Caixas

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Então, como posso dizer isso...

Infelizmente, eu acabo de receber uma mensagem muito, muito trágica!

É uma pena, mas parece que o livro está chegando... chegando ao FIM!

Oh, espera aí, eu ainda não acabei de falar! 

Ou você acha que eu ia embora assim, do nada?

Nós ainda temos mais uma aventura juntos... Eu não iria permitir que você fosse antes de falarmos sobre um assunto muitíssimo curioso, afinal, nós ainda precisamos falar sobre... CAIXAS! E um PROBLEMA! Que na verdade é um DILEMA!

Sim, está na hora, acho que você já teve preparação o suficiente para essa conversa...

Vamos lá!

Finalmente, a discussão filosófica que você esperou a sua vida toda. Você deve se preparar muito bem, porque vamos falar do assunto mais estranho, mais polêmico, mais misterioso e mais precioso da sua vida!

Nós vamos falar sobre... Caixas!

"O quê? Como assim? Caixas? Como isso pode fazer sentido? O Narrador só pode ser louco mesmo, olha só isso aí e mi mi mi mi"

Calma. Tudo vai fazer sentido depois... Me acompanhe:

Caixas são legais, não são?
Podemos precisar de caixas em diversas situações.
Elas possuem diversos tamanhos, cores e formas.
Com tampa, sem tampa.
Lacrada, aberta.
(Eu sempre gostei de caixas, elas são muito interessantes, podemos guardar uma série de objetos em seu interior.)

Imagine uma caixa.

Pode ser de papelão, ou como quiser.

Ela está fechada e você não sabe o que tem dentro dela.

Não podemos abrir, não sabemos o que tem dentro, mas temos que carregar a caixa para SEMPRE.

Agora, imagine:

O que tem dentro dela?

Imagine.

O que tem dentro da caixa?

Será que ela guarda coisas velhas, ou livros, ou tesouros, ou alienígenas, ou panquecas?

Ou será que ela guarda flores, velas, mais livros, ou um gato?

Porque não abrir a caixa?

Isso é muito simples.

Você já parou pra pensar que, as vezes, a caixa pode simplesmente estar VAZIA?

Isso mesmo.

Será que não carregamos caixas vazias?

Por isso nunca abrimos.

É mais fácil carregar uma caixa fechada. Seu conteúdo pode sempre ser imaginado e pensado, reinventado quantas vezes quiser.

Mas, será que deveríamos?

Você abriria a caixa?

Eu abriria a caixa?

Durante nossa jornada falamos sobre diversas coisas, vimos diversos problemas, mas é hora de chegar ao fim (ou ao princípio?) de nosso passeio.

Vimos canecas vazias, passamos pela chuva, fizemos um tour pelo Cérebro e chegamos aqui.

Aqui.

Caixas.

(Espera, aqui onde?)

Não vou me despedir.

Quando sentir saudades saiba que nosso passeio não acabou e nunca acabará. Eu sou uma parte de você.

Eu sou uma parte de sua mente curiosa e atrevida que passou por esse percurso.

Sempre que quiser, trate de esquecer essa coisa toda, voltar do começo e ler tudo como se fosse a primeira vez - tenho certeza de que nada vai ser como antes.

Ao reiniciar o ciclo, verá coisas que não estavam ali - serão as mesmas palavras contando histórias totalmente diferentes.

Enfim, desejo a você tudo o que quiser, flamingos abençoados, trens de carga e horas livres para ouvir o relógio e a pia da cozinha.

Não importa o que você faça agora, mas por favor não se esqueça de comprar caixas de fósforos e encher canecas e tomar banhos de chuva e entrar em cérebros e ser (ou não-ser).

Eis o seu dilema: abrir ou não abrir a caixa?

Com carinho e muita loucura,
O Narrador

Afinal, eu sempre estive aqui e lá.

Eu sempre estou na mente.

O que você ainda faz aqui?

Se gosta tanto da jornada vá até o Começo (fim?) e faça todo o percurso para o Fim (começo?) novamente.

Isso.

Já parou pra pensar que você pode estar aqui imaginando centenas de sentidos filosóficos para tudo, quando isso pode ser apenas um bando de besteiras sem sentido e bobagens sobre caixas?

Ou não?

Sentido.

Ou não.

Pra mim faz.

E pra você?

Qual é a sua versão da história?

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Dilemas, Problemas e Caixas - um livro estranho sobre qualquer coisaOnde histórias criam vida. Descubra agora