidiu entrar no jogo, pois estava curioso com o que aquilo poderia significar. Ele tirou as mãos do colete, deixando que pendessem ao lado de seu tronco, em um sinal convidativo.

O militar se aproximou a passos firmes, com o sorriso provocante ainda nos lábios e olhos que encaravam a boca do amado, sem desviar a atenção. Uma de suas mãos foi ao rosto do mecânico, faces perigosamente próximas, enquanto a outra mão terminava de abrir o colete, com Otávio sequer olhando para os botões, seu foco passou a ser as duas orbes negras que o encaravam com curiosidade.

- Você consegue ser ainda mais atraente quando não tem medo de ser confiante, amore mio. – O italiano disse com um sorriso em seus lábios, porém já não era mais um sorriso doce. Era apaixonante, de fato. Mas despertou muito mais desejo do que afeto em seu major.

E Otávio levou aquilo como um sinal para continuar. Ele nunca imaginara que sentir confiança pudesse ser tão exultante. E se viu querendo sentir mais.

Sem pressa alguma, ele retirou o colete que o amado vestia e passou a desabotoar a camisa social, agora, com um pouco mais de rapidez. E, exatamente como esperava, aquela era a última camada de tecido, deixando o peitoral de Luccino parcialmente exposto. A mão que estava na bochecha do italiano passou a deslizar por seu corpo, começando no pescoço e descendo até a barriga, com Otávio sentindo a textura da pele, cada ondulação, os músculos levemente contraídos. E, então, parando no cós da calça. Otávio deixou que um dedo se espreitasse para dentro, puxando o tecido suavemente, rompendo o contato entre a pele do italiano e aquele pedaço da peça de roupa. Mas ele retirou a mão do lugar sem dizer nada, fazendo a expressão do mecânico ir de atrevimento à confusão.

Pra vida toda, amore mioOnde histórias criam vida. Descubra agora