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O quarto era bem sossegado, bem calmo. As parede são a prova de som o que me deixou muito mais aliviada. Não quero estar dormindo deliciosamente e acordar sem querer de noite com um gemido alto na minha orelha. Tudo bem que aqui é um antro de sexo, entretanto nós podemos por limites nos quartos.

Tomei um banho demorado, aliviando toda a tensão e tirando a friagem que estava inpreguinado em mim. A floresta é logo por perto o que deixa mais gelado e sinistro todo o motel. Eu não sabia que horas eram, meu relógio molhou quando eu estava vindo para cá já que a chuva começou a cair rápido depois que sai do castelo. Devia ter roubado o carro das freiras.. Será que é pecado? Isso não importa! O melhor agora é que estou bem (em partes) também quente.

Quando sai do banheiro o vapor da água quente saiu junto comigo. Ainda sinto a quentura das gotas da água sobre a minha pele fina. Tenho sorte de ter um notebook escondido. Eu sempre fazia algo escondido naquele castelo. O que? Acharam que eu era a princesinha certinha é? vocês não sabem nem da metade do que eu sou.

Meu mundo no Oregon parece perfeito, mas não é. Eu já me meti em todos os tipos de encrencas, talvez seja por isso que fui mandada embora. Claro que não é só pelos meus poderes porque se fosse só por isso eu ainda estaria lá e não aqui. Eu me meti em grandes confusões enquanto estava nas barreiras do castelo e, fora dela também. Vou contar aqui que uma vez fui a um tipo festa que os adolescentes se enchem de bebida e drogas proibida -ate para os mercadores desse tipo de droga- com uma das damas, eu praticamente obriguei ela a ir comigo porque não queria ir sozinha, ai vocês já sabem né?! Mal sabia eu que a culpa cairia também para o lado dela. Meu intuito era deixar Jenna totalmente ausente de qualquer briga pendente com o Rei e a Rainha, mas não foi bem assim.

Hayden praticamente deu a louca quando descobriu que eu tinha saido, ele foi atrás de mim. Bom, ele sempre foi atrás de mim. Agora é o que? Agora ele é o cara que me jogou para fora do castelo, para fora da minha casa. Isso me dói, me dói muito. Eu posso ser muito forte, posso parecer ser assim, mas pode apostar que no final do dia quando estiver sozinha, vou desmoronar. Nunca tive amigos, a única amiga que tive foi a minha irmã Callidora, que mesmo sendo adotiva sempre me amou mais que os outros. Só de pensar nela já me dá um aperto no peito. Lisa era privada de estar comigo por ser menor de idade, minha pequena e doce irmãzinha, eu a amo também nem tive tempo de me despedir. Queria saber me teleportar como Hayden, só para poder ver como elas estão.

Duas batidas na porta e eu entrei em estado de choque. Não sei se foi pelo fato de estar sozinha e pensativa, não faço a minima ideia. Não quero abrir a porta e me deparar com um doido lunático que eu não conheço. Tudo bem, tudo bem, eu consigo! Vou conseguir agir como um trouxa (referencia) e conversar como uma pessoa civilizada.. Até parece que Adlanna Coyle tem algo civilizado em si mesma. Meu subconsciente lembra me fazendo o mandar calor os pensamentos.

Sem pensar duas vezes já estava com a mão na maçaneta, girando a chave e abrindo com tudo a porta como se fosse tirar o pai da forca. Quase que eu tive um infarto quando dei de cara com uma garota morena parada feito uma estatua segurando uma bandeja na minha frente. Ela pareceu um pouco mais aliviada por me ver, eu por outro lado nada estou entendendo.

─ Oi?! ─ Disse meio desconfiada, nunca tinha visto ela antes na minha vida.

A garota abre um sorriso extenso e passa por mim, me deixando sem entender mais nada.

─ Antes que você comece a fazer perguntas, eu sou Aimee Donovan. Trabalho aqui no motel. Um dos assistentes me disse que você não pediu nada para comer e achei que estivesse com fome. ─ Ela apontou para a comida, tirando o pano que cobria a bandeja e deixando a vista vários pães, sucos e frutas de diversidade variada ─ eu não sabia o que você gostava de comer, então optei por trazer um de cada gosto. Se não gostar pode me dizer que eu vou e troco, não se preocupe com isso.. Ah, e nem com a conta, é tudo pago por mim.

Não sei aonde enfiar minha cara. A mulher nem me conhecesse e já me deu coisas de graça, ainda por cima, esta sendo bem generosa. Aimee tem os cabelos mais bonitos que eu já vi, são castanhos escuros com ondas lisas. Seus olhos são castanhos e a pele é bem bronzeada. Se eu não estivesse tão confusa poderia dizer que é a mulher mais bonita que já vi, depois de Arkaliss, aquela não tem nem comparação com a beleza. Mesmo sendo a maior nojenta de todas, ainda continua linda e dona de um invejável.

─ Você... Você me conhece? ─ antes de qualquer coisa, preciso saber se ela já me viu em algum lugar. Estou torcendo para que não saiba sobre meu título. Gosto que as pessoas me vejam só como Adlanna.

─ Hum... Não que eu saiba. Seu rosto me é familiar mas eu não lembro de onde.

O alivio percorre meu corpo.

Alias, preciso pensar em um sobrenome falso para usar enquanto estiver fora. E um nome também, nada que mude muita coisa, só para ficar anonima por aqui.

─ Não está com veneno, está? ─ Pergunto receosa.

Eu vou lá saber o que ela quer comigo.

─ Não. ─ ela pega uma frutas e dá uma mordida enorme.

Minha barriga ronca alto quando a vejo dar mais outra mordida e o caldo da fruta escorrer pelo canto dos seus lábios. Ela leva o dedo anelar ate a boca e limpa a gota doce, tão leve que parecia estar com medo de tocar sua própria pele. Suas unhas são um pouco grande e bem feitinhas, parece que tudo nela é bem feito de alguma forma.

─ Tudo bem. ─ foi o maximo que eu disse antes de me jogar na cama e agarrar o pote de ameixas.

Ela fica me olhando enquanto devoro toda a comida que ela mesma me trouxe. Parecia feliz por me ver comendo o que preparou, e eu me sinto mais aliviada por Aimee ser mulher. Não sei, parece que quando é do mesmo sexo que eu, não me dá tanto nervoso e desconfiança, mas ainda desconfio dessa bondade toda vindo da parte dessa garota desconhecida.

ʟɪᴇs ɪɴ ᴛʜᴇ ᴅᴀʀᴋ Onde histórias criam vida. Descubra agora