Se Shakespeare Escrevesse Nossas Vidas

Capítulo 22- Situação de Risco

Lisbela

Cada passo é mais vazio e as vozes na minha cabeça repetem que o que aconteceu com o homem que amo foi minha culpa, desde que o policial foi até a porta do apartamento falando que Benjamin estava no St. George Hospital eu não sei mais o que sentir, a cada segundo eu só sinto mais vazio. Só espero que ele esteja bem.

Assim que cheguei uma recepcionista me informou que eu era o primeiro contato de emergência do Ben, eu expliquei a ela que somos noivos e ela logo me indicou a enfermeira que me informaria sobre o estado dele.

A enfermeira fora muito atenciosa e parecia medir cada uma de suas palavras na tentativa de me manter calma, mas ela não sabia era que nada acalmaria meu coração, tinha um furacão de angústia em mim que só sumiria quando ele estivesse bem novamente.

Ela me explicou que ele tinha tido uma concussão no acidente, tinha tido o braço direito quebrado, algumas injúrias superficiais e o mais preocupante era o fato dele ter sido atingido por estilhaços do carro que se alojaram na região abdominal dele e ele estaria em uma cirurgia delicada naquele exato momento para a retirada, nessa hora minha respiração parou, eu não pude ver mais nada, só que o chão estava mais perto do que eu esperava, sem nem sentir eu estava de joelhos no chão, buscando ar e sentido pras últimas palavras ditas por ela.

UMA SITUAÇÃO DE RISCO, UMA CIRURGIA DELICADA

Ela estava tentando me dizer que ele poderia não sobreviver àquele procedimento e eu não sabia ver mais sentido em nada que fora dito depois, só senti um enfermeiro me pegar no colo e me levar daquele corredor.

-Me leva pra ele... -pedi ao ser colocada numa maca, a enfermeira que me informava sobre Benjamin anteriormente já estava ao meu lado- Eu tô bem, só me leva pra ele.

-Infelizmente agora não será possível, mas realizaremos alguns exames na senhora, pra saber se sua pressão está boa, ok?

- Eu não preciso, eu quero ver ele! -nos pude me conter me esquivando ao levantar dali.

-Senhora, por favor!

- Não! Se não for pra ver ELE eu não me importo. Me dá licença.

Saí do quarto na intenção de procurar um outro enfermeiro e perguntar quando eu poderia ver Benjamim, mas logo fui interceptada por Mark, que apesar de preocupado mantinha seu controle e calma habituais. A enfermeira chega a explicar a situação a ele que acaba que tornando as rédeas de tudo, ele fala algo com ela e promete que irá me acalmar.

-Lis, você precisa se acalmar agora. Nós não podemos fazer nada nesse exato momento, ele vai passar por alguns exames antes que possamos ter alguma notícia, então iremos esperar um pouco, ok? - eu só consegui assentir, eu sabia que o Mark sempre pensaria no melhor e eu confio nele cegamente.

Nos sentamos num banco do corredor, estrategicamente perto da sala dos enfermeiros, Mark tentava me acalmar, mas tudo o que eu queria eram notícias.

-Família do Sr. Stewart? -oivi a voz da médica chamando.

- Eu! -levantei exasperada por uma notícia.

- Sou a Dra Mangjul e acabei de realizar a operação do Sr. Stewart. Tudo correu muito bem e é só questão de tempo para que ele se recupere...

-Graças a Deus! -Mark agradeceu.

-Porém ele entrou em estado de coma, provavelmente para se recuperar do acidente. Não sabemos quando ele acordará uma vez que ele continua respirando com a ajuda de aparelhos.

-Quanto tempo ele ficará dessa forma? -Mark perguntou não tão animado mais.

- Não sabemos, o coma é um estado que depende somente do paciente e do momento de resposta dele, mas estamos positivos com a melhora do Sr. Stewart.