A água molha meu casaco,
Posso ouvir meus passos pelo chão.
Aperto minhas roupas para sentir
Os papéis que protejo da chuva.O mundo está embaçado,
Preso em uma escala de cinza.
Ninguém ao meu lado, ninguém na rua,
Só eu e a chuva.Sinto que era importante,
Mas talvez eu não tivesse prestado tanta atenção.
Deveria seguir minha intuição
Se é que ela ainda conta.Eu? Já contei o suficiente,
Hoje voltei só.
Só eu e minha mente,
E o mundo, e a chuva ao meu redor.Eu poderia ter voltado com você,
Mas preferi não ir.
Não dei satisfação,
Hoje eu decidi andar na chuva.E a chuva companheira cai,
Me sinto bem, nem sei porquê.
As ruas me convidam a pensar ,
E eu penso.Pensando em tudo e nada.
Sentindo as roupas molhadas.
Tenho vontade de sorrir,
Mas acho que deveria chorar.Pensando bem,
Eu deveria mesmo ter dado atenção.
Agora é tarde pra consertar,
Já foi, solidão.Os papéis que protejo,
Restos da tensão recente.
Brigam por espaço,
No debate da minha mente.Não é nada pessoal.
Queria que eu voltasse com você,
Mas hoje eu não podia,
Hoje, eu decidi andar na chuva.Andando comigo.
E as ruas.
E as dores.
E a chuva.Eu não sei o que estou sentindo,
Hoje preciso pensar,
Me afastar de você e de todos,
E de tudo.Não é nada pessoal.
Não sei mais direito quem sou,
É triste, já que essa era
A única certeza que eu tinha.Eu devia ter voltado com você.
Mas hoje eu não podia.
Não é nada pessoal.
Hoje, decidi andar na chuva.
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Dilemas, Problemas e Caixas - um livro estranho sobre qualquer coisa
De TodoEste não é um livro comum. ................. Estou convidando você para um passeio: Juntos, vamos explorar a mente humana, lugares mal iluminados, as canecas vazias, os dias de chuva; vamos entrar em paradoxos, nos contradizer e discutir sobre caixa...