O barzinho estava movimentado. Parecia mais um motel meio hospedagem, foi o único que consegui achar que ficava perto da cidade e eu não teria que cansar de tanto andar.
Desde que sai do castelo sinto que estou sendo observada, mesmo depois de sair dos portões reais. Despistei o carro do convento que veio me buscar, não foi tão difícil assim. Eu queria poder usar os meus poderes para persuadir alguém, só que ainda não sei como usa-lo corretamente. De uma coisa eu sei: não posso sair usando no meio de todas essas pessoas. Pra mim agora eles são tipo os trouxas do livro do Harry Potter, iguaizinhos -Não posso confira de jeito nenhum-
Eu sinto falta do meu celular. O quebrei antes de vir parar aqui só para ninguém me rastrear. Sei exatamente quando minha querida mamãe souber que não estou no convento vai querer vir atrás de mim. Só queria ver a cara dela quando uma das freiras der a noticia que eu fugi, vai ser engraçado e eu não vou ver.
─ Sozinha? ─ Alguém pergunta perto da minha orelha.
Dou um pulo de susto e meu primeiro intuito foi ficar em alertar. Eu me virei distante do homem, mas conseguia ver seu rosto e escutar sua voz perfeitamente. Ele abrirá um sorriso charmoso e eu continuava de cara fechada.
─ Está vendo mais alguém aqui comigo além de você? ─ perguntei com arrogância, o que só fez ele sorrir mais ainda.
Ele deve ser um daqueles garotos propaganda que acha que consegue tudo que quer a hora que quer. Não gosto de pessoas assim. Sei que eu sou rica por causa do meu título, mas nunca fui egoísta e despretensiosa. Sempre soube economizar e guardar o que não usava para casos de emergência. Mesmo Lincoln sendo o maior filha da puta, ele era um pai muito moralista e tratava de me treinar para todos os tipos de situação financeira. Meu pai aprendeu com o pai dele e quis me ensinar, em todas as aulas eu sempre achava que tinha meu pai só pra mim, ate ele fazer pouco caso meu hoje mais cedo enquanto sua mulher me expulsava.
─ Afiada. ─ ele pega o copo da sua bebida que o barman trouxe e dá um pequeno gole, faz uma cara feia quando o álcool desce pela sua garganta. Eu fiquei reparando em detalhes nele, para ter certeza com quem estava lidando. ─ Vem sempre aqui?
Que pergunta ridícula. Como se eu ficasse frequentando lugares como esse nas minhas horas vagas, claro.
─ Você acha que eu tenho cara de quem gosta de vir em motéis? ─ reviro os olhos e ele ri.
─ Você tem cara de ter saido de um castelo. Parece uma princesinha da Disney.
Provoca, eu o olho com raiva.
─ E você tem cara de que se masturba com fotos de homens sem camisa! ─ quase grito, o que fez as pessoas envolta nos olhar.
Me levantei da cadeira e comecei a seguir meu rumo em direção a porta. Não pedi bebidas, nem mesmo tempo de pedir eu tive já que o senhor "atrapalha sossego" chegou. E é por isso e outras coisas que eu nunca faço amizade com homens.
─ Ei! ─ ele chama, mas eu não respondo.
Continuo andando como se não o conhecesse. O que ele acha que eu sou? Uma prostituta? Vai estourando esse balãozinho ai colega, meu corpo ninguém toca! Passei os últimos anos me isolando de qualquer coisa que interfira nos meus sentimentos, nunca fui uma menina que arrumava amores quando menor. Eu gostava de ser livre, sempre gostei de estar sozinha em um canto lendo um livro qualquer em vez de cortejar e ser cortejada. Os homens nunca me olharam com ar de desejo, não era isso que eu esperava que acontecesse.
Uma mulher passa correndo por mim como um raio, ela parecia bem apreensiva. Nada que venha desse lugar vai me surpreender, ate porque isso aqui é um motel para desfazer seus prazeres. Sorte minha estar sozinha em lugares como esses, não quero ficar mal falada. Vai que alguém daquela merda de reino me reconhece e acha que eu estou com caso por aqui. Tomei um grande susto quando um retardado me atropela cheio de pressa, eu resmungo um pouco antes de vê-lo se virar para mim. É o mesmo garoto do bar. Ele coloca uma mão no meu ombro para que eu parasse de andar. Só dei um pequeno aviso olhando para sua mão com fúria ameaçando a arrancar se ele não a tirasse dali.
─ O que você quer? ─ Pergunto com raiva de ele estar me impedindo que eu continue meu caminho devolta para o quarto. Quero dormir, meus olhos estão pesados demais, fico mais mal humorada quando estou com sono.
Ele balança a cabeça tirando a mão do meu ombro e esticando ela na frente do meu corpo.
─ Prazer, eu sou Elijah. ─ Ele abre outro sorriso, só ai entendi o porque da mão na minha frente.
O ignoro.
Ele persiste convicto que eu sou como as outras mulheres que dão seus números para um cara qualquer na frente de um bar. Eu não vou virar amiga de um desconhecido que frequenta um motel, vou lá saber o que ele quer comigo, não sou muito fã de pessoas como ele.
─ Tudo bem, você é do tipo irritadinha ─ aponta me fazendo virar e encara-lo com as sobrancelhas franzidas.
─ Tudo bem, você é do tipo que gosta de adivinhar a personalidade dos outros ─ rebato arrogante.
Ele abre um sorriso bonito que me deu vontade de socar a cara dele.
─ Se eu disser que esta certa você me diz seu nome?
Fico surpresa com a audácia do garoto, acabo rindo sem querer o que faz ele rir também. Dou um passo mais a frente de Elijah sentindo seu cheiro de café com menta.
─ Me deixa em paz. ─ dou um empurram em seu ombro, só que ele nem se move.
Enquanto andava, olhei uma vez ou outra para trás na tentativa de ver se o garoto ainda estava no mesmo lugar. Sim, ele estava, seu olhar sufoca minha respiração. Elijah é o primeiro desconhecido que eu conheço por aqui, pretendo só ficar nesse garoto mesmo. Não quero nenhum tipo de amizade com ele só pra deixar bem claro, mas tem algo em Elijah que me deixa intrigada, ainda não seu identificar muito bem só que acho pelo seu jeito todo educado de ser, foi o que reparei. Quem é que estica a mão para a garota que quer transar na frente de um bar?
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ʟɪᴇs ɪɴ ᴛʜᴇ ᴅᴀʀᴋ
Teen FictionAs pessoas falam, mas eles não sabem o que passamos. Você não pode fazer planos, apenas viva, como eu. As pessoas falam, eles não entendem o que aconteceu. Amor e dor andam de mãos dadas quando se trata de nós dois. digam o que quiserem, eu ainda...