Inevitable

c a p í t u l o 7 :

As primeiras notas saíram no mural do corredor principal. Eu chequei as de cálculo já sabendo que iria bem, assim como as matérias de humanas. Biologia ficava logo à esquerda e eu não tinha coragem de olhar. Um grupo pequeno de alunos foram até o cartaz em busca de suas notas, todos eles sorriram em comemoração e fizeram um tipo de toque em grupo, presumi que todos foram bem.

Suspirei.

Não pode ser tão mal assim, certo?

Afinal, Justin quem fez a minha prova e ele era, aparentemente, muito bom nessa matéria. Ele me tirou várias dúvidas e em uma aula eu aprendi mais do que em toda minha vida acadêmica.

Encarei o cartaz na minha frente e deslizei meu dedo de baixo para cima em busca do meu nome, sorrindo em agradecimento por não ter ficado entre os últimos, mas sim entre o top 3 da sala. Justin estava logo acima de mim com um dez, assim como eu. Li meu nome mais uma vez e digitei uma mensagem para Jenny em comemoração, ela me respondeu no mesmo minuto com vários confetes e um rosto sorrindo.

Eu esperava me dar bem da mesma forma na prova da semana que vem e nos trabalhos que estavam por vir, por conta próprio claro.

Não gastei muito tempo olhando a lista, deveria ter outras pessoas interessadas em vê-la também. Antes de me afastar, olhei por cima do ombro e me surpreendi ao ver que Justin estava logo atrás de mim, e com um sorriso largo. Ele me encarava com os braços cruzados, parecia estar contente. Eu sorri de volta e mordi o lábio inferior, sinalizando com a cabeça para que ele se aproximasse.

–E então, nerd? –Rolei os olhos pelo apelido que me deu. –Qual a sensação de ver o seu primeiro dez de muitos em biologia? –Perguntou olhando pra mim, animado.

–É incrível! –Sorri ainda mais. –Obrigada Justin! –O abracei, envolvendo meus braços em seu pescoço e não querendo soltar após sentir sua mão se enterrando em meu cabelo. Por incrível que pareça, eu gostei bastante da sensação de estar em seus braços, por mais estranho que isso soe nesse momento. Foi um gesto inesperado pra ele, que demorou alguns segundos para reagir e relaxar. Provavelmente um dos nossos primeiros contatos afetivos, assim um com o outro. –Eu espero conseguir um dez por mérito próprio da próxima vez!

–E vai. Só precisamos de mais algumas aulas até a prova e... dez! –Disse após me soltar, olhando para mim. –Qual a sua próxima aula? –Perguntou caminhando ao meu lado.

Havia um grupo de pessoas atrás de nós querendo olhar as notas no mural também, e assim que percebi tratei de caminhar para fora do caminho deles.

–Horário vago. Clint e eu vamos começar a planejar nosso trabalho, ele é minha dupla em calculo I e ele é péssimo, esta repetindo a matéria. –Justin acenou com a cabeça, concordando. –E você?

–Tenho treinamento no laboratório. Têm planos pra depois do almoço?

–Hum, não. –Dei de ombros, estava livre. Provavelmente adiantaria alguma matéria ou leria um livro no meu quarto.

O sinal tocou e os corredores começaram a esvaziar.

–Ótimo. –Justin checou algo em seu celular e me lançou um sorriso. –Me espere na porta do refeitório

–Eu não... . –Beijou o topo da minha cabeça e endireitou a mochila nas costas, dando uma piscada antes de sair correndo pelos corredores. –Maldito!

Bufei alto e fiz meu caminho para a biblioteca, Clint já deveria estar a minha espera. Apressei meus passos e me martirizei por não ter ainda um carro. Chegaria mais rápido nos lugares e os atrasos seriam algo inexistente em minha vida. Ao pisar na biblioteca, fui puxada com força pelo braço quase me esbarrando nas estantes.